07/11/2024

Brasil cai para 3º lugar em ranking de juros reais apesar de alta da Selic

Brasil cai para 3º lugar em ranking de juros reais apesar de alta da Selic

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País foi ultrapassado pela Rússia, que promoveu alta de dois pontos percentuais; os dois países foram os únicos da lista a elevar taxas.

 

O Brasil caiu da segunda para a terceira posição no ranking mundial de juros reais, após o aumento da taxa básica para 11,25% ao ano na reunião do Copom (Comitê de Política Monetária) do Banco Central desta quarta-feira (6).

 

O país foi ultrapassado pela Rússia, que promoveu uma alta de dois pontos percentuais no final de outubro.

 

O juro real no Brasil está em 8,08% ao ano, valor inferior apenas ao da Turquia (15,18%) e da Rússia (12,19%), segundo ranking elaborado pelo Portal MoneYou. A posição seria a mesma caso o juro tivesse sido elevado em 0,25 ou 0,75 ponto percentual, segundo a mesma simulação.

O levantamento mostra que a maioria dos países cortou juros recentemente e que os bancos centrais brasileiro e russo foram os únicos a promover aperto monetário entre as 40 economias do ranking.

 

Os dois países também seguem distantes da taxa média entre as economias selecionadas, que é de 1,10% ao ano.

 

A taxa real é uma combinação da inflação projetada para os próximos 12 meses, de 4,30% considerando dados do relatório Focus do BC, e dos juros de mercado de 12 meses à frente —utilizando o contrato de Depósito Interbancário.

 

Houve aumento tanto dos juros como da inflação projetados em relação à última reunião do Copom.

Entre as economias mais relevantes, oito países possuem juro real negativo, entre eles, Japão (-1,64%) e Argentina (-33,66%).

Em termos nominais, o Brasil se manteve na quarta colocação. Fica abaixo de Turquia (50%), Argentina (35%) e Rússia (21%), considerando as 40 economias mais representativas. A média geral é de 6,81% ao ano.

 

GLOSSÁRIO

Taxa básica de juros
A taxa Selic é a referência para os demais juros da economia. Trata-se da taxa média cobrada em negociações com títulos emitidos pelo Tesouro Nacional, registradas diariamente no Selic (Sistema Especial de Liquidação e de Custódia)

Taxa real de juros
Considera uma taxa nominal, a Selic, por exemplo, descontada a inflação

Taxa real ex-ante
Calculada olhando para a frente (taxa esperada), com base nas projeções para juros e inflação. É a mais relevante para a política monetária, pois influencia decisões futuras de investimento e consumo

Taxa real ex-post
Calculada olhando para trás (taxa verificada), com base nos juros e na inflação nos últimos 12 meses, por exemplo. Serve para avaliar um investimento já realizado

Copom (Comitê de Política Monetária)
Órgão do Banco Central, formado pelo seu presidente e diretores, que define, a cada 45 dias, a taxa básica de juros da economia, a Selic

IPCA
Indicador medido pelo IBGE que serve como meta de inflação. A meta é definida pelo CMN (Conselho Monetário Nacional), órgão que tem a participação do BC, do ministro da Fazenda ou da Economia e de outros membros da equipe econômica (Folha, 7/11/24)