24/09/2018

CNC: Balanço Semanal de 17 a 21/09/2018

CNC: Balanço Semanal de 17 a 21/09/2018

Conselho Internacional define ações para combater baixos preços do café

Em Londres, colegiado elenca a sustentabilidade econômica como prioridade, voltando os olhos para a elevação do consumo e para o uso alternativo do café de qualidade inferior.


Nesta semana, foram realizadas, em Londres, Inglaterra, a 122ª Sessão do Conselho Internacional e demais reuniões da Organização Internacional do Café (OIC), com a participação do Conselho Nacional do Café (CNC) como membro ativo da delegação brasileira.

Os representantes dos países produtores externaram sua preocupação com o atual cenário de preço do mercado internacional, que não cobre os custos de produção na maioria das nações cafeeiras, retirando sua sustentabilidade econômica.

Além disso, os representantes da produção demonstraram que os preços correntes não refletem os fatores fundamentais do mercado físico e argumentaram, com base em posicionamento apresentado pelo CNC, que o consumo é um instrumento crucial para garantir a viabilidade econômica da cadeia de valor do café.

O presidente do CNC, Silas Brasileiro, entende que a defesa da ampliação do consumo é fator vital para que haja equilíbrio entre oferta e demanda e que qualquer iniciativa que almeje incremento produtivo deve estar, obrigatoriamente, atrelada à elevação dos níveis consumidos da bebida.

“Essa é uma preocupação que sempre deixamos clara nos últimos anos na OIC, em todas as reuniões realizadas em Londres, Costa do Marfim e México. Não há como aceitarmos solicitações para aumento de produção sem que haja demanda nos mesmos níveis de crescimento, pois isso sufocaria ainda mais os cafeicultores em todo o mundo”, recorda.

Brasileiro espera que as indústrias contribuam nesse cenário, permitindo que haja sustentabilidade econômica na cadeia. “O respeito socioambiental os produtores possuem por princípios e necessidade de zelar por seu patrimônio, principalmente no Brasil, onde trabalhamos sob os olhos de rígidas e corretas legislações. Precisamos que os industriais exerçam o lado econômico da sustentabilidade, comprando nosso produto sustentável a preços remuneradores e que permitam a manutenção dos cafeicultores na atividade, com renda para suas famílias e seus países”, aponta o presidente do CNC.

Em relação ao panorama crítico de preços no mercado internacional, os países Membros da OIC elencaram, em resolução consensual assinada pelas nações produtoras e importadoras que compõem o Conselho Internacional do Café, uma série de ações a serem adotadas para mitigar o cenário de falta de renda aos produtores, que envolvem:

1 – Lançar um plano de comunicação global voltado aos consumidores, envolvendo produtores, indústrias, formadores de opinião e outras partes interessadas buscando divulgar, por meio de mídias sociais e demais meios de comunicação, a realidade econômica do setor cafeeiro – do produtor ao consumidor final – a partir do Dia Internacional do Café, em 1º de outubro de 2018;

2 – Instruir a OIC a promover o diálogo entre todas as partes interessadas que integram a cadeia de valor do café para assegurar a sustentabilidade econômica dos produtores;

3 – Instruir a OIC a garantir que entre os países Membros haja um intercâmbio eficaz de iniciativas nacionais de políticas públicas que promovam a sustentabilidade econômica;

4 – Mudar as prioridades do Plano Estratégico da OIC, adotando o tema "Rentabilidade: Consumo e Produtividade" para o ano cafeeiro 2018/19;

5 – Incluir a promoção do consumo como diretriz em todos os planos de ação da OIC que visam à implementação da Agenda 2030 para o desenvolvimento sustentável;

6 – Estimular os Membros exportadores a adotarem programas que incrementem seus níveis de consumo interno e incentivar a OIC a apoiar iniciativas que explorem usos alternativos para o café de qualidade inferior, de acordo com o item 9 da Resolução 420; e

7 – Instar o diretor executivo da OIC a estreitar laços com a indústria torrefadora internacional como medida de urgência, visando a obter apoio para a implementação desta Resolução.

Segundo o presidente do CNC, a delegação nacional foi muito bem coordenada pelo Representante Permanente do Brasil junto aos Organismos Internacionais sediados em Londres, embaixador Hermano Telles Ribeiro, que contou com a participação ativa da entidade na redação da resolução aprovada pelo Conselho Internacional.

“Realizamos a orientação do conteúdo para garantir ação mais ativa da OIC na promoção do consumo e de usos alternativos para o café de qualidade inferior, além do compartilhamento dessas responsabilidades com a indústria torrefadora internacional”, conclui Brasileiro.

 

Liberação de recursos do Funcafé chega a R$ 2,99 bilhões em 2018

Volume responde por 66,4% dos recursos contratados até o momento.


O Conselho Nacional do Café (CNC) apurou, esta semana, junto ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), que o volume de recursos do Fundo de Defesa da Economia Cafeeira (Funcafé) repassado aos agentes financeiros, com data de referência de 17 de setembro, atingiu R$ 2,994 bilhões, representando 60,4% do total de R$ 4,960 bilhões aprovados para a safra 2018 e 66,4% do volume contratado pelas instituições até o momento.

Do montante recebido pelos agentes, R$ 1,263 bilhão foi destinado para a linha de Estocagem; R$ 636,6 milhões ao Financiamento para Aquisição de Café (FAC); R$ 557,5 milhões para Custeio; e R$ 536,9 milhões para as linhas de Capital de Giro (R$ 250,6 milhões para Cooperativas de Produção, R$ 156,3 milhões para Indústrias de Torrefação e R$ 130 milhões para o setor de Solúvel).

 

Mantendo a opinião de que as cooperativas de crédito e bancos cooperativos são essenciais para ampliar a capilaridade dos recursos a cafeicultores e cooperativas de produção, o presidente do CNC, Silas Brasileiro, destaca que o volume de capital destinado a essas instituições vem crescendo anualmente. "Neste ano, as creds já contrataram R$ 1,040 bilhão, tendo recebido quase 70% desse total, ou R$ 673,1 milhões", finaliza.

Enfraquecimento do dólar freia baixas no café

Divisa recuou com a sinalização de que o conflito comercial entre EUA e China não deve se intensificar no curto prazo.


Os preços do café permaneceram praticamente estáveis nesta semana no mercado internacional, freando a sequência de quedas e registrando leve recuperação. O enfraquecimento do dólar serviu de apoio para o movimento, à medida que houve sinalização de que o conflito comercial entre Estados Unidos e China não deve se intensificar no curto prazo e de que as tarifas aplicadas foram menores do que se esperava.

Na Bolsa de Nova York, o contrato "C" com vencimento em dezembro de 2018 encerrou a sessão de ontem a US$ 0,9975 por libra-peso, com ganho modesto de 5 pontos em relação à semana antecedente. Na ICE Europe, o vencimento novembro do café robusta subiu US$ 19, ficando cotado a US$ 1.508 por tonelada.

Em relação ao clima, a Somar Meteorologia informa que vem favorecendo a formação de floradas no cinturão produtor brasileiro. As chuvas devem permanecer, hoje, na Região Sudeste, havendo risco de temporais na metade norte de São Paulo, sul de Minas Gerais e no oeste do Rio de Janeiro.

A instituição menciona, ainda, que o tempo ficará seco entre o norte do Paraná e a Região Sudeste no fim de semana. No sábado, começa a primavera no Hemisfério Sul e a estação deve ser de precipitações acima da média na Região Sul e dentro da média, mas mal distribuída, no Sudeste.

No Brasil, os preços do café arábica voltaram a subir ontem, acompanhando o cenário internacional, o que gerou alguns negócios. Contudo, com a queda do dólar, a maioria dos agentes segue afastada do mercado, mantendo a liquidez baixa, mesmo cenário identificado para o conilon.

Os indicadores calculados pelo Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) para as variedades arábica e robusta foram cotados a R$ 422,28/saca e a R$ 322,29/saca, com variações de -0,5% e 1%, respectivamente (Assessoria de Comunicação, 21/9/18)