CNC: Balanço Semanal de 30/7 a 3/8/2018
Entidades do agro entregarão prioridades a presidenciáveis
Na terça-feira, 31 de julho, os integrantes do Conselho do Agro se reuniram para analisar as considerações finais a respeito do posicionamento do setor a ser entregue aos candidatos à Presidência da República.
Segundo o presidente do Conselho Nacional do Café (CNC), deputado federal Silas Brasileiro, titular do fórum, esse documento conterá as prioridades do setor agro até 2030. "Apresentaremos as intenções e o que o setor pretende desenvolver, com a parceria governamental, aos presidenciáveis. Será fundamental para que o futuro presidente tenha ciência de como conduzir a política agropecuária e valorize o setor que gera milhões de empregos e rende bilhões em divisas, contribuindo com a balança comercial do País", destaca.
O trabalho foi desenvolvido sobre seis eixos, que envolvem fatores como fundamentos, mercado, inovação, sustentabilidade, governança e imagem. O presidente do CNC diz que, nesse contexto, as entidades do setor apresentarão suas orientações a respeito de 10 temas e seus subtemas aos candidatos.
"O setor entregará suas considerações referentes a necessidade da realização de reformas, política agrícola, competitividade internacional do setor, sustentabilidade dos sistemas de produção, segurança jurídica, tecnologia e inovação, logística, defesa agropecuária, agroenergia e assistência técnica e extensão rural", elenca o deputado.
A entrega das propostas do setor aos candidatos à Presidência da República ocorrerá na última semana de agosto, no evento "Encontro com os Presidenciáveis" que o Conselho do Agro realizará em Brasília (DF).
CNC pleiteia ampliação de recursos para pesquisa cafeeira
O Conselho Nacional do Café (CNC) protocolou ofício junto à Secretaria Executiva do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) na quarta-feira, 1º de agosto, levando uma solicitação da Embrapa Café para a ampliação dos recursos voltados à pesquisa cafeeira.
Segundo o presidente da entidade, deputado federal Silas Brasileiro, para que a inovação tecnológica possa continuar ocorrendo no setor, é fundamental que sejam disponibilizados R$ 15 milhões anuais do Fundo de Defesa da Economia Cafeeira (Funcafé) ao Consórcio Pesquisa Café a partir de 2019.
"Essa dotação orçamentária viabilizará a continuidade do programa de pesquisa e transferência de tecnologias desenvolvido pelo Consórcio Pesquisa Café, que foi aprovado pelo Conselho Deliberativo da Política do Café, o CDPC", comenta.
Silas Brasileiro recorda que o investimento em pesquisa visando à geração e à transferência de novas tecnologias aos cafeicultores é imprescindível para que o Brasil possa se manter na liderança da produção mundial de café, avançando em qualidade e competitividade.
"A situação é crítica, haja vista que nossos concorrentes têm obtido saltos impressionantes em produção e produtividade de café graças ao investimento de seus governos em pesquisa e transferência de tecnologia. As estatísticas da Organização Internacional do Café ilustram esse cenário", alerta o deputado.
De acordo com a OIC, entre 2012 e 2017, países como Vietnã, Colômbia, Uganda e Honduras apresentaram crescimentos significativos em suas produções. Os vietnamitas elevaram em 26%, chegando a 29,5 milhões de sacas no ano passado. Na sequência, os colombianos produziram 14 milhões de sacas (+41%), os hondurenhos cultivaram 8,3 mi/scs (+78%) e os ugandenses, que ampliaram a safra em 30% e chegaram a 5,1 milhões de sacas.
Além da expansão observada nesse intervalo, esses e outros países possuem programas de pesquisa e renovação de cafezais em andamento visando a novos saltos de produção e produtividade no médio prazo. "Um exemplo é o México, que possui meta de ampliar a capacidade produtiva das atuais 4 milhões para 15 milhões de sacas em 2030", cita Brasileiro.
O presidente do CNC acredita que essas iniciativas são uma ameaça para o market share do país e também para as cotações internacionais do café. "São ações que tendem a levar à depreciação dos preços no mundo, o que torna urgente nossos investimentos em pesquisa e tecnologia visando à redução de custos e ao aumento da produtividade e da qualidade dos cafés do Brasil para que possamos continuar competitivos", recomenda.
O deputado conclui argumentando que "frente aos riscos que se apresentam no cenário internacional, este orçamento representa um custo pequeno em relação aos benefícios que serão gerados ao Brasil".
Semana: mercado recua, mas houve negócios no Brasil
Os contratos futuros do café recuaram ao longo da semana, ainda pressionados pelas especulações sobre a possibilidade de uma ampla oferta brasileira. Contudo, analistas recordam que o País vive seu período de entressafra, com o volume exportado ainda fraco.
Na quarta-feira, 1º de agosto, a Secretaria de Comércio Exterior (Secex) do Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços (MDIC) anunciou que os embarques de café do Brasil somaram 1,243 milhão de sacas de 60 kg em julho – primeiro mês do ano safra 2018/19 –, volume que implicou queda de 22,3% na comparação com o mesmo mês de 2017.
A força do dólar comercial também contribuiu para pressionar as cotações do café. A divisa subiu devido ao fato de os dados sobre emprego nos Estados Unidos terem superado as expectativas. O setor privado norte-americano criou 219 mil empregos em julho, acima das 185 mil esperadas. Ontem, a moeda fechou a R$ 3,7566, com valorização semanal de 1%.
O contrato "C" com vencimento em setembro de 2018 na Bolsa de Nova York encerrou os negócios de ontem a US$ 1,0670 por libra-peso, apresentando perdas de 375 pontos na semana. Na ICE Futures Europe, o contrato do café robusta com vencimento em setembro caiu US$ 9, fechando o pregão a US$ 1.644 por tonelada.
Em relação ao clima, uma frente fria se forma no Sul e avança para o Sudeste do Brasil até domingo à noite, gerando possibilidade de chuvas na divisa entre os Estados de São Paulo e Paraná e no oeste paulista. Segundo a Somar Meteorologia, também ocorrerão precipitações no Rio de Janeiro, no Espírito Santo e no leste de Minas Gerais, porém com acumulados menores.
O serviço meteorológico informa que a chuva continua, na segunda-feira, em grande parte do Sudeste, com acumulados maiores no sul de Minas Gerais. Para a terça-feira, a previsão é que as precipitações avancem para o interior do Estado. As temperaturas não devem se elevar muito em função de haver bastante umidade na Região.
No mercado físico, os preços caíram, seguindo o mercado internacional, mas, ainda assim, o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) comunica que foi registrada maior movimentação por parte de vendedores, que necessitam fazer caixa para honrar alguns compromissos pontuais.
Os indicadores calculados pela instituição para as variedades arábica e robusta foram cotados a R$ 421,88/saca e a R$ 318,79/saca, com perdas de 2,5% e 1,9% respectivamente (Assessoria de Comunicação, 3/8/18)