CNC: Balanço Semanal de 24 a 28/6/2019
Especialistas discutem os rumos do setor cafeeiro mundial
Maior evento da cafeicultura global, II Fórum Mundial de Produtores de Café acontecerá em Campinas no mês de julho.
A instabilidade no preço do café, a crise enfrentada pelo setor cafeeiro e como gerar aumento da demanda mundial são algumas das principais questões que preocupam os produtores atualmente. Outros pontos são as adversidades climáticas e o alto preço de produção na cafeicultura sustentável, por exemplo.
O presidente do Conselho Nacional do Café (CNC), Silas Brasileiro, recorda que, nos últimos 30 anos, o Brasil quase dobrou a sua produtividade com investimentos em pesquisa e tecnologia. Apesar de ainda haver espaço para crescer, o futuro do setor é incerto.
Para discutir os rumos e perspectivas da cafeicultura, o CNC, junto com a Associação Brasileira de Cafés Especiais (BSCA) e a Cooperativa Minasul realizarão o II Fórum Mundial de Produtores de Café, que reunirá grandes especialistas nacionais e internacionais.
“Nosso objetivo é ouvir as demandas dos produtores brasileiros e mundiais e buscar caminhos mais sustentáveis para a atividade cafeeira global, dentro de um cenário de possibilidades reais e não especulativas ou através de ‘achismos’”, destaca Brasileiro.
O evento ocorrerá no Royal Palm Plaza, em Campinas (SP), nos dias 10 e 11 de julho. Dentro do amplo leque de trabalhos, os principais temas a serem debatidos serão guiados por três painéis: “O mercado como instrumento de proteção à renda dos produtores”; “Formulação de preço do café: transparência da semente a xícara”; e “Promover e aumentar o consumo de café”.
Realizado por BSCA, Minasul e CNC, o Fórum terá, em seus dois dias, palestras, workshops e painéis de debate com a participação de grandes personalidades da cafeicultura global. Aproximadamente 1.500 pessoas, de mais de 40 países, deverão participar do maior evento do café no ano e deverão, de maneira coparticipativa, buscar os melhores caminhos para saber como o mercado pode proteger a renda dos produtores, como precificar melhor o café e como promover e aumentar o consumo em nível mundial.
SERVIÇO
II Fórum Mundial de Produtores de Café
Data: 10 e 11 de julho de 2019
Local: Royal Palm Plaza, em Campinas (SP)
Ingressos: http://bit.ly/
Mais informações: info@
CMN confirma manutenção da taxa de juros do Funcafé em 2019
Linhas de Custeio, Estocagem e FAC Cooperativas terão encargo anual de 7% e as de Capital de Giro e FAC (exceto cooperativas) de 9,5% ao ano.
O Conselho Monetário Nacional (CMN) confirmou, ontem, em reunião ordinária, a manutenção da taxa de juros do Fundo de Defesa da Economia Cafeeira (Funcafé) para a safra 2019, conforme o Conselho Nacional do Café (CNC) havia antecipado na semana passada. As linhas de Custeio, Estocagem e FAC Cooperativas terão encargo anual de 7% e as de Capital de Giro e FAC (com exceção às cooperativas) de 9,5% ao ano.
De acordo com o presidente do CNC, Silas Brasileiro, a manutenção das taxas de juros do Funcafé foi uma vitória ao setor diante do cenário delicado de preços que a cafeicultura vive.
"Essa foi uma grande conquista que obtivemos trabalhando junto ao governo federal, em especial com os Ministérios da Agricultura e da Economia. É válido lembrar que o Plano Safra anunciado elevou os juros em 1% para praticamente todos os outros empréstimos, mas, diante da apresentação que fizemos sobre o momento delicado do café em relação a preços e à liquidez, os representantes do governo foram sensíveis e parceiros ao compreenderem nossa necessidade", explica.
O prazo para contratação dos recursos do Funcafé na safra 2019 será aberto na próxima segunda-feira, dia 1º de julho, e se estende até 30 de junho de 2020. Até o momento, 35 agentes financeiros manifestaram interesse em operar os recursos do Fundo, totalizando uma demanda de R$ 5,063 bilhões.
Frio impulsiona cotações internacionais do café
Produtores precisam se atentar ao mercado futuro, que já apresenta preços que cobrem os custos e geram renda.
Os contratos futuros do café registraram alta nesta semana, impulsionados, principalmente, pelo clima mais frio no cinturão cafeeiro do Brasil, o maior produtor mundial. A ocorrência de chuvas atípicas e a possibilidade de geadas são fatores que podem influenciar volume e qualidade da safra atual.
Uma frente fria se alojou entre São Paulo e Paraná, ocasionando fortes ventos e a ocorrência de precipitações, mas sem volumes acumulados significativos. Nesta sexta, a frente vai embora e o tempo deve voltar a ficar estável em grande parte do Sudeste. Porém, ainda há muita nebulosidade e formação de nevoeiro na faixa leste da Região.
Na Bolsa de Nova York, o vencimento setembro/19 do contrato "C" encerrou o pregão desta sexta-feira a US$ 109,45 por libra-peso, acumulando expressivos ganhos de 880 pontos na semana. Na ICE Futures Europe, o vencimento setembro/19 do café robusta subiu US$ 37, fechando a sessão de hoje a US$ 1.451 por tonelada.
Segundo o superintendente Comercial da Cooperativa Regional de Cafeicultores em Guaxupé (Cooxupé), Lúcio Dias, o produtor precisa se atentar às operações no mercado futuro, haja vista que travar negócios com as cotações para os anos seguintes já cobrem os custos e geram renda.
"Os produtores precisam vender nas altas, quando o mercado quer comprar, como agora. Precisamos chamar os cafeicultores a aproveitarem esse cenário, pois, quando vendem futuro a bom preço, acima do custo, eles se fortalecem e não se veem obrigados a comercializar na baixa", analisa.
No câmbio, o dólar comercial encerrou a quinta-feira a R$ 3,833, registrando ascensão de 0,2% na comparação com a sexta-feira passada. O movimento foi puxado por demanda de empresas e investidores estrangeiros para remessas de lucros e dividendos ao exterior antes do fechamento do segundo trimestre e do primeiro semestre de 2019.
No Brasil, as cotações acompanharam o desempenho internacional e acumularam valorizações na semana encerrada ontem. Os indicadores calculados pelo Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) para as variedades arábica e robusta foram cotados a R$ 428,69/saca e a R$ 288,90/saca, com ganhos, respectivamente, de 6,6% e 0,9%.
De acordo com agentes consultados pelo Cepea, no que se refere às vendas, os preços mais atrativos do arábica possibilitaram o fechamento de negócios no spot desde a sexta-feira da semana passada (21). Negócios com o café robusta também foram observados, mas em menor escala (Assessoria de Comunicação, 28/6/19)