09/02/2024

Banco do Brasil lucra R$ 35,6 bilhões em 2023

Banco do Brasil lucra R$ 35,6 bilhões em 2023

Sede do BB em Brasília-Foto Rafa Neddermeyer Agência Brasil

Sede do BB em Brasília (DF); banco divulgou lucro bilionário nesta quinta 98). Foto Rafa Neddermeyer Agência Brasil

Mesmo com aumento de despesas, estatal tem resultado recorde.

Banco do Brasil teve um lucro líquido ajustado (sem contar itens extraordinários) de R$ 35,56 bilhões em 2023, divulgou o banco nesta quinta-feira (8). Segundo a instituição, esse é o melhor resultado, em termos nominais (sem considerar a inflação), de sua história.

O número é 11,4% maior que o registrado um ano antes (R$ 32 bilhões) e se aproxima das expectativas do mercado. Analistas consultados pela Bloomberg previam um lucro de R$ 35,22 bilhões.

Em termos contábeis, considerando despesas fora do habitual, o lucro foi de R$ 33,8 bilhões, alta anual de 8,7% maior que o registrado um ano antes (R$ 31,1 bilhões).

Apenas no quarto trimestre, o lucro ajustado foi de R$ 9,44 bilhões, um crescimento de 7,5% em relação aos três meses anteriores.

O ROE (retorno sobre o patrimônio líquido, que mede a rentabilidade da operação) do BB melhorou de 21,1% para 21,6%, de um ano para outro, mesmo com aumento na inadimplência e nas despesas.

O crescimento no lucro foi impulsionado pela alta de 27,4% na margem financeira bruta, com maiores volumes e taxas nos empréstimos e receitas de juros dos títulos em tesouraria.

Já a alta nas despesas é fruto da contratação de profissionais de tecnologia e de investimentos em TI.

Na contramão do setor, o banco terminou 2023 com mais funcionários (saldo positivo de 267) e agências (saldo positivo de 9) que no ano anterior, o que levou as despesas a subirem 7,5%, acima da inflação.

Em relação à inadimplência, o índice em contas com mais de 90 dias de atraso, que era de 2,51% ao fim de 2022, subiu para 2,92% em dezembro passado, em um aumento constante a cada trimestre, enquanto a média do sistema financeiro nacional foi de 3,30% ao fim de 2023.

Sem a Americanas, aponta o BB, o índice de inadimplência ao fim do ano passado seria de 2,75%.

A carteira de crédito do banco foi de R$ 1 trilhão em 2022 para R$ 1,11 trilhão em 2023, um crescimento de 10,3%. A alta nos empréstimos foi puxada pelo pilar do banco, o crédito ao agronegócio, que cresceu 14,7% na comparação anual, para R$ 355 bilhões.

Já os empréstimos para pessoa física cresceram 8,1% em 12 meses, para R$ 313 bilhões, influenciada, principalmente, pela alta de 9,8% no desempenho do crédito consignado.

A maior carteira do banco segue sendo a voltada a pessoas jurídicas, que cresceu 9% em 12 meses, com destaque para os desempenhos das operações de capital de giro (7,6%) e de de investimento (20,7%), totalizando R$ 391 bilhões.

A provisão contra créditos duvidosos saltou 82,3%, para R$ 30,5 bilhões no ano passado, incluindo todo o valor devido pela Americanas. Segundo o BB, nos últimos meses de 2023 houve outros agravamentos de risco de crédito no segmento empresas, que demandaram aumento na proteção contra possíveis calotes.

 

Após a divulgação do balanço, o Banco do Brasil anunciou a distribuição de R$ 630 milhões em dividendos e R$ 1,751 bilhão de JCP (Juros sobre Capital Próprio), relativos ao lucro do quarto trimestre de 2023.

Ao todo, serão R$ 0,83 em proventos pagos até 29 de fevereiro, com base nos acionistas da companhia no dia 21 deste mês. O valor será atualizado pela taxa Selic.

O maior acionista do banco é a União, com 50% dos papéis, e deve receber R$ 1,19 bilhão.

RAIO-X | BANCO DO BRASIL

Fundação: 1808
Lucro em 2023: R$ 35,56 bilhões
Agências: 3.992
Funcionários: 86.220
Principais concorrentes: Itaú Unibanco, Bradesco, Santander e Caixa Econômica Federal (Folha, 9/2/24)