11/04/2023

A economia do hidrogênio

A economia do hidrogênio

Jeremy Rifkin-Foto BBC-Getty Images

Em seu livro “A Economia do Hidrogênio”, o renomado autor e sociólogo Jeremy Rifkin, consultor de governos, instituições e grandes corporações, faz uma jornada esclarecedora pela próxima grande era comercial da história. Ele prevê o surgimento de uma nova economia sustentada pelo hidrogênio, a qual mudará fundamentalmente nossas instituições econômicas, políticas e sociais, a exemplo do que fizeram o carvão e a máquina a vapor no início da Era Industrial.

Rifkin observa que estamos nos aproximando de um ponto crítico na era dos combustíveis fósseis, com consequências potencialmente desastrosas para a civilização industrial.

Apesar de os especialistas afirmarem que temos ainda cerca de 20 anos de petróleo bruto disponível barato, alguns dos mais destacadas geólogos do mundo vêm sugerindo que a produção do petróleo pode atingir um pico, e, então sofrer uma queda vertiginosa nos próximos anos.

Os países produtores de petróleo que não integram a OPEP já estão chegando a este pico, o que deixará a maior parte das reservas remanescentes nas mãos do políticamente instável Oriente Médio. As tensões crescentes entre o Islã e o Ocidente prometem dificultar ainda mais nosso aceso ao petróleo viável.

No desespero, os EUA e outras nações poderiam recorrer a combustíveis fósseis menos puros – carvão, areia de alcatrão e óleo pesado – o que só agravaria o aquecimento global e comprometeria o já castigado ecossistema da Terra. A iminente escassez do petróleo deixa a vida industrial vulnerável a rupturas em cadeia e até mesmo ao colapso.

De acordo com Rifkin, conforme a era dos fósseis vai adentrando seus dias de ocaso, um novo regime energético vem surgindo, com o poder de remodelar a civilização em sentidos radicais. O hidrogênio é o mais básico e oniprexente dos elementos no universo.

Ele compõe a estrelas e o Sol, e quando devidamente empregado, representa o “combustível eterno”. Ele jamais se esgota, e tampouco acarreta as nocivas emissões de CO2.

Células combustíveis energizadas por hidrogênio para uso comercial já estão sendo introduzidas no mercado doméstico, profissional e industrial. As grandes indústrias automobilísticas gastaram mais de dois bilhões de dólares desenvolvendo carros, ônibus e caminhões a hidrogênio, e os primeiros veículos de fabricação em massa devem estar na estrada dentro em breve.

A economia do hidrogênio possibilitará uma redistribuição do poder. Todo ser humano poderá produzir na própria energia na chamada “geração distributiva” – tornando o controle oligárquico das grandes corporações obsoleto.

Milhões de usuários poderão conectar suas células combustíveis locais, regionais e nacionais de hidrogênio, através dos mesmos princípios e tecnologia da World Wide Web, compartilhando e criando um novo uso descentralizado de energia.

O hidrogênio pode acabar com a dependência do petróleo, reduzir a emissão de dióxido de carbono e o aquecimento global, além de apaziguar guerras políticas e religiosas. O hidrogênio poderá se tornar o primeiro sistema energético democrático da história

Jeremy Rifkin é o autor dos best-sellers “O fim dos empregos” e “O Século da Biotecnologia”, ambos traduzidos para mais de quinze idiomas. Desde 1994, Rifkin tem atuado como membro do Wharton Scholl’s Executive Education Program, onde dá palestras a dirigentes de empresas e administradores seniores de todo o mundo, tratando das novas tendências na ciência e na tecnologia e de sua influência na economia, sociedade e ambientes globais. Ele é presidente da Foundation on Economic Trends, em Washington D.C. (Apresentação da obra “A Economia do Hidrogênio – A criação de uma nova fonte de energia e a redistribuição do poder na Terra”)