17/06/2020

Café e isolamento social se dão muito bem, o que eleva o consumo da bebida

Projeto Mulheres do Café oferece cursos de aperfeiçoamento profissional e pessoal para produtoras do Paraná

Legenda: Projeto Mulheres do Café oferece cursos de aperfeiçoamento profissional e pessoal para produtoras do Paraná Yasmin Schafer/Emater-PR/

 

Para presidente do Sindicafé-SP, outros fatores também colaboram para demanda mundial recorde.

Isolamento em casa e café se dão muito bem. E esse pode ser um dos motivos de o consumo mundial bater o recorde neste ano, segundo Nathan Herszkowicz, presidente-executivo do Sindicafé-SP (Sindicato das Indústrias de Café do Estado de São Paulo).

Só isso, porém, não explica a evolução que o setor vem obtendo recentemente, segundo ele.
Na semana passada, o Usda (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) estimou que o consumo mundial de café deverá chegar ao recorde de 166,3 milhões de sacas.

Aumento de consumo e números recordes virão da União Europeia, principal consumidora mundial, dos Estados Unidos, do Brasil e até da China, embora o consumo deste último país fique bem distante do dos países citados anteriormente.

 

Na avaliação do Usda, a União Europeia deverá consumir 46,3 milhões de sacas de café na safra 2020/21. Nos Estados Unidos, o consumo subirá para 27,3 milhões, e no Brasil ficará em 23,5 milhões de sacas.

A China, o mercado do sonho do setor, devido ao tamanho da população do país, consumirá 3,4 milhões de sacas, o maior volume registrado até então. O Japão, outro importante consumidor mundial, utilizará 8,1 milhões de sacas.

Herszkowicz acredita que o fenômeno atual não é isolado, mas que consumo de café continuará crescendo.

Aromas e sabores da bebida atraem cada vez mais os consumidores, que não ficam limitados apenas a um tipo de café, mas querem experimentar as bebidas provindas de várias regiões produtoras.

Outro fator de crescimento é a participação dos jovens. Os novos consumidores exigem sustentabilidade e saudabilidade, características que o café tem, segundo o presidente do Sindicafé.

“O café está em transformação. A bebida de hoje não é a mesma do passado e sofrerá boa evolução no futuro”, segundo Herszkowicz.

Para o presidente do Sindicafé, o café é um companheiro assíduo do trabalho, dá energia e desperta o raciocínio. Essas características explicam a atratividade da bebida.

Os números do Usda para a safra 2020/21 indicam que a produção mundial será recorde, atingindo 176 milhões de sacas, 10 milhões de sacas acima do consumo.

O Brasil, principal produtor mundial, obterá o recorde de 67,9 milhões de sacas, das quais 47,8 milhões serão do tipo arábica e 20,1 milhões de café robusta.

O Brasil é líder mundial na produção de café arábica, e o Vietnã está à frente na de café robusta.
Brasil, Vietnã e Colômbia lideram a produção e a exportação mundiais de café (Folha de S.Paulo, 17/6/20)