10/12/2019

Café: Análise Agromensal Cepea/Esalq Novembro 2019

Café: Análise Agromensal Cepea/Esalq Novembro 2019

Novembro foi marcado por forte recuperação dos preços do café arábica. O Indicador CEPEA/ESALQ do tipo 6, bebida dura para melhor, posto na capital paulista, teve média de R$ 475,11/saca de 60 kg, acentuada elevação de 12,7% frente a outubro e de 2,9% em um ano, em termos reais (valores foram deflacionados pelo IGP-DI de out/19).

 

O impulso se deve, principalmente, à alta dos futuros da variedade e à demanda aquecida, especialmente para os cafés de melhor qualidade. Vale apontar que, a partir de meados do mês, o Indicador voltou a superar os R$ 500/sc, retornando aos patamares reais do final de 2017.

MERCADO EXTERNO

No cenário externo, os valores foram influenciados por fatores técnicos e por preocupações com a oferta do grão ao longo de 2020. Além da menor produção brasileira na temporada 2019/20 (bienalidade negativa), o percentual de café já comercializado da atual e da safra 2020/21 está mais elevado, uma vez que, com a forte recuperação dos preços em novembro e dólar valorizado, a comercialização de cafés nos mercados físico e futuro tem sido intensa.

 

Além disso, notícias de uma possível quebra na produção no próximo ano, como na América Central, também manteve o cenário de alta. A média de todos os contratos negociados na Bolsa de Nova York (ICE Futures) em novembro foi de 112,17 centavos de dólar por librapeso, forte avanço de 11,9% em relação a outubro/19.

 

Vale apontar que o contrato Março/20 voltou aos níveis próximos dos 120 centavos de dólar por libra-peso, renovando as máximas de mais de um ano. Quanto ao dólar, fechou com média de R$ 4,158, valorização de 1,8% frente ao mês anterior.

 

 

CAMPO

Em novembro, as chuvas retornaram para as regiões produtoras de arábica e robusta. Segundo dados do Inmet (Instituto Nacional de Meteorologia), foram registradas precipitações acima de 200 mm em praticamente todas as praças acompanhadas pelo Cepea, com exceção das estações de Londrina (PR), Marília (GarçaSP) e Varginha (Sul de Minas), onde os acumulados foram de, respectivamente, 167,7 mm, 135,8 mm e 84,2 mm. Com o retorno das chuvas, agentes apontam que as lavouras vêm se recuperando, devendo manter um bom potencial produtivo para 2020/21.

 

Esse cenário, aliado às maiores cotações, fez com que produtores realizassem os tratos nas lavouras conforme recomendado, também devendo contribuir para o potencial produtivo na próxima safra. Ressalta-se, contudo, que, para a maior parte dos colaboradores consultados pelo Cepea, a próxima temporada pode não superar o volume da safra 2018/19, que foi recorde.

 

Neste caso, agentes se fundamentam no clima mais seco até as primeiras semanas de outubro e na leve redução dos tratos culturais nos primeiros meses de desenvolvimento (uma vez que os preços do café estavam em níveis baixos), o que levou à perda de algumas flores e chumbinhos. Estimativas mais precisas sobre o volume da safra poderão ser feitas após o enchimento dos grãos, que deve ocorrer em dezembro (Assessoria de Comunicação, 6/12/19)