23/11/2020

Brasil certifica 160 mil sacas de café de qualidade em Nova York Café

Brasil certifica 160 mil sacas de café de qualidade em Nova York Café

Por Giovanni Lorenzon

Legenda:Movimento técnico na bolsa com o café esconde alto volume de certificação do produto brasileiro (Imagem: Valter Campanato / Agência Brasil)

Neste momento de transição do mercado internacional de café, quando a safra brasileira vendida já se esgotou, e Nova York opera especulando com o clima para o próximo ciclo, a novidade é o arábica nacional de melhor qualidade certificado em grandes volumes na bolsa de commodities.

Levantamento da Cooxupé, sob registros da ICE Futures, atesta 160 mil sacas até o momento, possivelmente para entrega em março.

“É a primeira vez que acontece uma certificação nesse volume de café brasileiro. Antes era residual, muito pouco”, afirma Lúcio Dias, superintendente comercial da maior cooperativa produtora e exportadora.

O café certificado pela ICE é o tipo arábica lavado, que resulta em grãos de qualidade superior aos não lavados. E a maior parte do café arábica brasileiro é de grãos não lavados, também classificados de naturais. Cresce, inclusive, a produção de semi-lavados.

Embora a bolsa de Nova York tenha autorizado a certificação do produto brasileiro em 2010, somente em 2013 foi registrado o primeiro lote, mas com o volume atual o País entra definitivamente para o clube que tem Colômbia e Honduras (bem menos que o sul-americano), as principais origens desse café certificado.

E mesmo com essa oferta maior brasileira certificada, os preços na bolsa se mantêm firmes, o que para Dias é sinônimo de que esse café “foi adquirido em agosto, ou até mesmo antes, e estava no hedge”.

O real desvalorizado ajudou também nesse movimento.

As baixas verificadas nesta sexta (20) foram movimentos tidos como técnicos pelo executivo da Cooxupé. Os fundos tentaram fazer uma nova máxima, não conseguiram, e venderam.

O contrato março fechou em 118.05 centavos de dólar por libra-peso, perdendo 5,15 pontos, em torno de 4,30% (Money Times, 20/11/20)