09/12/2022

Após máxima desde 2006, exportação de óleo de soja do Brasil cairá em 2023

Após máxima desde 2006, exportação de óleo de soja do Brasil cairá em 2023

OLEO DE SOJA Foto Blog Brazilian Soybean

 

Para 2023, a demanda interna por óleo estará mais elevada, reduzindo a disponibilidade do produto para a exportação.

 

A exportação de óleo de soja do Brasil em 2023 foi estimada hoje (8) em 1,6 milhão de toneladas, o que representaria uma queda de 33% na comparação com 2022, quando o país deverá fechar com os embarques mais elevados do produto em 16 anos, de acordo com dados e projeções da Abiove (Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais) divulgados hoje (8).

 

 

Para 2023, a demanda interna por óleo estará mais elevada, quando se espera um retorno de patamares mais altos da mistura de biodiesel no diesel, reduzindo a disponibilidade do produto para a exportação.

 

A exportação de óleo de soja para 2022 foi estimada em 2,4 milhões de toneladas, 200 mil toneladas acima da projeção divulgada em outubro pela Abiove. O volume é o maior patamar de embarques de óleo desde 2006, quando o país exportou 2,419 milhões de toneladas, com crescimento de 750 mil toneladas ante 2021.

 

A exportação de óleo foi forte este ano na esteira da redução da mistura de biodiesel para 10%, enquanto o setor encontrou bom mercado substituto no exterior, com a Índia fazendo grandes compras do subproduto de soja do Brasil, buscando amenizar uma escassez de óleo de girassol da Ucrânia, cujos embarques foram prejudicados pela guerra.

 

A boa demanda por óleo de soja –com produção estimada em recorde acima de 10 milhões de toneladas neste ano– foi um componente de impulso adicional para o processamento da oleaginosa em 2022, que deve marcar históricas 49,7 milhões de toneladas do grão, 700 mil toneladas acima da projeção anterior e cerca de 2 milhões de toneladas a mais do que em 2021, segundo a Abiove.

 

Isso gerou também maior produção de farelo de soja, importante componente para a ração animal, que deve fechar o ano em nível jamais visto de 38 milhões de toneladas, enquanto as exportações também serão recordes em 20,2 milhões de toneladas, versus 17,2 milhões em 2021.

 

 

O Brasil elevou a fabricação de derivados de soja apesar de a colheita ter sido menor em 2022, o que limitou as exportações do grão a 77,5 milhões de toneladas, contra históricas 86,1 milhões em 2021.

 

O país é o maior produtor e exportador de soja, enquanto a oleaginosa é o principal produto brasileiro de exportação.

 

Receita recorde em 2023

As receitas com exportação de soja, farelo e óleo de soja do Brasil para o ano que vem foram estimadas nesta quinta-feira em recorde de US$ 65,77 bilhões (R$ 342,56), aumento de 11% na comparação com a estimativa para o fechamento de 2022, apontou levantamento da Abiove.

 

Apenas com soja, as receitas foram estimadas em US$ 53,94 bilhões (R$ 280,94 bilhões), versus US$ 45,3 bilhões (R$ 235,94 bilhões) neste ano.

 

O preço médio da exportação de soja brasileira no ano que vem foi previsto em US$ 580 (R$ 3.020) a tonelada, versus US$ 585 (R$ 3.046) em 2022.

 

Mas o volume exportado em 2023 deverá saltar para 93 milhões de toneladas, com a expectativa de que o Brasil colha um recorde 153,5 milhões de toneladas.

 

“A primeira projeção da Abiove para o próximo ciclo aponta para um recorde… Isto se deve a uma maior produtividade — 3.700 quilos por hectare, contra 3.080 observados em 2022…”, disse a associação, citando ainda um aumento da área plantada para 43,1 milhões no próximo ano, ante 41,3 milhões de hectares na safra passada (Reuters, 8/12/22)