10/10/2022

Boi: Análise Conjuntural Agromensal Setembro/22 Cepea/Esalq/USP

Boi: Análise Conjuntural Agromensal Setembro/22 Cepea/Esalq/USP

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Mesmo diante do intenso ritmo das exportações brasileiras nos dois últimos meses – os volumes embarcados ficaram acima das 200 mil toneladas –, os valores do boi gordo estiveram enfraquecidos no mercado interno ao longo de setembro. No acumulado do mês, o Indicador do boi gordo CEPEA/B3 (estado de São Paulo) caiu 1,7%, encerrando o mês a R$ 303,95.

 

A média mensal do Indicador foi de R$ 303,35, sendo 3,3% abaixo do de agosto/22 e 8,08% inferior ao de setembro/21, em termos reais (os valores foram deflacionados pelo IGP-DI). A pressão vem sobretudo da fraca demanda doméstica por carne, que tem feito com que frigoríficos limitem as compras de lotes de animais para abate.

 

Além disso, a oferta de boi gordo pronto para abate vem, ainda que ligeiramente, crescendo em muitas regiões. No mercado atacadista de carne da Grande São Paulo, a carcaça casada bovina foi negociada à média de R$ 19,39/kg no encerramento de setembro, com desvalorização de 0,21% em relação do fechamento do mês anterior.

 

Trata-se, também, do menor valor diário desde meados de novembro do ano passado, em termos nominais. A média de setembro foi de R$ 19,57/kg, com recuos de 1,9% na comparação mensal e de expressivos 10,5% na anual, e a menor desde outubro de 2019, em termos reais.

 

EXPORTAÇÕES

As exportações brasileiras de carne bovina in natura somaram em setembro mais de 200 mil toneladas, conforme indicam dados da Secex analisados pelo Cepea. Trata-se do segundo mês seguido em que as vendas externas da proteína ficam acima desta quantidade.

 

Assim, depois de somarem 203,23 mil toneladas em agosto/22, o volume de carne bovina in natura exportado em setembro foi de 203,03 mil toneladas, ligeiro recuo de 0,1% na comparação entre esses dois meses, segundo dados da Secex. Já em relação ao volume de setembro do ano passado, houve avanço de mais de 8%.

 

Diante disso, em 2022 (de janeiro a setembro), os embarques da proteína totalizam 1,5 milhão de toneladas, um recorde quando considerados os primeiros nove meses de anos anteriores. Além disso, o volume escoado na parcial de 2022 está apenas 4% abaixo da quantidade exportada em todo o ano de 2021 (Assessoria de Comunicação, 6/10/22)