CNC: Balanço Semanal de 30/3 a 3/4/2020
CNC solicita comprometimento do setor sobre estoques privados
Conab abriu, esta semana, prazo para que produtores, indústrias e armazenadores de café informem volume estocado em 31 de março.
A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) iniciou o envio das senhas de acesso a produtores, indústrias e armazenadores de café do Brasil para ingressarem no Sistema de Pesquisa de Estoques Privados (Sipesp), com o objetivo de apurar o volume do produto armazenado em 31 de março. O período para o preenchimento das informações se estende do dia 1º a 26 de abril.
O presidente do Conselho Nacional do Café (CNC), Silas Brasileiro, comenta a importância desses atores da cadeia produtiva se comprometerem a acessar ao Sipesp e responderem o questionário. "A pesquisa dos estoques privados de café, que abrange todas as regiões produtoras do Brasil, é parte relevante para a formulação de políticas públicas à cafeicultura, as quais servirão para fomentar a cadeia produtiva e garantir regularidade no abastecimento", destaca.
De acordo com ele, o CNC solicitou o engajamento das cooperativas cafeeiras para informarem seus volumes armazenados ao fim de março e espera que os demais segmentos também participem, pois a entidade entende que, com o conhecimento dos estoques físicos de passagem e a previsão de safra oficial, é possível mitigar as especulações de mercado.
"Saber com a máxima precisão nossos estoques é importante também quando pensamos na estatística. É crucial que todos os agentes armazenadores se comprometam para que tenhamos a maior transparência possível e possamos desenvolver políticas que garantam renda ao agronegócio café, principalmente aos produtores, que formam o pilar de sustentação da nossa cadeia", explica.
A Conab adota postura semelhante, pedindo que todos os armazenadores de café no país preencham a pesquisa, incluindo as indústrias. "Aqueles que não possuem cadastro no Sipesp ou não receberam as senhas de acesso, podem baixar o formulário `Boletim de Levantamento de Estoque – Café 2020´", comunica a estatal. Com as informações preenchidas, o documento deverá ser enviado ao e-mail estoque-privado@conab.gov.br, respeitando a data limite de 26 de abril.
O presidente do CNC recorda que as informações deverão ter como base o volume dos estoques de café no dia 31 de março deste ano. "É importante que, mesmo aqueles que não possuíam volumes armazenados na data, respondam ao questionário, o que dará uma maior exatidão na compilação do dado", conclui Brasileiro.
Preços avançaram em ambiente norteado pelas atenções ao cenário externo, direcionado pela pandemia do novo coronavírus.
Os contratos futuros do café arábica voltaram a subir no acumulado da semana até ontem. Num cenário em que o movimento reflete o ambiente externo, em especial no que se refere à pandemia do novo coronavírus (Covid-19), o vencimento maio/20 do contrato "C" evoluiu 350 pontos sobre a sexta-feira passada, fechando a US$ 1,1935 por libra-peso na Bolsa de Nova York. Na ICE Europe, o vencimento maio/20 do café robusta permaneceu estável em US$ 1.209 por tonelada.
Na semana, o dólar comercial manteve sua trajetória de alta em relação ao real. A ascensão é puxada pela perspectiva de recessão global gerada pela Covid-19 em função de, segundo analistas, as respostas apresentadas pelo governo federal serem insuficientes para enfrentar a crise no Brasil. Ontem, a divisa norte-americana fechou a R$ 5,2661, com ganhos de 3,1%.
Em relação ao clima, a Somar Meteorologia informa que uma frente fria se afasta da Região Sudeste no fim de semana, com o tempo voltando a ficar seco. Assim, para sábado, não há mais previsão de chuva sobre o Estado de São Paulo. Rio de Janeiro, Espírito Santo e Minas Gerais ainda possuem condições para o recebimento de pancadas de chuva mais pontuais.
No mercado físico, conforme o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), as cotações também subiram, à medida que há receios quanto à possibilidade de entrega do produto em função de ações que possam ser adotadas para combater o coronavírus. Os indicadores calculados pela instituição para as variedades arábica e conilon se situaram em R$ 587,78/saca e a R$ 332,74/saca, com ganhos, respectivamente, de 3,7% e 2,8% (Assessoria de Comunicação, 3/4/20)