China e EUA buscam África, onde o Brasil mantém presença
PLANETA TERRA Imagem Blog Comex do Brasil
Exportações nacionais de alimentos para o continente africano sobem 44% neste ano.
China e Estados Unidos disputam a África, uma região também buscada pelo Brasil. Os brasileiros têm aumentado as exportações do agronegócio para o continente africano com boa intensidade.
A presença dos dois gigantes no mercado africano tem objetivos diferentes, quando se refere ao agronegócio. Os chineses querem um local para ter liberdade de produção de alimentos para a sua segurança alimentar.
Os Estados Unidos buscam neutralizar a presença chinesa na região. Embora até então tenham deixado de lado o continente, os norte-americanos têm forte poder de exportação para a região.
Já o Brasil amplia a presença na África. Nos onze primeiros meses deste ano, as exportações brasileiras de alimentos para os países africanos subiram para US$ 8,2 bilhões, acima dos US$ 5,7 bilhões de janeiro a novembro de 2021.
O produto líder das exportações brasileiras é o açúcar, matéria-prima que tanto Estados Unidos como China são dependentes externos e não ameaçam o Brasil.
O segundo produto da lista, no entanto, é o milho. Neste caso, os Estados Unidos são os maiores exportadores mundiais, e têm potencial para fornecer o cereal aos africanos.
O trigo brasileiro ganha importância no continente. Mesmo dependente do mercado externo, o Brasil promoveu exportações recordes do cereal, que sai principalmente do Rio Grande do Sul.
Por ora, a presença brasileira deverá ser discreta nesse mercado de trigo, uma vez que o país só agora começa a acelerar a produção interna.
O arroz brasileiro também ganha presença na África. Neste ano, as exportações do Brasil para a região somaram US$ 118 milhões, 55% a mais do que em 2021.
A África está sendo, ainda, um bom mercado para as carnes brasileiras. Até novembro, as exportações atingiram US$ 1,32 bilhão. A de frango e a bovina foram que mais ganharam mercado.
A África abre ainda os mercados de leite e derivados e de peixes. As exportações brasileiras nesses setores, porém, ainda precisam ser estruturadas para encarar uma concorrência externa, principalmente a da China (Folha de S.Paulo, 14/12/22)