26/04/2021

CNC: Balanço Semanal de 19 a 23/Abril/21

No mês de maio se inicia a safra do café em Minas Gerais. Cerca de 460 municípios produzem a cultura, o que corresponde a mais da metade do total do Estado.  Mesmo em meio à pandemia do novo coronavírus e o fechamento de muitas cafeterias, o café segue firme na preferência da bebida dos consumidores. Em 2020, segundo dados da Associação Brasileira da Indústria de Café (ABIC), foram consumidos 21,2 milhões de sacas de 60 quilos. Maior produtor de café do país, Minas Gerais superou os desafios impostos pela pandemia e, no ano passado, colheu uma safra de café com alta qualidade e 36,3% superior a 2019. O Estado é responsável por 54,3% da produção nacional do grão, com aproximadamente 70% da produção do arábica. Os trabalhos na colheita se estendem por mais de quatro meses e geram muitos novos empregos no campo, inclusive para trabalhadores de outras regiões do país.

E para reduzir os riscos de disseminação da Covid-19 durante a safra do café, o Conselho Nacional do Café (CNC), em conjunto com a Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado de Minas Gerais (Emater-MG), pensando no princípio da sustentabilidade e da proteção à saúde do trabalhador, preparou uma cartilha com orientações específicas para a colheita. As informações têm como referência o Ministério da Saúde e a Secretaria de Estado de Saúde. As recomendações vão desde a higiene pessoal e dos materiais utilizados, até normas de transporte dos trabalhadores para as lavouras.

Em um ano já com perspectivas de baixa produção de café, os cuidados com a saúde e prevenção do vírus são fundamentais para manter a segurança dos prestadores de serviços nas lavouras. “Sabemos que o agronegócio foi o único setor da economia que cresceu na pandemia. A procura pelo café por parte dos consumidores também seguiu seu ritmo de crescimento. Desta forma, vemos a importância da elaboração e distribuição dessa cartilha, a fim de que nossos trabalhadores tenham condição mais saudável em sua prestação de serviço”, enfatizou o presidente do CNC, Silas Brasileiro. Segundo dados da Emater-MG, a safra de 2021 deve ter redução significativa em relação ao ano anterior. Pela própria característica da cultura, este é um ano de bienalidade negativa, ou seja, em que as plantas produzem menos. Além disso, em algumas regiões do Estado, problemas climáticos, como calor excessivo e falta de chuvas para fixação da florada, prejudicaram ainda mais a produtividade.

Os contratos futuros de café tiveram desempenho positivo na semana. O café arábica subiu, na última quinta-feira (15), na Bolsa de Nova York pelo quarto dia seguido. O mercado avança ininterruptamente e deve ter uma pausa em correção técnica negativa, para ganhar fôlego.

Na Bolsa de Nova York, o vencimento maio/21 fechou a quinta-feira a US$ 1,3270 centavos de dólar por libra-peso, apresentando variação semanal de 60 pontos. NA ICE Europe, o vencimento maio/21 do café robusta subiu US$ 20, fechando a sessão de ontem a US$ 1.363 por tonelada.

O dólar comercial apresentou desempenho negativo em relação ao real e voltou a cair pelo terceiro dia consecutivo, recebendo pressão de fatores externos, como indicadores fortes da economia dos Estados Unidos e bons balanços corporativos norte-americanos. No fechamento, o dólar à vista encerrou o dia em baixa de 0,07, a R$ 5,671.

Em relação ao clima, a Somar Meteorologia informa a ocorrência de chuva no fim de semana especialmente no Estado de São Paulo, no Triângulo Mineiro e no sul de Minas Gerais. São pancadas isoladas no período da tarde deste sábado (17). As temperaturas ficam elevadas e no interior dos Estados do Sudeste a sensação será de tempo abafado no período da tarde.

No mercado físico, os indicadores calculados pelo Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) para as variedades arábica e robusta se situaram em R$ 742,82 por saca e R$ 452,88 por saca, respectivamente, com variações de 2,43% e -0,26% (Assessoria de Comunicação, 23/4/21)