08/12/2020

Café: Análise Conjuntural Agromensal Novembro/2020 Cepea/Esalq/USP

Café: Análise Conjuntural Agromensal Novembro/2020 Cepea/Esalq/USP

Os preços domésticos do café arábica voltaram a avançar em novembro, impulsionados especialmente pela valorização externa nos futuros da variedade e pela retração vendedora. A média do Indicador CEPEA/ESALQ do tipo 6 bebida dura para melhor, posto na capital paulista, fechou a R$ 565,46/saca de 60 kg, aumentos de 28,86 Reais por saca (ou de 5,3%) em relação à de outubro e de 1,9% frente à de novembro/19, em termos reais (os valores foram deflacionados pelo IGP-DI de outubro/20). O movimento de alta teve mais força na última semana do mês, quando as cotações voltaram a operar perto dos R$ 600/sc.

 

No mercado internacional, os futuros foram influenciados por fatores técnicos e por preocupações quanto ao clima nas principais regiões produtoras do mundo. Enquanto no Brasil as expectativas são de que o tempo quente e seco até outubro tenha agravado a quebra de produção em 2021/20, na América Central, furacões e enchentes têm prejudicado os cafezais e afetado a logística da cadeia. Agências de notícias relatam danos nos cafezais de Honduras, maior país produtor da região e importante origem que compõe os estoques certificados da Bolsa de Nova York (ICE Futures).

 

Produtores ainda estavam avaliando a dimensão dos estragos, mas o Instituto Nacional do Café de Honduras (IHCAFE) apontou que milhares de sacas, que poderiam ser exportadas, foram comprometidas. Assim, a média de todos os contratos negociados na Bolsa de Nova York (ICE Futures) foi de 114,90 centavos de dólar por libra-peso, elevação de 5,1% frente a outubro. Quanto ao dólar, teve média de R$ 5,422 no mês, desvalorização de 3,7% no mesmo comparativo. Em relação aos negócios, foram mais agitados no final de novembro, devido à forte alta dos preços.

 

Ainda assim, a liquidez seguiu limitada, uma vez que grande parte dos produtores está mais capitalizada – em função das vendas realizadas em meses anteriores – e, por isso, aguarda maior valorização do café para comercializar novoslotes.

 

CAMPO

Chuvas ocorreram todas as regiões produtoras de arábica em novembro. Porém, agentes apontam que, na maior parte das lavouras, as precipitações seguem dispersas e abaixo do ideal. Segundo dados do Inmet (Instituto Nacional de Meteorologia), Patrocínio (Cerrado Mineiro) teve o maior acumulado em novembro, com 141,8 mm, seguido de Franca (Mogiana – SP), com 106,4 mm, Londrina (PR), com 102,5 mm, Marília (Garça – SP), com 71,4 mm e Varginha (Sul de Minas), com apenas 36,8 mm.

 

Na Zona da Mata (MG), não houve dados de precipitação, porém, agentes apontam que as chuvas têm sido um pouco mais volumosas, favorecendo os cafezais. De maneira geral, agentes apontam que, ainda que as chuvas tenham auxiliado em partes na recuperação das lavouras, a seca nos meses anteriores já teria comprometido o potencial produtivo da próxima safra 2021/22 (Assessoria de Comunicação, 4/12/20)