03/07/2020

Cafeicultores veem boa qualidade da safra à medida que colheita avança

Ministério da Agricultura divulga regras de subvenção para Prêmio ...

(Foto: Divulgação/Grupo Montesanto Tavares)

Produtores de café do Brasil, maior produtor e exportador global da commodity, sinalizaram na noite de quinta-feira que a safra nacional será volumosa e terá boa qualidade, com as condições climáticas favorecendo os trabalhos de colheita até o momento.

Mesmo as áreas que terão uma produção abaixo do potencial em volume, como o Cerrado Mineiro, deverão ter uma safra de alta qualidade.

“A colheita atingiu até o momento em torno de 30%... por enquanto as bebidas estão excelentes, bom percentual de peneiras 16 acima”, disse o presidente da Federação dos Cafeicultores do Cerrado, Francisco Sergio de Assis.

Durante uma live promovida pelo Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé), ele observou que a colheita na região atrasou em função da maturação mais tardia, mas isso não chega a ser um problema.

“Iniciamos a colheita com muito (café) cereja, 60%...”, ressaltou, explicando que à medida que os trabalhos avançaram o índice de grãos vermelhos diminuiu.

“Colheita muito boa, o produtor está fazendo sua parte, se o clima ajudar, teremos colheita de excelente qualidade”, afirmou Assis.

Ele lamentou que o volume colhido na importante região do Brasil ficará abaixo do potencial e apontou a safra do Cerrado em 6,5 milhões de sacas de 60 kg.

Assim como o Cerrado Mineiro, a região da Alta Mogiana paulista, também importante produtora de café arábica, deverá ter uma safra de ótima qualidade, se o clima continuar favorável, segundo Carlos Yoshiyuki Sato, presidente da Cooperativa de Cafeicultores e Agropecuaristas (Cocapec).

Ele disse que a colheita 2020 deverá atingir cerca de 3,6 milhões de sacas, enquanto a cooperativa deverá receber entre 50% a 55% do total esperado da safra na região.

Na área, onde 90% da colheita é mecanizada, os trabalhos vão se intensificar entre julho e agosto. Até o momento, cafeicultores que atuam na região da Cocapec colheram aproximadamente 30% da área.

Para o produtor e consultor de Cafés Especiais das Matas de Minas Sérgio Cotrim D’Alessandro, que também participou da live do Cecafé, a produção da região deverá se recuperar na comparação com uma fraca safra de 2019, somando 8 milhões de sacas em 2020.

Ele disse que a região, que cultiva cafés de altitude, tem visto uma “maturação uniforme e frutos graúdos” até o momento, e estimou que 40% da área já está colhida.

Cafés de qualidade conseguem maior valorização no mercado, uma boa notícia em meio à pandemia. Representante do setor notaram ainda que as cotações estão remuneradoras, mas muito em função do câmbio, que deixa os valores em reais mais altos.

O Brasil está colhendo uma safra de alta no ciclo bianual do arábica, que oscila períodos de produtividades maiores e menores.

CONILON

Para o presidente do Centro de Comércio de Café de Vitória, Marcio Candido Ferreira, o Espírito Santo deverá colher 12 milhões de sacas de café conilon, o que seria uma queda de aproximadamente 1 milhão de toneladas ante a temporada passada.

Contudo, ele destacou que os estoques de passagem atingiram níveis historicamente altos, somando 3 milhões e 3,5 milhões de sacas em 30 de abril.

Na Bahia, outro importante produtor de conilon, a produção foi estimada em 2,8 milhões de sacas, crescimento 400 mil sacas ante a temporada passada, disse Ferreira.

Enquanto no Espírito Santo 85% da colheita já foi realizada, na Bahia está praticamente encerrada, completou (Reuters, 2/7/20)

SEXTA CHAMADA – EDITORIA COMBUSTÍ VEIS

Mesas do Congresso vão ao STF contra venda de refinarias da Petrobras LOGO PETROBRAS

Mesas da Câmara dos Deputados, do Senado e do Congresso pediram ao Supremo Tribunal Federal (STF) liminar para impedir a venda pela Petrobras de suas refinarias, com a petição citando as unidades de refino da Bahia (RLAM) e do Paraná (Repar), segundo documento visto pela Reuters nesta quinta-feira.

No pedido, as mesas legislativas argumentaram que a eventual venda das unidades iria contra uma decisão anterior da própria corte no ano passado, segundo a qual é necessário aval do Congresso para a venda de ativos de uma empresa-matriz.

A Petrobras recebeu ofertas vinculantes pela RLAM nesta semana. O ativo recebeu propostas ao menos do fundo de Abu Dhabi, Mubadala Investment Company, e do conglomerado indiano Essar Group, disseram fontes à Reuters.

A Repar será a próxima refinaria da estatal a receber lances, disse o presidente da Petrobras, Roberto Castello Branco, na quarta-feira.

O executivo afirmou que a empresa quer receber ofertas vinculantes por todas suas refinarias à venda “nos próximos meses”. A empresa planeja vender oito refinarias, ou cerca de meta de seu parque de refino.

As mesas do Congresso ainda alegaram que, para vender as refinarias, a Petrobras estaria fatiando ativos estratégicos em subsidiárias, cuja privatização não depende de decisão dos parlamentares, visando “contornar” a decisão da Suprema Corte.

“Em tal cenário, a decisão tomada pela Suprema Corte será, em sua essência, fraudada, pois, por meio desse expediente de desvio de finalidade, a soberania popular estará privada de influenciar os contornos da venda substancial de ações da empresa-matriz”, diz a petição.

O Legislativo cita na manifestação que a venda da Refinaria Landulpho Alves (RLAM) deve ser concluída até o final do ano, enquanto está marcada para dia 13 a entrega de propostas vinculantes pela Repar.

O pedido foi distribuído para decisão do presidente do STF, Dias Toffoli, em razão do início do recesso do Poder Judiciário.

Procurada, a Petrobras disse que não comentaria o assunto.

Uma fonte da estatal, no entanto, disse à Reuters ter confiança de que a corte não atenderá o pedido das mesas legislativas.

“Esse é um processo que está politizado desde o início e acreditamos que vai (seguir assim) até o fim”, afirmou a fonte, ao ser consultada.

“Temos que lidar com isso e trabalhar para o que é melhor para companhia”, acrescentou a pessoa, que preferiu ficar no anonimato.

Na avaliação da fonte, “esse tipo de movimento não faz sentido e a companhia acredita que o STF “vai reforçar isso”.

“Estamos cumprindo a decisão anterior do STF e por isso não faz sentido. Temos convicção que o STF não vai conceder a liminar.”

SURPRESA NA INDÚSTRIA

Em nota, o Instituto Brasileiro de Petróleo, Gás e Biocombustíveis (IBP) — associação que representa empresas do setor — se disse surpreso com o pedido de liminar, defendendo a abertura do mercado de refino e citando a posição do STF que permite a venda de subsidiárias.

“A venda de refinarias da Petrobras está amparada pela legislação e fundamentada na decisão da mais alta corte de justiça do país”, disse o instituto.

“O IBP entende que a concentração da capacidade de refino no país em apenas uma empresa não atende aos interesses maiores da sociedade brasileira e deve ser corrigida”, afirmou, acrescentando que a atração de novos investimentos demanda previsibilidade jurídica e regras claras (Reuters, 2/7/20)