15/04/2019

CNC: Balanço Semanal de 8 a 12/4/2019

Do total, R$ 1,3 bi são para Custeio; R$ 1,96 bi para Estocagem; R$ 1,15 bi para FAC; R$ 650 milhões para Capital de Giro; e R$ 10 mi para recuperação de cafezais.

Em reunião realizada na quinta-feira, 11 de abril, o Conselho Nacional do Café (CNC) e os demais membros do Conselho Deliberativo da Política do Café (CDPC) aprovaram orçamento recorde de R$ 5,071 bilhões do Fundo de Defesa da Economia Cafeeira (Funcafé) para a safra 2019.Esses recursos representam uma evolução de 2,2% na comparação com 2018, quando a atividade contou com R$ 4,960 bilhões.

As linhas de financiamento de Custeio, Estocagem e Aquisição de Café (FAC) tiveram elevação na disponibilização de recursos e as de Capital de Giro para Indústrias e Cooperativas de Produção passaram por um processo de otimização com base no histórico de demanda e liberações.

Segundo o presidente do CNC, Silas Brasileiro, a conquista de novo orçamento recorde para o setor cafeeiro é vital nesse momento de preços aviltados e de colheita antecipada. “As linhas destinadas ao setor de produção somam cerca de R$ 3,5 bilhões, volume que será fundamental para que evitemos, nesses primeiros meses dos trabalhos de cata, a entrada de 9 a 10 milhões de sacas no mercado, o que pressionaria ainda mais as cotações”, analisa.

Em relação aos juros do Funcafé, as taxas foram mantidas as mesmas de 2018. Assim, as linhas de Custeio, Estocagem e FAC Cooperativas terão encargo anual de 7% e as de Capital de Giro e FAC (com exceção às cooperativas) de 9,5% ao ano. A remuneração do Fundo ficou fixada em 4%.

O prazo de contratação de todas as linhas de financiamento do Funcafé tem vigência por um ciclo de 12 meses, com o período sendo aberto em 1º de julho de 2019 e fechado em 30 de junho de 2020. Até 31 de junho deste ano, o mutuário ainda pode tomar os recursos disponibilizados à safra 2018.

RENOVAÇÃO
Também na reunião de ontem, os titulares do CDPC aprovaram uma proposta do CNC que envolve a elaboração de um comunicado aos bancos oficiais recomendando que não financiem a abertura de novas áreas com produção de café. Esse conteúdo será elaborado pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) em parceria com o CNC.

“A ideia de nossa proposta é direcionar os recursos para a renovação e para a atualização do parque cafeeiro existente e não estimular a expansão da área, o que levará ao desequilíbrio entre oferta e demanda e o consequentemente aviltamentos dos preços, que já se encontram em níveis insatisfatórios”, explica o presidente Silas Brasileiro.

Pressão veio de fatores técnicos, como o vencimento das opções e o início das rolagens para fora do maio/19.

Os contratos futuros do café vinham em movimento de recuperação até ontem, quando o dólar freou seu cenário de perdas e fatores técnicos, como o vencimento das opções e o início das rolagens para fora do maio/19, e a expectativa de boa safra no Brasil, mesmo em ano de bienalidade baixa, pesaram sobre o mercado. Com o rompimento do suporte a US$ 0,938 por libra-peso, foram acionadas ordens automáticas de venda e as quedas se acentuaram ainda mais.

Na Bolsa de Nova York, o contrato C com vencimento em maio/19 acumulou perdas semanais de 295 pontos, encerrando o pregão de quinta-feira a US$ 0,9025 por libra-peso. Na ICE Futures Europe, o vencimento maio do café robusta ficou cotado a US$ 1.392 por tonelada, acumulando baixa de US$ 25 na semana.

O dólar comercial diminuiu sua desvalorização após a recuperação registrada ontem, sendo puxado por um ambiente menos amistoso para moedas de risco no exterior e por sinais de que a articulação política a favor da reforma da Previdência segue alvo de críticas. Na quinta-feira, a divisa norte-americana foi cotada a R$ 3,857, com redução da desvalorização semanal para 0,4%.

Na terça-feira, o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) informou que os trabalhos de campo já foram iniciados em Rondônia, com o volume colhido oscilando entre 5% e 10% até a semana passada. A expectativa dos agentes é que os trabalhos ganhem ritmo a partir de agora. Já no Espírito Santo, os colaboradores consultados pela instituição creem que a colheita acelere do final de abril ao começo de maio.

Em relação ao arábica, o Cepea observou a realização de algumas catas pontuais nas principais regiões produtoras, principalmente em Garça (SP), Noroeste do Paraná e Zona da Mata de Minas Gerais. Para as áreas paulista e paranaense, o Centro acredita que os trabalhos ganhem ritmo até meados de abril. Para as demais regiões do cinturão de arábica, a previsão é que a colheita se intensifique no final deste mês e início de maio.

Com a antecipação dos trabalhos de campo na safra atual, os produtores precisam se atentar mais ao clima, uma vez que chuvas intensas nas próximas semanas poderiam atrapalhar a colheita e prejudicar a qualidade do café. O Cepea reforça esse alerta para o Estado de São Paulo, onde as temperaturas mais elevadas das últimas semanas, aliadas às precipitações, poderiam fermentar os grãos mais maduros.

Nesse contexto do clima, o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) prevê um sábado de céu nublado a parcialmente nublado, com pancadas de chuva e trovoadas isoladas no noroeste, centro e triângulo de Minas Gerais e nas regiões noroeste, centro-norte e nordeste de São Paulo. No Espírito Santo e leste paulista, a previsão é de céu nublado a parcialmente nublado no Espírito Santo e leste de SP.

Para domingo, segundo o Inmet, Minas terá pancadas de chuva e trovoadas no noroeste, no triângulo e nas faixas oeste e sul do Estado, mesma previsão para as zonas oeste e norte de São Paulo. Tempo nublado a parcialmente nublado, com precipitações isoladas é a previsão para as demais áreas paulistas e regiões norte, Jequitinhonha, Mucuri e rio doce em Minas Gerais. Espírito Santo e Rio de Janeiro ficarão com céu parcialmente nublado.

Os indicadores calculados pelo Cepea para as variedades arábica e robusta no mercado físico foram cotados a R$ 376,92/saca e a R$ 284,30/saca, respectivamente, com variações negativas de 3,1% e 1,1% (Assessoria de Comunicação, 12/4/19)