29/11/2018

Bovespa fecha em alta e volta ao patamar de 89 mil pontos

Painel eletrônico na Bovespa, em São Paulo

Mercado reagiu ao discurso do presidente do Fed de que alta de juros nos EUA pode ser mais suave.

O principal índice da bolsa brasileira, a B3, fechou em alta nesta quarta-feira (28) e voltou ao patamar de 89 mil pontos, após declarações do presidente do Federal Reserve (Fed, banco central norte-americano), Jerome Powell, dar indícios de que o ciclo de alta dos juros nos Estados Unidos pode ser mais suave.

O Ibovespa subiu 1,55%, a 89.250 pontos. Na mínima do dia, foi a 87.153 pontos e, na máxima, chegou a 89.482 pontos.  O recorde de fechamento da bolsa foi em 5 de novembro, quando o índice chegou a 89.598 pontos.

O presidente do Fed afirmou em um evento em Nova York que as taxas de juros ainda estão baixas para os padrões históricos e permanecem um pouco abaixo das estimativas do nível que seria neutro para a economia - isto é, nem acelerando nem desacelerando o crescimento.

De acordo com o analista Filipe Villegas, da corretora Genial, a afirmação de Powell ajudou a dissipar receios no mercado quanto a uma elevação dos juros norte-americanos maior que o Fed vinha sinalizando. "Era um dos eventos mais aguardados do dia e o tom foi bastante positivo", afirmou Villegas em entrevista concedida para a Reuters.

Juros mais altos nos EUA têm potencial para atrair recursos aplicados em mercados emergentes.

Entre os destaques do dia, a Vale subiu 4,77%, principal contribuição positiva para o Ibovespa, após as ações da mineradora recuarem nos últimos seis pregões, acumulando no período declínio de quase 12%.

Já o papel preferencial da Petrobras recuou 0,59%, após subir mais de 5% na véspera, tendo de pano de fundo dificuldades em torno de um acordo para a votação do projeto de cessão onerosa

Na véspera, a bolsa fechou em alta de 2,74%, aos 87.891 pontos.

Perspectivas

Pesquisa Reuters publicada nesta quarta-feira estima que o Ibovespa deve ampliar os ganhos deste ano em 2019, encerrando o próximo ano em 107.500 pontos, segundo mediana de 10 previsões de operadores e estrategistas.

Se a previsão deles de que o principal índice da bolsa paulista vai terminar 2018 em 92 mil pontos se provar correta, isso representará uma valorização de 17% em 2019, totalizando avanço de quase 150% desde o final de 2015.

Em comparação, o índice mexicano S&P/BVM IPC deve encerrar 2018 em 45.100 pontos e então avançar 11% em 2019 para 50 mil pontos, entregando um retorno pouco maior que a taxa de juros do país de 8% (G1, 28/11/18)