28/07/2022

Banco prevê melhoras para a suinocultura no segundo semestre

Banco prevê melhoras para a suinocultura no segundo semestre

suinos Imagem Pixabay

Cenário ainda não é totalmente favorável, mas será melhor do que no primeiro semestre, segundo Rabobank.

Um pequeno alento para os produtores brasileiros de suínos. O segundo semestre deste ano deverá ser melhor do que o primeiro em preços e em demanda.

Um aumento nas importações chinesas permitirá uma evolução melhor dos negócios e dos preços de mercado. É o que esperam analistas do Rabobank, um banco especializado em agronegócio.

Segundo o banco, as importações chinesas, que recuaram 54% nos cinco primeiros meses, deverão cair de 25% a 30% durante o ano todo, o que mostra uma melhora no segundo semestre.

Além dos chineses, outros importadores, como Japão, também deverão elevar as compras externas. Na avaliação dos analistas do Rabobank, o consumo de carne suína se mantém resiliente.

Por não ser uma carne tão cara, mas também não muito barata, tem um movimento de alteração de consumo bastante lento.

No Brasil, a renda do produtor está aumentando, mas ainda traz desafios. As exportações, que acumularam queda de 10% no primeiro semestre, deverão fechar o ano com redução de 4% a 6%, em volume, segundo o banco.

Embora as exportações para a China, o principal mercado do país, tenham caído, o Brasil conseguiu exportar a proteína para outros mercados.

A demanda por carne suína cresce também na América do Norte e na União Europeia. Em alguns países asiáticos, porém, devido aos efeitos da peste suína africana, o consumo cai.

Um alívio para os produtores é que os custos de energia e dos grãos tiveram redução nos últimos meses, melhorando as margens.

Traçar cenários para o segundo semestre, no entanto, não está fácil. Os analistas do Rabobank alertam que os produtores devem ficar atentos às condições macroeconômicas mundiais.

Nesta quarta-feira (27), o Fed (Banco Central dos EUA) voltou a elevar a taxa de juros, trazendo mais para perto das economias uma possível recessão.

A suinocultura vai depender também dos resultados da safra de grãos nos Estados Unidos, onde o clima, por ora, não tem auxiliado as lavouras.

As restrições impostas pela Covid e novos focos de peste suína africana em importantes países produtores também são motivos de preocupação, segundo os analistas.

Diante desses desafios, o produtor precisa ficar atento, ainda, ao comportamento do consumidor perante preços elevados e inflação crescente.

No Brasil, a arroba teve como referência R$ 140 nesta quarta-feira (27) na Bolsa de Suínos. Há um mês, estava em R$ 115, segundo a Associação Paulista de Criadores de Suínos (28/7/22)