Bovespa fecha em alta e volta ao patamar de 89 mil pontos
Mercado reagiu ao discurso do presidente do Fed de que alta de juros nos EUA pode ser mais suave.
O principal índice da bolsa brasileira, a B3, fechou em alta nesta quarta-feira (28) e voltou ao patamar de 89 mil pontos, após declarações do presidente do Federal Reserve (Fed, banco central norte-americano), Jerome Powell, dar indícios de que o ciclo de alta dos juros nos Estados Unidos pode ser mais suave.
O Ibovespa subiu 1,55%, a 89.250 pontos. Na mínima do dia, foi a 87.153 pontos e, na máxima, chegou a 89.482 pontos. O recorde de fechamento da bolsa foi em 5 de novembro, quando o índice chegou a 89.598 pontos.
O presidente do Fed afirmou em um evento em Nova York que as taxas de juros ainda estão baixas para os padrões históricos e permanecem um pouco abaixo das estimativas do nível que seria neutro para a economia - isto é, nem acelerando nem desacelerando o crescimento.
De acordo com o analista Filipe Villegas, da corretora Genial, a afirmação de Powell ajudou a dissipar receios no mercado quanto a uma elevação dos juros norte-americanos maior que o Fed vinha sinalizando. "Era um dos eventos mais aguardados do dia e o tom foi bastante positivo", afirmou Villegas em entrevista concedida para a Reuters.
Juros mais altos nos EUA têm potencial para atrair recursos aplicados em mercados emergentes.
Entre os destaques do dia, a Vale subiu 4,77%, principal contribuição positiva para o Ibovespa, após as ações da mineradora recuarem nos últimos seis pregões, acumulando no período declínio de quase 12%.
Já o papel preferencial da Petrobras recuou 0,59%, após subir mais de 5% na véspera, tendo de pano de fundo dificuldades em torno de um acordo para a votação do projeto de cessão onerosa
Na véspera, a bolsa fechou em alta de 2,74%, aos 87.891 pontos.
Perspectivas
Pesquisa Reuters publicada nesta quarta-feira estima que o Ibovespa deve ampliar os ganhos deste ano em 2019, encerrando o próximo ano em 107.500 pontos, segundo mediana de 10 previsões de operadores e estrategistas.
Se a previsão deles de que o principal índice da bolsa paulista vai terminar 2018 em 92 mil pontos se provar correta, isso representará uma valorização de 17% em 2019, totalizando avanço de quase 150% desde o final de 2015.
Em comparação, o índice mexicano S&P/BVM IPC deve encerrar 2018 em 45.100 pontos e então avançar 11% em 2019 para 50 mil pontos, entregando um retorno pouco maior que a taxa de juros do país de 8% (G1, 28/11/18)