22/11/2021

CNC: Balanço Semanal de 16 a 19 de Novembro de 2021

 CNC: Balanço Semanal de 16 a 19 de Novembro de 2021

Funcafé: Recursos remanejados

O Comitê Técnico do Conselho Deliberativo de Política do Café (CDPC) se reuniu na manhã desta quinta-feira, 18/11, para definir a realocação dos recursos remanescentes na linha de recuperação de cafezais atingidos pela seca e geadas, reservados em R$1,319 bilhão, dos quais não foram contratados R$664.104.400,00. O colegiado analisou várias propostas para redistribuir os valores, que tem como origem o Fundo de Defesa da Economia Cafeeira (Funcafé), e definiu que o saldo remanescente será baseado nos recursos aplicados até agora pelas demais linhas atendidas, ou seja, as mais solicitadas.

O comitê é composto por representantes dos Ministérios da Agricultura, Economia e Relações Exteriores, além do Conselho Nacional do Café (CNC), a Comissão de Café da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), a Associação Brasileira da Indústria de Café (Abic), a Associação Brasileira da Indústria de Café Solúvel (Abics) e o Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé).

Atualmente, as linhas mais demandadas são: capital de giro, comercialização e FAC (Financiamento para Aquisição de Café). Isso se deve ao fato da atual conjuntura econômica mundial, que promove o aumento do custo de produção, devido à alta no preço dos insumos, dificuldades em razão dos problemas de escoamento de produção e elevado preço do café nas bolsas mundiais.

“Acreditamos ter sido aprovada a melhor proposta. O comitê entende a importância de fazer com que os recursos do Funcafé cheguem ao produtor nas linhas de maior demanda. Como esses valores já haviam sido reservados para a recuperação de cafezais, nada melhor que os realocar onde mais farão a diferença”, avalia Silas Brasileiro, presidente do Conselho Nacional do Café (CNC).

A mudança proposta pelo comitê técnico do CDPC será avaliada pelo Conselho Monetário Nacional (CMN) no próximo dia 25/11.

CNC alerta para cuidados com a expansão de cafezais

A Organização Internacional do Café (OIC) tem como um dos seus objetivos preservar a relação equilibrada entre oferta e demanda, buscando analisar estrategicamente a abertura de novas áreas de produção. Porém, sem mudança no comportamento de consumo, a experiência dos representantes do setor, a exemplo do Conselho Nacional do Café (CNC), mostra que o desequilíbrio entre essa equação traz comprometimento da renda do produtor.

Recentemente, um governador brasileiro esteve visitando a OIC, quando consultou ao Diretor Executivo da organização, José Sette, a possibilidade de liberar recursos para o cultivo do café no estado, na busca, inclusive, de investidores.

Talvez pela falta de conhecimento ele não saiba que a OIC não dispõe de recursos para cultivo ou comercialização de café e que a representação do Brasil se faz através das entidades que compõem o Conselho Deliberativo de Política do Café (CDPC).

É importante destacar que na visão do CNC devemos trabalhar num projeto de renovação do parque cafeeiro com melhor aproveitamento da terra, usando espaços e variedades mais produtivas, resistentes a pragas e doenças, e com olhar voltado às mudanças climáticas.

O CNC proporá, no seu plano estratégico de 2022, um levantamento da área cultivada em espaços inadequados e lavouras velhas, pouco produtivas. Assim, será proposto um projeto especial para pequenos produtores, a nível nacional. Com isso, teremos diminuição de custo de produção, aumento da produtividade, mais qualidade do café e melhor renda para os nossos produtores.

Mercado de café

realização de lucro e correção técnica, no vencimento março/22, o mais líquido. Os fundamentos altistas de oferta limitada, alto consumo, incertezas climáticas e dificuldades logísticas sustentam as cotações.

Os contratos futuros de arábica também estão com tendência positiva. O mercado, no entanto, está “sobrecomprado” e novas correções não estão descartadas. A tendência é altista, com resistência de 240 cents.

O vencimento dezembro/21, na Bolsa de Nova York, fechou a US$ 2,2895 centavos de dólar por libra peso apresentando variação semanal positiva de 925 pontos. Na ICE Europe, o vencimento novembro/21 do café teve queda de US$ 78,00, fechando a sessão de ontem (18) a US$ 2.237,00 por tonelada. O dólar a vista encerrou a sessão dessa quinta-feira (18) a R$ 5,570.

No mercado físico, os pesquisadores do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (CEPEA/ESALQ), informam que os preços internos do café arábica seguem em forte ritmo de alta neste mês. Na parcial de novembro (até o dia 17), o Indicador subiu 8,24%, fechando a R$ 1.359,78/saca de 60 kg, nova máxima nominal da série histórica do CEPEA, iniciada em 1996.

A Somar Meteorologia informa que, na próxima semana, as chuvas serão mais intensas e estão previstas para o sul de Minas Gerais, Zona da Mata e Cerrado Mineiro. No Brasil, as precipitações retornaram aos cafezais (Assessoria de Comunicação, 19/11/21)