27/09/2021

CNC: Balanço Semanal de 20 a 24 de Setembro de 2021

CNC: Balanço Semanal de 20 a 24 de Setembro de 2021

Café torrado

Legenda: Representantes do Mapa, Abic e CNC discutem Regulamento Técnico do café torrado

O presidente do Conselho Nacional do Café (CNC), Silas Brasileiro, atendendo a convite da Associação Brasileira da Indústria de Café (ABIC), esteve em audiência na manhã desta quinta-feira, 23, no Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), acompanhado do Diretor Executivo da ABIC, Celírio Inácio da Silva, do Advogado responsável pelos assuntos governamentais da ABIC, Dr. Felipe Lelis Moreira, com o Secretário-Executivo do MAPA, Marcos Montes, com o Secretário de Defesa Agropecuária (SDA),  José Guilherme Leal e com o Diretor do Departamento de Inspeção de Produtos de Origem Vegetal (SDA/MAPA), Glauco Bertoldo.

Na oportunidade, a comitiva tratou da Consulta Pública através da Portaria nº 364, de 16 de julho de 2021, em que consta a proposta de estabelecer o Regulamento Técnico do café torrado. Justifica-se a audiência no sentido do atendimento a três segmentos importantes para o café brasileiro:

1 – Trata-se de uma antiga reivindicação dos produtores, suas cooperativas e associações, em relação a impurezas no café torrado e moído por parte de algumas indústrias. O uso de grãos de baixíssima qualidade e, em alguns casos, até a adição de palha melosa, além de diminuir a matéria-prima básica apresenta uma bebida de pouca qualidade. Tal subterfúgio, pode corresponder até dois milhões de sacas de café, que poderiam ser consumidos pelo mercado;

2 – Proteção ao consumidor com consequente oferta de café de qualidade, o que contribuiria até para o aumento do consumo, visto que a qualidade do café induz a esse aumento pelo prazer de tomar uma boa taça ao invés de consumir pelo simples hábito;

3 – A indústria de café torrado e moído prima por essa qualidade buscando sempre a pureza do café a ser colocado no mercado consumidor.

“Sem dúvidas foi uma audiência rica em uma matéria de tamanha importância que favorece toda a cafeicultura brasileira. Sendo essa uma contribuição do CNC”, analisou Silas Brasileiro.

Como resultado, será estendido o prazo de consulta pública e nova audiência será marcada para discussão mais aprofundada sobre o alcance que a edição desta instrução normativa abrangerá.

Relevância social e econômica da cafeicultura para o Brasil

Palestra realizada em evento de comemoração dos 40 anos do CNC

Baseado em dados da Embrapa Café, Carlos André fez uma leitura importante do impacto gerado pela cafeicultura no país. Desde 1727, o café foi o maior gerador de riquezas e o produto mais importante da história do Brasil. O setor gera mais de 8 milhões de empregos diretos e indiretos, sendo a atividade do agronegócio que mais emprega no país.

A cafeicultura é um mercado que está em expansão e gera, no mundo todo, recursos da ordem de 91 bilhões de dólares, ao comercializar 115 milhões de sacas. A atividade envolve meio bilhão de pessoas (8% da população mundial), desde a produção ao consumo final. O Valor Bruto da Produção (VBP) dos Cafés do Brasil, que corresponde ao faturamento total das lavouras de café Arábica e café Conilon, atingiu R$ 34,04 bilhões em 2020.

O Brasil é referência mundial no consumo e na produção cafeeira, fatores que contribuem diretamente com a economia e o desenvolvimento da agricultura brasileira. O país tem a cafeicultura mais sustentável do mundo, com rigorosas exigências legais, ambientais trabalhistas e sociais.

O café é um dos mais importantes geradores de divisas ao país (na ordem de US$ 3 bilhões anuais e cerca de 33 milhões de sacas exportadas ao ano). Apesar de ser a 5ª atividade agrícola no ranking de geração de receitas, a riqueza ganha valor e se multiplica com capilaridade e dignidade social, gerando ganhos atrativos para produtores, comerciantes e indústria.

Números expressivos

Os estados produtores se destacam não só pelo volume produzido, mas também pela qualidade dos cafés. Segundo levantamento da Conab (Companhia Nacional de Abastecimento) divulgado no dia 25/05/2021, Minas Gerias é o maior estado produtor de café do Brasil, produzindo quase 50% do volume nacional. Tem uma produção estimada em 27 milhões de sacas. No estado, praticamente 100% das plantações são de café arábica.

O segundo maior produtor nacional é o Espírito Santo, com 10.388 milhões de sacas de café conilon e 3.239 milhões sacas de café arábica. O estado Capixaba é o principal produtor de café conilon. Os demais estados assim produzem: São Paulo (4. 017,1 milhões sacas); Bahia (3.955 milhões sacas); Rondônia (2.194,4 milhões sacas); Paraná (876,1 mil sacas); Rio de Janeiro (235 mil sacas); Goiás (212,1 mil sacas); Mato Grosso (198,9 mil sacas) e os demais estados (147,3 mil sacas).

Pesquisa avançada

O aporte tecnológico para o agronegócio do café brasileiro é dado por instituições de pesquisa e desenvolvimento que hoje estão reunidas no Consórcio Brasileiro de Pesquisa e Desenvolvimento do Café (CBP&D/Café), e é coordenado pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), por meio de uma de suas unidades descentralizadas, a Embrapa Café.

O Consórcio foi criado em 1997, por iniciativa de dez tradicionais instituições de pesquisa cafeeira brasileiras e é considerado o braço científico e tecnológico do Conselho Deliberativo da Política do Café (CDPC), que discute e orienta a realização do Programa Nacional de Pesquisa e Desenvolvimento do Café (PNP&D Café).

É responsável pela execução do maior programa mundial de desenvolvimento do café, que compreende centenas de ações de pesquisa e transferência de tecnologia, no qual encontram-se envolvidos 1.300 pesquisadores e extensionistas.

As pesquisas trazem desenvolvimento de cultivares melhoradas, cuja utilização pelos produtores brasileiros pode incrementar a produtividade média de café em mais de 20%. Os mais modernos estudos em biotecnologia realizadas pelos pesquisadores do CBP&D/Café possibilitaram a obtenção do primeiro sequenciamento mundial do genoma do cafeeiro.

“O café é considerado um alimento nutracêutico e funcional, ou seja, que possui efeitos nutricionais e farmacêuticos. Isso porque o café não é formado apenas por cafeína, mas por muitos outros componentes que ajudam a prevenir a ocorrência de depressão, disfunções psíquicas, doença cardíaca e outros”, explica Carlos Augusto.

Agricultura Familiar

É fundamental citar também que cerca de 78% da produção nacional de café é realizada pela agricultura familiar. “Os pequenos e médios produtores são um grande esteio do volume total de produção. Por isso, o café se torna ainda mais relevante social e economicamente. A cafeicultura é questão de sobrevivência para a maioria daqueles que produzem. Hoje, temos um tripé sólido – econômico, social e ambiental – que faz com que não haja um êxodo rural, com preços remunerativos e uma atividade sustentável em todos os sentidos”, afirma Silas Brasileiro, presidente do CNC.

Assista a palestra completa no link Palestra: Relevância social e econômica da cafeicultura para o Brasil - YouTube.

Mercado de café

Os contratos futuros de café arábica encerram a semana na Bolsa de Nova York, mais uma vez, próximo da tendência de 192,50 centavos de dólar por libra-peso, no vencimento dezembro/21. Na última segunda-feira (20), os contratos chegaram a fechar a 182,60 cents, foram ganhando força e deram um saldo de pouco mais de 3% no fim da sessão dessa quinta-feira (23), encerrando a 190,60 cents. Se conseguirem ultrapassar esses níveis, o mercado volta a trabalhar acima de 200 cents. O dólar à vista manteve-se estável na casa dos R$ 5,30. Ontem (23), encerrou a sessão a R$ 5,309, alta de 0,10%.

O vencimento dezembro/21, na Bolsa de Nova York, fechou a US$ 1,9060 centavos de dólar por libra-peso, apresentando variação semanal positiva de 330 pontos. Na ICE Europe, o vencimento setembro/21 do café teve aumento de US$ 20,00, fechando a sessão dessa quinta-feira (23) a US$ 2.171 por tonelada. Hoje (24) é o último dia de negociação do contrato de café robusta com vencimento em setembro/21 na Bolsa de Londres.

No mercado físico, os pesquisadores do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) informam que as cotações do café arábica e do robusta voltaram a subir. Segundo os pesquisadores, os preços do café arábica foram impulsionados pelos ganhos externos. Já os preços internos, foram influenciados pela valorização dos futuros do café robusta e pela retração vendedora. Os indicadores calculados pela instituição para as variedades arábica e robusta se situaram em R$ 1.089,12 por saca e R$ 794,00 por saca, respectivamente, com variações semanal de 1,36% e 4,08%.

A Somar Meteorologia informa que há previsão de formação de nuvens carregadas e pancadas de chuva isoladas em São Paulo, grande parte de Minas Gerais e no Rio de Janeiro neste sábado (25) e domingo (26), devido a combinação entre calor, umidade e áreas de instabilidade. Já nas demais áreas do Sudeste o tempo permanece firme e o calor aumenta (Assessoria de Comunicação, 24/9/21)