10/01/2025

Bayer compra ativos de camelina de olho em demanda para biocombustíveis

Bayer compra ativos de camelina de olho em demanda para biocombustíveis

A camelina é uma oleaginosa que pode ser plantada tanto na primavera como no inverno. Foto Robert Flogaus Faust - Wikimedia Commons

Cultura é apontada como matéria-prima para combustível sustentável de aviação (SAF) e diesel renovável.

Bayer acertou a compra do germoplasma e da propriedade intelectual de uma empresa canadense sobre sementes de camelina, cultura que é apontada como potencial matéria-prima para biocombustíveis avançados, como o combustível sustentável de aviação (SAF) e o diesel renovável (HVO). O valor do negócio não foi revelado.

A camelina é uma oleaginosa que pode ser plantada tanto na primavera como no inverno, em diversas regiões do planeta, e é semiperene. Seu uso é considerado pelo Esquema de Compensação e Redução de Carbono para Aviação Internacional (Corsia, na sigla em inglês) como uma das matérias-primas possíveis para a produção de biocombustíveis avançados pela rota de óleos vegetais (HEFA, na sigla em inglês).

Segundo o Corsia, a pegada de emissões da camelina é de 28,6 gramas de carbono equivalente por megajoule de energia gerada.

“A camelina é uma lavoura de cultivo curto e tolerante á seca, que oferece aos produtores uma alternativa de cultivo de baixo insumo para terras marginais ou que podem ser cultivadas em entressafras”, detalhou Jennifer Ozimkiewicz, líder de estratégia de cultivo de soja e de biocombustíveis da divisão de Crop Science da Bayer, em nota.

A cultura já é alvo de interesse de outras gigantes do agronegócio. Em 2023, a Bunge e a Chevron compraram uma empresa argentina focada no cultivo da camelina com o objetivo de atender à demanda por matérias-primas para os novos biocombustíveis.

A camelina não deve ser a única cultura que a Bayer pretende fomentar para a cadeia de biocombustíveis avançados. Em comunicado, a companhia disse que 2025 será um ano para estabelecer “novas cadeias de suprimento de combustíveis renováveis para entregar combustíveis com baixa intensidade de carbono em relação aos combustíveis tradicionais”.

A multinacional alemã já atua desde 2022 na cultura de CoverCree, uma cultura de cobertura oleaginosa de inverno que captura carbono no solo, e ontem anunciou uma parceria com a gigante norueguesa de combustíveis Neste para aumentar a escala de produção de canola, o que deve resultar em um novo híbrido da cultura em 2027 (Globo Rural, 9/1/25)