Agronegócio: Ásia pode render US$ 59 bi a mais para exportações do Brasil
Legenda: A ministra da Agricultura, Tereza Cristina, que embarcou em viagem para a Ásia
Cálculos são da CNA e se referem a China, Japão, Indonésia e Vietnã, que serão visitados por ministra.
Os quatro países asiáticos incluídos na agenda de viagem da ministra da Agricultura, Tereza Cristina, podem abrir espaço para um aumento de pelo menos US$ 59 bilhões a mais em exportações para o agronegócio brasileiro no futuro.
Os dados são de estudo da CNA (Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil), que toma como base as necessidades específicas de importações de produtos do setor desses países.
Os países que estão sendo visitados são Japão, China, Vietnã e Tailândia. A visita deverá durar 16 dias.
Essa perspectiva de potencial seria um bom impulso para o setor, uma vez que as exportações totais de 2018 para esses países ficaram em US$ 41 bilhões.
Uma das sustentações do agronegócio brasileiro na Ásia é a China, que importou o correspondente a US$ 36 bilhões do Brasil no ano passado. Agricultura e pecuária foram responsáveis por 55% do total de US$ 64 bilhões importados pela China no Brasil.
Embora ainda concentrada em poucos produtos brasileiros, a pauta de importações dos chineses deverá crescer e se diversificar ainda mais nos próximos anos. Atualmente o domínio é de soja, celulose e carnes.
Além desses produtos, a CNA coloca na lista dos exportáveis, com boas perspectivas, algodão, fumo, milho, madeiras e açúcar.
Um levantamento da entidade aponta que o Brasil poderia ampliar as vendas de 97 produtos do agronegócio, o que daria um volume extra de exportações de US$ 20 bilhões pelos chineses no país.
O Japão também é um país de boas perspectivas para o agronegócio brasileiro. No ano passado, as importações japonesas somaram US$ 2,1 bilhões no setor.
Carne de frango, café em grão e soja estão no topo da lista das importações, mas a CNA acredita no potencial do mercado japonês para celulose, sucos, madeira, etanol, milho e carnes bovina e suína.
A entidade acredita na possibilidade de o agronegócio brasileiro elevar em até US$ 19 bilhões as exportações para o Japão.
Já o comércio atual com a Indonésia é de US$ 1,3 bilhão no agronegócio, mas a CNA diz que o potencial de crescimento é de mais US$ 10,2bilhões.
Farelo de soja e algodão foram os principais produtos exportados para a Indonésia em 2018. Açúcar, soja em grãos, celulose, carne bovina, milho e café também terão bom espaço nas importações tailandesas nos próximos anos.
Outro país a ser visitado pela ministra, o Vietnã, tem um potencial extra de exportações de US$ 9,3 bilhões para os produtos brasileiros. As exportações atuais somam US$ 1,7 bilhão, com destaques para milho e farelo de soja.
As oportunidades de negócios se ampliam, porém, para cereais, soja em grãos, animais vivos, carne bovina e frutas frescas e secas.
Os produtos brasileiros do agronegócio vão para esses países em volumes e valores cada vez maiores. As importações brasileiras, contudo, ainda são pequenas. Em 2018, o Brasil comprou o correspondente a US$ 1,7 bilhão desses quatro países.
A China mandou para o Brasil miudezas de carne suína, papel e alho, entre outros produtos. Já no Japão, o Brasil foi buscar enzimas e sementes de hortícolas.
Da Indonésia vieram óleo de dendê, coco e pasta de cacau, enquanto o Vietnã forneceu peixes e borracha natural (Folha de S.Paulo, 8/5/19)