CNC: Balanço Semanal de 3 a 7/Maio/2021
CNC solicita aplicação do saldo remanescente do Funcafé
Na última terça-feira (04), o presidente do Conselho Nacional do Café (CNC), Silas Brasileiro, reuniu-se com o Diretor do Departamento de Comercialização e Abastecimento da Secretaria de Política Agrícola do Mapa, Silvio Farnese, para propor ações visando à aplicação do saldo remanescente do orçamento 2020 do Fundo de Defesa da Economia Cafeeira (Funcafé) e tratar da antecipação da liberação dos recursos aprovados para a safra atual.
As propostas do CNC serão discutidas, em breve, no Comitê Técnico do Conselho Deliberativo da Política do Café (CDPC) e visam garantir que os recursos das linhas de financiamento do Funcafé direcionadas ao segmento da produção cheguem efetivamente aos cafeicultores, que são a base de sustentação de toda a cadeia produtiva.
“O setor cooperativo de café é um ambiente estratégico para viabilizar maiores capilaridade e eficiência na aplicação dos recursos do Fundo, atendendo às necessidades dos cafeicultores, tempestivamente. As cooperativas oferecem serviços integrados fundamentais para uma maior resiliência dos produtores a choques externos (sejam mercadológicos ou climáticos), a exemplo de assistência técnica, acesso a crédito, insumos, tecnologias e mecanismos de gestão de riscos, como o barter e o hedge com mercados futuros,” comenta o presidente do CNC.
Antecipação do Orçamento 2021
Outro ponto discutido na audiência foram os trâmites para a liberação do orçamento 2021 do Fundo, antes da publicação do novo Plano Agrícola e Pecuário. O CNC, como guardião do Funcafé, zela para que esses recursos cumpram sua função principal, que é ordenar a colheita brasileira de café ao longo dos doze meses do ano.
“A rápida liberação do orçamento 2021 do Funcafé é fundamental para que os cafeicultores não precisem colocar o café colhido no mercado imediatamente, para saldar a folha de pagamento semanal. Queremos evitar essa concentração momentânea de oferta, que pode refletir nos preços praticados pelo mercado. Com acesso aos financiamentos para a comercialização e custeio, os produtores podem aguardar o momento mais propício para vender sua colheita e preservar sua renda”, explica Brasileiro.
O CNC avalia positivamente a atuação do Ministério da Agricultura para viabilizar uma rápida liberação do orçamento aprovado pelo CDPC, em 29 de março. “A equipe do Mapa, liderada pela Ministra Tereza Cristina, tem sido um exemplo de proatividade, eficiência, agilidade e, principalmente, sintonia com os anseios do setor produtivo. Nesta semana, já foi iniciada a convocação dos agentes financeiros interessados em operar os recursos do Funcafé na safra 2021”, elogia o presidente Silas.
Na última segunda-feira (03), a Secretaria de Política Agrícola do Mapa divulgou chamada pública às instituições financeiras integrantes do Sistema Nacional de Crédito Rural interessadas em operar os recursos do Funcafé na safra 2021/2022. O prazo para manifestação se estende até 14 de maio. No total, o Funcafé disponibilizará ao setor R$ 5,95 bilhões, 4,2% a mais do que em 2020. Além de apoiar diretamente todos os segmentos da cadeia café, o Fundo também financia a pesquisa cafeeira, garantindo o contínuo desenvolvimento sustentável da cafeicultura brasileira.
Pesquisa Cafeeira
Na última terça-feira (04), foi publicada a entrevista que o presidente do CNC concedeu à Embrapa Café, abordando o cenário atual da cafeicultura e a importância da pesquisa para a competitividade e sustentabilidade dos cafés do Brasil.
“Além dos avanços tecnológicos que colocam o Brasil na vanguarda do setor cafeeiro mundial, comentamos também sobre a importância da sintonia entre os trabalhos de pesquisa e a política cafeeira, que tem no CDPC seu principal fórum. Avaliamos que a recondução do Chefe-Geral da Embrapa Café, Dr. Antônio Fernando Guerra, foi fundamental para a manutenção dessa sinergia, que permite ao setor café do Brasil superar seus desafios com base na ciência”, comenta Silas Brasileiro.
Os contratos futuros do café arábica tiveram desempenho positivo na semana, voltando a subir forte na Bolsa de Nova York (ICE Futures US), sendo impulsionados, em grande parte, à perspectiva de oferta global apertada este ano, principalmente porque a safra brasileira deve ser a menor. Os contratos romperam com facilidade 150 centavos de dólar por libra-peso, nível que não era observado nos últimos quatro anos.
Na Bolsa de Nova York, o vencimento maio/21 fechou a quinta-feira (6) a US$ 1,5350 centavos de dólar por libra-peso, apresentando variação semanal de 1.355 pontos. NA ICE Europe, o vencimento maio/21 do café robusta subiu US$ 90,00, fechando a sessão de ontem a US$ 1.508 por tonelada.
O dólar comercial apresentou queda em relação ao real e contribui para puxar as cotações das commodities cotadas na divisa norte-americana. Ontem, como no dia anterior (5), o real teve o melhor desempenho ante a moeda norte-americana no mercado internacional, considerando as 34 divisas mais líquidas. A entrada de fluxo externo e a expectativa de mais recursos estrangeiros pressionaram a divisa norte-americana. No fechamento, o dólar à vista encerrou em baixa de 2,85%, a R$ 5,277.
Em relação ao clima, a Somar Meteorologia informa que a formação de um bloqueio atmosférico mantém o tempo seco na maior parte do Brasil Central. Os meses de março e abril deste ano tiveram chuvas abaixo da média, o que teria prejudicado o enchimento final dos grãos em algumas lavouras de arábica do Brasil. Já o mês de maio é historicamente seco, o que é positivo para colheita e secagem dos grãos. As frentes frias não conseguem avançar pelo País, levando chuva apenas para o Rio Grande do Sul. Porém, a previsão é de que, a partir de 13 de maio, haja chuva fraca entre o nordeste do Paraná e a Alta Paulista.
No mercado físico, os pesquisadores do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) informam que as cotações do café arábica tiveram alta ontem no mercado físico. Segundo os pesquisadores, os preços da variedade alcançaram novo recorde nominal da série histórica do Cepea. Os indicadores calculados pela instituição para as variedades arábica e robusta se situaram em R$ 828,03 por saca e R$ 465,47 por saca, respectivamente, com variações de 5,81% e 2,08% (Assessoria de Comunicação, 7/5/21)