08/10/2020

Além de comprar máquinas, produtor ajuda indústria adquirindo carros

Além de comprar máquinas, produtor ajuda indústria adquirindo carros

Legenda: Nos estados fortes em produção agrícola, a venda de veículos caiu menos - Fabio Braga-02.fev,16/Folhapress

 

Estados com predominância da atividade agrícola são os que têm menor queda em licenciamento.

O produtor agrícola está movimentando não apenas as vendas de colheitadeiras e de tratores, mas também dando um alívio à comercialização de carros nas principais regiões produtoras de grãos.

sequência de safras recordes de grãos, do dólar elevado, dos preços internos em patamares altos e das exportações aceleradas deixou o agricultor bastante capitalizado.

O resultado é que, além de adquirir produtos específicos para sua atividade no campo, ele movimenta também as agências de veículos nas regiões onde atua.

Segundo a Anfavea (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores), o licenciamento de veículos tem taxa de queda bem menor em Goiás, Tocantins, Mato Grosso e Paraná do que em São Paulo e Rio de Janeiro.

Enquanto os primeiros estados se caracterizam por áreas de produção agropecuária, os dois últimos —São Paulo e Rio de Janeiro— têm forte atuação em indústrias e serviços.

A Anfavea iniciou o ano com esperanças de crescimento de 2,9% nas vendas internas de máquinas agrícolas e rodoviárias, conforme estimativas feitas em janeiro deste ano.

Com a chegada da pandemia, a associação revisou a estimativa para uma estabilidade nas vendas, conforme dados de julho. Nesta quarta-feira (7), porém, a entidade refez seus cálculos e prevê, agora, uma evolução positiva de 5% no setor de máquinas. As agrícolas vão crescer 3%, e as rodoviárias, 20%.

Se concretizada essa previsão, o setor venderá 40,5 mil unidades agrícolas no ano. A produção total de máquinas, incluindo as rodoviárias, deverá atingir 45,9 mil.

Já a produção de máquinas agrícolas tem caminho inverso ao das vendas. A indústria, que previa um crescimento de 5,4% para 2020 no início do ano, agora estima uma queda de 4%.

 

Apesar dessa queda, o cenário atual é melhor do que o de julho, quando era esperada uma retração de 8%. Naquele mês, as indústrias ainda eram afetadas de forma mais intensa pela redução da atividade, devido ao período mais crítico da pandemia.

No mês passado, as vendas de máquinas agrícolas e rodoviárias aumentaram 8,9%, em relação às de agosto. Ainda são, porém, 4,2% inferiores às de setembro do ano passado.

De janeiro a setembro, a indústria colocou 33,3 mil unidades no mercado, 0,9% acima do volume de igual período de 2019. A produção acumulada do ano passada, que era de 41,3 mil unidades, recuou para 33,2 mil neste ano (Folha de S.Paulo, 7/10/20)