CNC: Balanço Semanal de 29/11 a 3/12/2021
Dia de campo destaca a qualidade da muda de café em Unaí (MG)
Legenda: Evento aconteceu em Unaí/MG e contou com a presença do Presidente do CNC, Silas Brasileiro
O viveiro Sacoman de mudas de café abriu a porteira, no último dia 19, em Unaí/MG, para que produtores rurais, empresas e entidades do setor pudessem conhecer detalhes sobre formas de plantio, a ecofisiologia do cafeeiro, a sanidade e nutrição da planta, sustentabilidade e políticas públicas que tem contribuído para o desenvolvimento e crescimento da cafeicultura brasileira.
Durante o dia de campo foi possível visitar o viveiro e conhecer as alternativas que o mercado oferece e ainda ampliar o conhecimento sobre a produção de café através de palestras como a do Professor Edson Pozza, da Universidade Federal de Lavras, do Dr. Lucas de Ávila Silva, da ICL América do Sul e do presidente do Conselho Nacional do Café (CNC), Silas Brasileiro.
“Tudo começa por aqui, desde a decisão da escolha da variedade, a qualidade da muda, o viveiro, idoneidade, são os primeiros passos para alcançar o sucesso na produção de café”, contou o gestor do viveiro, Clésio Sacoman, que ressaltou também a importância da cafeicultura e a oportunidade de geração de emprego na cidade mineira.
O Dr. Lucas de Ávila Silva destacou em sua palestra o quanto o fluxo de carbono de açúcar impacta no plantio das mudas. “Quando a gente tem uma nutrição normal o fluxo é 3,4, quando a gente tem falta de potássio o fluxo cai pra 1,6 e quando a gente tem falta de magnésio vai para 0,7 o fluxo de açúcar. A deficiência de magnésio acumula açúcar na folha, as mudas não saem na hora certa e aí compromete o plantio. É preciso se atentar a condição do magnésio. É um desafio muito grande. Hoje a gente usa muito o magnésio para amenizar os efeitos desse rotador, por isso temos que buscar mais opções para o seu uso”, explicou.
A formação das mudas de café é uma preocupação também do CNC que busca qualidade e sustentabilidade no processo para o desenvolvimento da planta. O presidente Silas Brasileiro demonstrou isso em sua apresentação sobre a organização política e a sustentabilidade da cafeicultura brasileira. “O CNC tem avançado na missão de desenvolver a cadeia produtiva do café do Brasil através de financiamentos do Funcafé e incentivos à modernização da cafeicultura que proporciona mais produtividade, qualidade e pesquisa para o desenvolvimento de plantas resistentes à pragas, doenças, condições climáticas adversas (seca e geada), buscando sempre produzir com menos custos e mais tecnologia, a fim de sermos cada vez mais competitivos no mercado”, ressaltou.
O evento contou também com a participação de empresas que fornecem soluções sustentáveis e que ajudam no dia a dia das lavouras, entre elas a ICL América do Sul que apresentou o ‘Programa Nutricional Super’ visando o posicionamento de tecnologias na pós-colheita do café mecanizado. Na oportunidade, a empresa também lançou o primeiro clube voltado à fisiologia e nutrição da cultura do café, o Coffee Experts Club, com informações técnicas, videoaulas, podcasts, boletins informativos e visitas de consultorias nas lavouras.
Na solenidade de abertura foi marcante a presença do Sicoob, através de seu Superintendente e Conselheiro do CNC, Luciano Ribeiro Machado e do Diretor de Agronegócios, Raphael Santana, além dos presidentes de várias cooperativas de crédito. “Foi momento importante desde a apresentação do viveiro até as palestras técnicas e a presença do Sicoob, órgão financiador”, finalizou Silas Brasileiro.
“O CNC tem avançado na missão de desenvolver a cadeia produtiva do café do Brasil através de financiamentos do Funcafé e incentivos à modernização da cafeicultura que proporciona mais produtividade, qualidade e pesquisa para o desenvolvimento de plantas resistentes à pragas, doenças, condições climáticas adversas (seca e geada), buscando sempre produzir com menos custos e mais tecnologia, a fim de sermos cada vez mais competitivos no mercado”, afirma Silas Brasileiro.
Pesquisa & Tecnologia do CNC aborda viabilidade do Consórcio Café/Macadâmia
O Comitê Técnico de Pesquisa & Tecnologia do Conselho Nacional do Café (CNC) realizou no dia 24 de novembro um encontro com profissionais da área do manejo em áreas cafeeiras, em busca de alternativas que possam diversificar a renda ao produtor, além de proporcionar manejos mais sustentáveis.
Uma das palestras ministradas apresentou resultados de um estudo realizado sobre o Consórcio Café – Macadâmia. A pesquisa foi realizada pela equipe do professor Marcos José Perdoná – Pesquisador da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo.
Segundo o professor a arborização do cafezal traz muitos benefícios: diminui a temperatura da área em até 2ºC, diminui até 70% da velocidade do vento, diminui escaldadura e seca de ponteiro, promove menor incidência de plantas daninhas, aumenta a fertilidade do solo, protege de geadas, diminui bienalidade e da maior longevidade à planta e proporciona frutos com maior peneira. Apesar das muitas vantagens o pesquisador fez questão de dizer que a arborização dificulta ou, às vezes, impossibilita a mecanização e diminui a produtividade do cafeeiro.
Especificamente com relação à macadâmia, os resultados apresentados foram de um experimento iniciado em fevereiro de 2006, na região de Dois Córregos, interior de São Paulo. O pesquisador fez um levantamento de viabilidade econômica e garante que o consórcio é vantajoso para o cafeicultor.
A macadâmia tem alto valor de mercado e trata-se de uma planta resistente com bom volume de produção. Somada ao café, os valores apresentados sugerem bom superávit.
Manejo do mato no cafezal é tema de palestra em Comitê do CNC
Muitos produtores têm dúvidas sobre o manejo do mato nas lavouras de café. Para esclarecer alguns dos questionamentos sobre o tema, o Comitê Técnico de Pesquisa & Tecnologia do Conselho Nacional do Café (CNC) convidou o pesquisador da Epamig, Vinícius Andrade, que ministrou a palestra “Manejo de Plantas de Cobertura no Cafeeiro”.
Segundo ele, o manejo das plantas entre as ruas de café tem importante função para a lavoura, pois promove a proteção contra vento (em plantas jovens), fornece matéria orgânica, ameniza a temperatura do solo e cria um ambiente favorável aos microrganismos, aumenta a infiltração de água evitando o escorrimento superficial.
A presença de outras plantas, que não a de café, auxilia também no controle biológico de pragas, promove a ciclagem de nutrientes – que extraídos pelas plantas invasoras são devolvidos aos cafeeiros na forma orgânica – e dessa forma são prontamente disponíveis às plantas.
O pesquisador explica como o manejo deve ser feito.
Com cenário de incertezas, mercado de café tenta manter ganhos na semana
Os contratos futuros de café arábica encerram a semana na Bolsa de Nova York na tentativa de manter os ganhos das últimas duas sessões. O vencimento março/22, o mais negociado, acumula queda na semana de cerca de 2,6% (635 pontos). O cenário é de incertezas com relação à demanda, por causa do avanço da nova variante da Covid-19, a ômicron, que pressiona as cotações, entretanto os contratos futuros seguem firmes na perspectiva de aperto na oferta global de café.
O vencimento dezembro/21, na Bolsa de Nova York, fechou a US$ 2,3745 centavos de dólar por libra-peso, apresentando variação semanal negativa de 640 pontos. Na ICE Europe, o vencimento janeiro/22 do café teve alta de US$ 27,00, fechando a sessão dessa quinta-feira (02) a US$ 2.335,00 por tonelada.
O dólar à vista encerrou ontem (02) em baixa de 0,19%, a R$ 5,66. Já no acumulado da semana, houve valorização de 1,15%. Segundo corretores, a moeda norte-americana foi pressionada pela aprovação da PEC dos Precatórios em dois turnos no Senado Federal.
No mercado físico, os pesquisadores do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) informam que as cotações domésticas do café arábica e do robusta subiram nessa quinta-feira (02). Segundo os pesquisadores, as cotações internas foram motivadas pelos ganhos no mercado internacional para os dois tipos de café, entretanto os agentes brasileiros continuam longe do mercado spot. Com a chegada do fim do ano, a previsão é de que volumes significativos de café voltem a ser negociados somente em 2022. Os indicadores calculados pela instituição para as variedades arábica e robusta se situaram em R$ 1.439,13 por saca e R$ 830,81 por saca, respectivamente, com variações semanais de -1,24% e 1,22% (Assessoria de Comunicação, 2/12/21)