15/06/2022

Bank of America: A ação do agronegócio que não tem motivo para compra

Bank of America: A ação do agronegócio que não tem motivo para compra

USINA JALLES MACHADO  ReproduçãoJalles Machado

Por Lucas Eurico Simões

 O Bank of America manteve sua recomendação de venda (underperform, desempenho abaixo do mercado) para uma ação do agronegócio brasileiro, após se decepcionar com o resultado divulgado (e o que o futuro reserva para a companhia).

A empresa agro em questão é a Jalles Machado (JALL3), que atua na produção de açúcar e etanol, cujos resultados da safra 2021/22 vieram aquém do esperado pelo banco norte-americano.

Analistas reiteram a vendas das ações da Jalles Machado e estimam preço-alvo de R$ 10 nos próximos 12 meses.

O Ebitda ajustado (lucro antes de impostos, depreciação e amortização) da Jalles Machado no período veio 20% abaixo das expectativas do Bank of America.

Ainda assim, a companhia sucroenergética reportou lucro líquido de R$ 387,9 milhões, salto de 127% na comparação com a safra de cana-de-açúcar anterior.

O que há de errado com a Jalles Machado?

A pedra no sapato da Jalles Machado se dá por sua baixa exposição ao mercado spot de açúcar, que no momento negocia com preços bastantes atrativos a commodity, além de medidas do governo para baratear os combustíveis.

“O guidance [projeção financeira] da Jalles para a próxima safra é forte com moagem de 5,3 milhões de toneladas de cana , mas não resolve os problemas no caminho. Baratear a gasolina é um risco para toda a cadeia produtiva do etanol, que entra na mistura do combustível”, afirma o Bank of America.

Outro fator que entra na conta dos analistas é a pressão inflacionária nos custos de produção da Jalles Machado, com a disparada dos preços de insumos agrícolas, do maquinário e da tomada de crédito.

Intraday

Nesta terça-feira (14), por volta do meio dia (horário de Brasília), as ações ordinárias da Jalles Machado operavam em queda de 2,84%, negociadas a R$ 8,91 cada.

No mesmo instante, o Ibovespa (IBOV) caía 0,58% com 102.002,15 pontos, acompanhando o movimento de aversão ao risco global (Money Times, 14/6/22)