13/03/2019

Frango: Análise Conjuntural Cepea/Esalq

 Frango: Análise Conjuntural Cepea/Esalq

Fevereiro foi um mês de certa recuperação para a avicultura nacional. Apesar de os valores médios da carne terem sido apenas ligeiramente superiores aos de janeiro/19, foram expressivamente maiores que os registrados em fevereiro do ano passado. E esse cenário foi resultado das intensas demandas interna e externa pela proteína no período.

 

Além disso, a oferta esteve controlada ao longo do mês, consequência do ajuste na produção – vale lembrar que o setor avícola passou por momentos desfavoráveis no correr de 2018, o que desestimulou parte dos produtores. Em fevereiro, o frango inteiro resfriado teve preço médio de R$ 4,34/kg e o congelado, de R$ 4,31/kg, ambos negociados no atacado da Grande São Paulo.

 

Esses valores representam leves altas de 0,6% e de 0,4% em relação aos de janeiro, respectivamente. No comparativo frente às médias de fevereiro/18, porém, verificam-se fortes valorizações de 35% para o produto resfriado e de 34% para o congelado, em termos nominais. Naquele período, a dificuldade em escoar a carne pressionou os valores praticados no mercado doméstico.

 

Assim, em fevereiro/18, a cotação média do frango resfriado foi a terceira menor do ano e a do congelado, a segunda menor. Dentre os cortes resfriados acompanhados pelo Cepea, também na região paulista, apenas a asa e o coração tiveram retração nos valores frente aos verificados em janeiro, de 0,3% e de 1,6%, respectivamente. As vendas ocorreram ao preço médio de R$ 7,55/kg no caso da asa e de R$ 13,92/kg no do coração. Esses valores são 27,8% e 6,6%, respectivamente, maiores que os de fevereiro/18, em termos nominais.

 

Por outro lado, as cotações da coxa/antecoxa avançaram leve 0,2% de janeiro para fevereiro, a R$ 4,40/kg. Os preços do filé subiram 3% no mesmo período, a R$ 7,50/kg em fevereiro, e os do peito, 1,6%, a R$ 5,53/kg. Segundo colaboradores do Cepea, a alta nos valores desses dois últimos cortes é explicada pelo aumento das exportações e, ao mesmo tempo, pela maior demanda no mercado doméstico. Em relação às médias registradas em fevereiro/18, a coxa/antecoxa ficou 26,8% mais

cara no mês passado, o filé, 17,5%, e o peito, 34,2%, em termos nominais.

 

ANIMAL

O movimento altista no mercado avícola não ficou restrito às cotações da carne. Em fevereiro, o frango vivo teve preço médio de R$ 2,83/kg no estado de São Paulo, valorização de 3,1% frente a janeiro e de 16,8% quando comparado ao mesmo período do ano anterior, em termos nominais.

Para o pintainho de corte, de janeiro para fevereiro, houve valorização de ligeiro 0,3% no mercado paulista, a R$ 1,17/cabeça no último mês. Quando comparado aos valores praticados em fevereiro/18, a alta é de 14,1%, em termos nominais. Segundo colaboradores do Cepea, a procura mais intensa pelo pintainho tem sustentado os preços em patamares superiores àqueles que eram registrados no início do ano anterior.

 

PRODUÇÃO

Segundo dados da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), em 2018, foram alojadas 48,4 milhões de cabeças de matrizes de corte, quantidade 3,5% inferior à de 2017. No mesmo sentido, dados da Apinco sinalizam redução de 2,25% na produção de pintainhos para corte entre 2017 e 2018, totalizando 6,1 bilhões de cabeças produzidas no último ano.

 

MERCADO EXTERNO

Mesmo com o descredenciamento de alguns frigoríficos brasileiros por parte da Arábia Saudita, decretado no final de janeiro, e com as tarifas antidumping imposta pela China à carne do Brasil, as exportações da proteína apresentaram recuperação em fevereiro. No mês, foram embarcadas 316,9 mil toneladas, alta de 12% frente a janeiro. A receita somou US$ 526 milhões, 16% acima da de janeiro (Assessoria de Comunicação, 11/3/19)