Aumento na produção de laranja dá sustentação ao emprego no setor
A melhora do cenário da citricultura nos últimos anos gerou um acelerado aumento de emprego no setor. Os dados do Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados), referentes a 2017, mostraram uma movimentação de 88,4 mil trabalhadores no segmento. Desse número, 51,5 mil foram contratações.
Um dos destaques do setor é o tamanho da safra atual, que poderá ficar próxima de 400 milhões de caixas.
"Será a segunda maior dos últimos 20 anos", diz Ibiapaba Netto, secretário-executivo da CitrusBr (Associação Brasileira dos Exportadores de Sucos Cítricos).
A demanda por mão de obra na citricultura vem da colheita de laranja. Netto destaca, contudo, que a melhora —principalmente a recuperação de preços— favoreceu a manutenção dos trabalhadores nas fazendas para outras atividades, como poda e limpeza dos laranjais.
A caixa de 40,8 quilos valia R$ 9,65 para o produtor em 2013/14. Houve recuperação nos anos seguintes e, em 2016/17, atingiu R$ 24. Nesta safra, está em R$ 19, mostra o Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada).
O elevado preço da laranja em 2016/17 ocorreu devido à produção de apenas 245 milhões de caixas no período.
O pico da movimentação de trabalhadores na citricultura ocorre nos meses de maio e junho. Nesses dois meses, o setor contratou 23,3 mil trabalhadores no ano passado, 45% do total do ano.
Já o maior número de demissões ocorre em dezembro, período em que diminui o ritmo da colheita das frutas.
O desenvolvimento da citricultura, que tem PIB de US$ 6,5 bilhões, deve-se ao avanço agrícola.
A área destinada à atividade recuou para 400 mil hectares. A produtividade, porém, devido ao aumento do número de plantas por hectare, aumentou.
Em 2010, o hectare de pomar tinha, em média, 540 plantas. Em 2016, eram 719 (Folha de S.Paulo, 30/1/18)