Café: Análise Conjuntural Agromensal Cepea/Esalq/USP de Julho/2022
LAVOURA CAFE Foto DivulgaçãoGrupo Montesanto Tavares
As cotações domésticas do café arábica terminaram julho em queda. O Indicador CEPEA/ESALQ do arábica tipo 6, posto na capital paulista, fechou a R$ 1.300,89/sc de 60 kg no dia 29, recuo de 60,31 Reais/sc (ou de 4,4%) em relação a 30 de junho. A pressão veio tanto da queda dos valores externos do grão como do avanço da colheita da safra 2022/23 no Brasil.
No front externo, os futuros do café arábica oscilaram com força no mês, mas, no balanço, o quadro ainda foi de queda, devido principalmente às preocupações com o baixo crescimento econômico chinês e aos temores de uma recessão global.
Além disso, o FED (Banco Central dos EUA) segue com expectativa de alta dos juros americanos. Assim, o contrato Setembro/22 do arábica tipo 6 terminou julho a 217,20 centavos de dólar por libra-peso na Bolsa de Nova York (ICE Futures), recuo de 5,6% em relação ao último dia útil de junho.
No campo brasileiro, a colheita da safra 2022/23 do café arábica avançou em julho. Dados levantados pelo Cepea junto a colaboradores indicam que as atividades no campo se aproximavam dos 60% do total esperado para esta temporada. Regionalmente, o Noroeste do Paraná está com os trabalhos mais avançados, visto que tem menor volume a ser colhido, totalizando entre 80% e 90% da área.
Na região de Garça (SP), a porcentagem está entre 60% e 70%, seguida pelo Cerrado Mineiro, cujas estimativas de colheita estão entre 57% e 67%. No Sul de Minas, a colheita avançou entre 55% e 65%. Por fim, nas Matas de Minas (Zona da Mata), esse percentual é de 50% a 55%. Diante desse percentual colhido, cafeicultores reforçam uma importante quebra para esta temporada em relação a outras safras de bienalidade positiva.
No entanto, a atual produção tem sido marcada por grãos de boa qualidade de bebida, por conta do clima seco durante a colheita. Quanto à comercialização, a alta volatilidade das cotações e a menor produção levaram cafeicultores a serem mais cautelosos nas vendas de seus lotes, tanto no mercado físico quanto no futuro. Assim, a liquidez interna em julho foi baixa em relação ao mesmo período dos últimos anos (Assessoria de Comunicação, 9/8/22)