CNC: Balanço Semanal de 1 a 5 de Novembro de 2021
CNC CONTRA IMPORTAÇÃO DE CAFÉ
CAFE Foto Ascom Cooxupe
A Frente Parlamentar do Café (FPC), capitaneada pelo deputado Evair de Melo (ES) e com o apoio da Frente Parlamentar do Cooperativismo (Frencoop) e da Frente Parlamentar do Comércio Internacional e Investimentos (FrenComex), encaminhou ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), o pedido de revogação de todos os atos normativos internos que tratem sobre a importação de café da República do Peru, “devido a todos os riscos à produção cafeeira brasileira e ao mercado interno do nosso país”.
O Conselho Nacional do Café (CNC) apoia e concorda com essa linha de pensamento. A entidade ressalta que, por diversas vezes, se posicionou contrária a qualquer tipo de importação de café, seja de qualquer origem, por considerar incoerente. Assim, além dos riscos já citados, o Brasil evita a contaminação por pragas e outras doenças, sendo a proteção sanitária do nosso parque cafeeiro um dos focos de trabalho do CNC. Reiteramos ainda que o Brasil tem café suficiente para atender o consumo interno e a exportação, embora esteja com o menor estoque de passagem dos últimos anos. Consideramos mais que necessária essa revogação.
Silas Brasileiro
Presidente do Conselho Nacional do Café (CNC)
CAFEZAIS Foto Ascom MAPA
Embora ainda não esteja publicado no Diário Oficial da União (DOU), em comunicado emitido nesta quinta-feira, 04/11, o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) informou que os agentes financeiros solicitaram R$ 654,5 milhões da linha de crédito do Fundo em Defesa da Economia Cafeeira (Funcafé) destinada para recuperação dos cafezais atingidos pela seca e geada.
O volume representa 49% dos 1.318.582.400,00 (um bilhão, trezentos e dezoito milhões, quinhentos e oitenta e dois mil e quatrocentos reais) propostos pelo Conselho Deliberativo da Política do Café (CDPC) e aprovados pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), reservados para atender essa modalidade, para serem disponibilizados aos produtores que se enquadrarem nos critérios já divulgados.
Segundo o MAPA, “dos 34 agentes financeiros que operam com o Funcafé, nove bancos comerciais solicitaram R$ 338,8 milhões; dois bancos cooperativos e dez cooperativas de crédito demandaram R$ 315,7 milhões para serem disponibilizados aos produtores.” Desde 20 de julho, o Conselho Nacional do Café (CNC) e os demais representantes do setor se movimentam para conseguir medidas de apoio aos produtores de Minas Gerais, São Paulo e Paraná que sofreram com os eventos climáticos adversos. Como “guardião do Funcafé”, o CNC acompanha diariamente o trâmite para que os recursos cheguem ao produtor o mais rápido possível.
“Com esse financiamento os produtores possuirão condições de dar continuidade às suas atividades de forma digna, sustentável e com renda próspera. Todas as informações sobre o andamento do processo de liberação dos recursos precisam ser claras e objetivas, por isso, temos divulgado o passo a passo para que os produtores estejam bem informados”, disse Silas Brasileiro, presidente do CNC.
O mercado futuro de café arábica encerrou a semana na Bolsa de Nova York (ICE Futures US) acima de 200 centavos de dólar por libra-peso. O mercado aguarda novidades nos fundamentos para indicar uma direção. Os futuros de arábica seguem com tendência altista.
O vencimento dezembro/21, na Bolsa de Nova York, fechou a US$ 2,0860 centavos de dólar por libra-peso, apresentando variação semanal positiva de 465 pontos. Na ICE Europe, o vencimento novembro/21 do café teve queda de US$ 27,00, fechando a sessão dessa quinta-feira (04) a US$ 2.249,00 por tonelada.
O dólar à vista encerrou ontem (04) com alta de 0,29%, cotado a R$ 5,606. Mesmo assim, a moeda norte-americana ainda acumula queda de 0,71% na semana. Segundo corretores, o dólar foi impulsionado pelas incertezas fiscais e dados positivos da economia dos EUA.
No mercado físico, os pesquisadores do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) informam que as cotações domésticas dos cafés arábica e robusta tiveram movimentos opostos nessa quinta-feira (04). Segundo os pesquisadores, a alta dos preços do robusta foram impulsionados pelo aumento do dólar e pela retração de vendedores. Já para o arábica, as cotações foram pressionadas pelo recuo externo. De acordo com o Cepea, o spot nacional continua com poucas negociações. Os indicadores calculados pela instituição para as variedades arábica e robusta se situaram em R$ 1.282,15 por saca e R$ 782,13 por saca, respectivamente, com variações semanais de 2,06% e 1,44% (Assessoria de Comunicação, 5/11/21)