Brasil e Argentina abrem as porteiras para negociações agrícolas
Dependente do trigo, malte e cevada argentina, os brasileiros exportam pouco para os vizinhos.
O ministro da Agricultura, Pecuária e Pesca da Argentina, Luis Basterra, virá ao Brasil para negociações com a ministra Tereza Cristina. O representante argentino deverá chegar na segunda-feira (8) e retornar na quarta (10).
Na terça-feira (9), almoça com a ministra brasileira. Na pauta de negociações, o Brasil quer vender mais frutas tropicais para o país vizinho, enquanto eles querem colocar mais uva fresca e camarão no mercado brasileiro.
A balança comercial entre os dois países, considerando-se apenas a agropecuária, é bastante favorável à Argentina, uma situação impossível de ser revertida, pelo menos a curto prazo.
Em 2020, o Brasil exportou o correspondente a US$ 654 milhões para a Argentina. No mesmo período, os argentinos exportaram US$ 3,1 bilhões para os brasileiros.
A soja liderou as vendas brasileiras para os vizinhos, seguida de carne suína. Embora os argentinos sejam o terceiro maior produtor mundial de soja, eles esmagam a maior parte do que produzem.
No ano passado, como ocorreu no Brasil, as vendas para a China foram muito intensas, e o país precisou completar a demanda interna com importações.
Já a lista de importações brasileiras de produtos agrícolas argentinos é extensa. O trigo custou ao Brasil US$ 1 bilhão no ano passado. Leite e derivados vieram a seguir com valor superior a US$ 300 milhões.
Malte, cevada, batata, alho e frutas também engrossam essa lista (Folha de S.Paulo, 5/3/21)