23/11/2020

CNC: Balanço Semanal de 16 a 20/11/2020

CNC analisa cenários para cafeicultura pós-pandemia

 

No Sul de Minas, entidade ouve cooperativas associadas para estruturar planejamento das ações em 2021

 

Com o objetivo de estruturar e colocar em execução o planejamento do Conselho Nacional do Café (CNC) para 2021, o presidente Silas Brasileiro visitou, nesta semana, cooperativas associadas do Sul de Minas Gerais. Ele afirma que a cafeicultura, após passada a pandemia da Covid-19, viverá um novo momento e há necessidade de planos para que o setor seja cada vez mais competitivo.

 

“Precisamos nos planejar e a ida ao Sul de Minas foi pensando em algo inovador para o ano que vem. Sabemos que a economia mundial passará por uma grande transformação e queremos ter nosso projeto pronto para sermos mais dinâmicos e eficientes em benefício de nossas cooperativas e do produtor rural”, comenta.

 

Diante da expectativa da chegada de uma vacina eficiente para combater o novo coronavírus – Pfizer e BioNTech anunciaram eficácia de 95% após conclusão de testes; Sinovac e Butantan realizam fase final de testes com expectativa positiva, por exemplo – e do pouco tempo para se pensar em ações a serem executadas em 2021, Brasileiro aponta a necessidade de se pensar em uma estrutura dinâmica e que venha a atender os desafios após esse período conturbado que estamos vivendo.

 

O presidente do CNC reforça que a missão principal da entidade é, em união com os demais elos da cadeia produtiva do café junto aos Poderes Executivo e Legislativo, a defesa do produtor, garantindo renda a ele, e as cooperativas contribuem de forma direta para alcançarmos esse objetivo.

 

“O Sul de Minas possui dinamismo como um todo, em especial no cooperativismo. Dos cafés que o Brasil exporta, metade sai da região, que conta com porto seco instalado, com estrutura definida, e cooperativas dinâmicas, o que faz uma diferença extraordinária para analisarmos investimentos em logística visando à otimização do transporte para a redução dos custos da cafeicultura”, detalha.

 

Brasileiro reforça que vem se reunindo com presidentes e diretores das cooperativas associadas para que se chegue, de forma célere, a um planejamento eficiente, que venha contribuir para a geração de receitas à balança comercial do país.

 

“A fixação do homem no campo e a sucessão familiar é o grande diferencial que podemos fazer, garantindo qualidade de vida ao produtor de café. Isso se faz com planejamento e por isso buscamos subsídios para que o plano de ação de 2021 apresente opções que permitam um CNC mais participativo e presente nas origens produtoras, possibilitando que a cafeicultura tenha resiliência diante das dificuldades econômicas que se apresentem no pós-pandemia”, conclui.

 


Café arábica sobe quase 10% no acumulado da semana

Instabilidade climática em importantes produtores e desvalorização do dólar puxaram ganhos em Nova York

 

Os contratos futuros do café arábica dispararam nesta semana, acumulando valorização próxima a 10% na ICE Futures US. O avanço foi motivado pela instabilidade climática em importantes países produtores do globo e também por causa da perda de força do dólar.

 

Em relação ao clima, no Brasil, mesmo com o retorno das chuvas no cinturão cafeeiro, alguns agentes afirmam que o clima quente e seco de agosto e setembro já ocasionou perdas irreversíveis para a safra 2021, mesmo ainda sendo cedo para a apuração dessa quebra.

 

A temporada 2020 de furacões no Oceano Atlântico – mais intensa desde 1995, com o maior número de tempestades de intensificação rápida em um único ano desde 1979 – tem impactado diretamente nações produtoras de arábica na América Central, mas ainda também sem condições para avaliar perdas nos cafezais.

 

Nesse cenário, o contrato mar/21 do café arábica na Bolsa de Nova York acumulou ganhos significativos de 1.100 pontos, encerrando a sessão de ontem (19) a US$ 1,2320 por libra-peso.

 

Na ICE Europe, o vencimento jan/21 fechou a US$ 1.391 por tonelada, com queda de US$ 19, a qual reflete a absorção pelo mercado do impacto do Tufão sobre a região produtora do Vietnã e a chegada de alguns poucos primeiros lotes da nova safra.

 

O dólar comercial fechou, ontem, a US$ 5,3141, acumulando uma desvalorização de 2,9% na comparação com a sexta-feira passada. Conforme analistas, o fluxo de capital externo e a sinalização de atuação mais intensa do Banco Central até o fim do ano geraram suporte ao real ante a divisa norte-americana.

 

No mercado físico, as cotações espelharam o cenário internacional. Segundo o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), os produtores voltam sua atenção ao clima e analisam o impacto de perdas devido a seca e altas temperaturas, o que mantém os negócios calmos.

 

Os indicadores calculados pela instituição para as variedades arábica e conilon se situaram em R$ 594,13/saca e R$ 412,32/saca, respectivamente, registrando variações de 7,65% e -1% (Assessoria de Comunicação, 20/11/20)