14/08/2020

Aurora produziu frango que testou positivo para coronavírus na China

Aurora produziu frango que testou positivo para coronavírus na China

Legenda: Shenzhen identificou uma fábrica da brasileira Aurora como origem de asas de frango que testaram positivo para o coronavírus

O governo da cidade chinesa de Shenzhen identificou hoje (13) uma fábrica da brasileira Aurora como origem de asas de frango que testaram positivo para o novo coronavírus.

 

O governo de Shenzhen identificou a unidade por seu número de registro em uma publicação em seu site oficial, que ao ser checada com registros brasileiros aponta para uma planta da Aurora em Santa Catarina.

A Aurora, que não é listada em bolsa, é a terceira maior empresa do Brasil em processamento de carne de frango e suína. A companhia não respondeu de imediato a um pedido de comentário.

O Ministério da Agricultura do Brasil disse que está consultando sua equipe técnica sobre o assunto, sem detalhar.

O ministério disse antes que não há evidência de que o coronavírus seja transmitido por meio de alimentos ou embalagens de alimentos.

Em meados de julho, a China bloqueou importações de seis frigoríficos brasileiros por preocupações sobre o coronavírus em meio a notícias de milhares de casos da doença entre trabalhadores da indústria.

A Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) afirmou em nota que ainda analisa informações sobre alerta emitido pela China.

A entidade, no entanto, ressaltou em nota que “ainda não está claro em que momento houve a eventual contaminação da embalagem, e se ocorreu durante o processo de transporte de exportação”.

“A ABPA reitera que não há evidências científicas de que a carne seja transmissora do vírus”, acrescentou a associação, que citou organismos internacionais como a Organização Mundial da Saúde (OMS), a Organização das Nações Unidas para a Agricultura e a Alimentação (FAO) e a Organização Mundial de Saúde Animal (OIE).

O alerta do governo de Shenzhen, no sul da China, gera temores no país oriental de que embarques de alimentos contaminados possam causar novos surtos locais da doença (Forbes com Reuters, 13/8/20)


BRF alerta para desafios de testes de coronavírus em produtos, mas garante segurança  BRF

  A testagem de produtos para aferir uma potencial contaminação por coronavírus, como quer a China, é um processo “extremamente complexo”, disseram executivos da BRF nesta quinta-feira, acrescentando que a empresa perdeu negócios de exportação no segundo trimestre em meio à pandemia.

Os executivos afirmaram que apesar das dificuldades logísticas para testar as cargas de alimentos, a empresa pode garantir que seus produtos são seguros para o consumo, pois eles são produzidos em fábricas “higienizadas”.

Após surtos de Covid-19, incluindo em uma fábrica de produtos de carne suína na cidade de Lajeado e em uma de carne de frango em Dourados, a China barrou exportações das duas instalações da BRF.

Os comentários ocorreram em meio à notícia de que o governo da cidade chinesa de Shenzhen identificou nesta quinta-feira uma fábrica da brasileira Aurora Alimentos como origem de asas de frango que testaram positivo para o novo coronavírus.

O governo de Shenzhen identificou a unidade por seu número de registro em uma publicação em seu site oficial, que ao ser checada com registros brasileiros aponta para uma planta da Aurora em Santa Catarina.

A Aurora afirmou em comunicado que até agora não houve qualquer notificação oficial por parte das autoridades chinesas e que a cooperativa aguardará manifestação de autoridades competentes, reafirmando a qualidade e a segurança de seus processos produtivos.

Executivos da BRF disseram que a empresa gastou milhões para controlar e prevenir a disseminação do vírus, confirmando que maiores despesas relacionadas à Covid-19 pesaram em seu desempenho financeiro do segundo trimestre.

Os executivos também disseram que não há funcionários da empresa que testaram positivo para Covid-19 atualmente trabalhando em suas fábricas.

“Sem dúvida que existem casos de Covid em frigoríficos”, disse o presidente-executivo da BRF, Lorival Luz, em conversa com jornalistas. Ele não comentou se algum funcionário da BRF morreu da doença, mas afirmou que qualquer pessoa que teste positivo é imediatamente afastada do trabalho nas fábricas da empresa.

Na quarta-feira, a BRF informou que teve que afastar preventivamente, com remuneração, cerca de 8.200 funcionários, após o início da pandemia. A empresa contratou cerca de 6.700 trabalhadores temporários para substituir aqueles em grupos de risco, enquanto também suspendeu outros funcionários potencialmente infectados após fazer uma busca ativa de casos.

As ações da companhia encerraram o dia em queda de cerca de 8%, enquanto o Ibovespa mostrou variação negativa de 1,6% (Reuters, 13/8/20)