Café: Exportação em nov. cresce 15,4% ante nov/22, mas receita recua 10%
CAFE EXPORTACAO- Foto Pixbay.jpg
O Brasil exportou em novembro 4,329 milhões de sacas de 60 kg de café, 15,4% mais que os 3,750 milhões de sacas embarcados em igual mês de 2022. A receita cambial recuou 10,2%, para US$ 810,4 milhões, informou há pouco o Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé).
"Em novembro, seguimos observando o significativo desempenho das remessas dos cafés canéforas (robusta e conilon) ao exterior, que, com 856 mil sacas, subiram 678% em relação a idêntico período do ano passado", destacou, em nota, o presidente da entidade, Márcio Ferreira. Nos cinco primeiros meses da safra 2023/24 (julho a novembro), as exportações do produto totalizam 18,774 milhões de sacas (+16,2%) e a receita, US$ 3,673 bilhões (-5,1%).
No acumulado do ano (janeiro a novembro), o Brasil exportou 35,004 milhões de sacas de café, 3,2% abaixo dos 11 meses de 2022, com receita 15,3% menor, de US$ 7,222 bilhões.
Ferreira voltou a ressaltar as dificuldades logísticas para o embarque de café, observadas desde a pandemia. Ele cita Boletim Detention Zero (DTZ), elaborado pela ElloX Digital em parceria com o Cecafé, que aponta alterações em 81% das escalas de navios no Porto de Santos (SP), atingindo o maior índice de atrasos em 2023 ao superar os 76% apurados em outubro.
O boletim também destaca que, no mês passado, apenas 17% dos procedimentos de embarque tiveram prazo superior a quatro dias de gate aberto por navios. Outros 52% possuíram entre três e quatro dias e 30% tiveram menos de dois dias.
No que se refere à aquecida demanda pelos cafés canéforas nacionais, Ferreira explica que o incremento significativo se dá pelo contínuo avanço na produção de conilon e robusta no Brasil, resultado, principalmente, de ganhos relevantes de produtividade, novos plantios e melhoria contínua da qualidade.
“Os preços remuneradores no mercado interno e, mais recentemente, também no mercado externo têm viabilizado esse esforço por parte dos produtores e podemos dizer que toda a cadeia está atenta ao aumento da demanda, seja por dificuldades climáticas em outros países produtores, como Indonésia e Vietnã, ou pelo incremento de robusta e conilon nos blends no cenário do consumo mundial”, revela.
Nesse sentido, conforme ele, os efeitos do El Niño afetaram, nos últimos 45 dias, as regiões produtoras de robusta no Brasil, principalmente norte do Espírito Santo e sul da Bahia. “Neste fim de semana, houve alívio com o retorno de alguma chuva, que precisamos que continue para que possamos manter, ou até mesmo aumentar, esses volumes. Em se estabilizando a questão climática, as perspectivas são positivas, pois o Brasil segue competitivo em relação aos seus principais concorrentes”, completa (Broadcast, 11/12/23)