13/09/2021

CNC: Balanço Semanal de 6 a 10 de Setembro de 2021

Legenda: Presidente do CNC, Silas Brasileiro e o Diretor do Departamento de Comercialização e Abastecimento do DCA/SPA/MAPA, Silvio Farnese, discutiram pautas importantes nesta quinta-feira

 Reunião na SRB

Em reunião com a Sociedade Rural Brasileira, Conselho Nacional do Café discute ações fundamentais sobre o Projeto Carbono Neutro, geadas e seguro rural.

Representantes do setor cafeeiro se reuniram nesta terça-feira, 31, para tratar de assuntos importantes para a cadeia café. O encontro foi promovido pela Sociedade Rural Brasileira (SRB), através do departamento de café. A SRB congrega associados de todo o Brasil, entre pessoas físicas e jurídicas, que compartilham conquistas e desfrutam das vantagens práticas no dia a dia da atividade rural.

Entidades têm identificado as principais preocupações dos consumidores e o que eles esperam da produção e da rede de fornecimento. Dentre eles, destaque para o programa CARBONO NEUTRO. Além desse, os temas prioritários passam pela rastreabilidade via block chain, projeto das águas, boas práticas trabalhistas, sustentabilidade e da gestão do manejo.

Regis Damásio, da Monteccer e membro do Comitê de Sustentabilidade do CNC, comentou que em 2018 foi iniciado um projeto de balanço dos gases de efeito estufa, da propriedade como um todo, avaliando a ação no solo, no cafeeiro, além de verificar a utilização de adubos nitrogenados e diesel utilizados nas lavouras. O Brasil é vanguarda na produção que utiliza a nova tecnologia ESG (Environmental Social and Governance. ). Para ele, a ideia principal das ações é mostrar que o Brasil mais sequestra do que emite carbono. Na mesma linha, o presidente do Conselho Nacional do Café, Silas Brasileiro, lembra dos vários projetos iniciados pelo Conselho e que hoje têm efeito fundamental na agregação de valor do café no mercado.

Segundo Damásio, os projetos “Carbono Neutro” em andamento devem buscar um levantamento para identificar como o Brasil está em relação a emissão e estocagem de carbono. “Assim, será possível recomendar estratégias e executar um plano de ação, principalmente para a produção, buscando cada vez mais produzir com baixa emissão de carbono”.

Cadeia unida

O Brasil bateu recorde de produção de café em 2020 e de exportação na temporada 2020/21, com aumento de 27,9% e 13,3%, respectivamente, em relação à safra anterior, o que mostra a força do setor para a economia brasileira e consolida a posição do país como maior produtor global de café. Apesar do crescimento desses números ano após ano, nossa maior preocupação é com o trabalhador rural, com aquele que está lá na ponta, faça chuva ou faça sol, está sempre disposto a produzir o melhor café do mundo. As geadas do dia 20 de julho foram as mais severas, fato que não se via há 27 anos. Assim como a seca e a crise hídrica, fatores climáticos do qual não temos controle e que comprometem a safra de café de 2022/23. Entretanto, temos acompanhado a falta de informação de alguns veículos quando o assunto é o produtor rural e não apenas a sua produção. As consequências na produção também têm sido discutidas diariamente pelo mercado, muitas vezes de forma especulativa.


O Conselho Nacional do Café (CNC) tem buscado, incessantemente, soluções que venham amenizar os prejuízos que os produtores tiveram com as intempéries climáticas tomando decisões com fundamentação e análise técnica. As entidades tem trabalhado em conjunto e de forma assertiva desde o primeiro dia do evento climático. A cafeicultura conta com uma estrutura de representação que nenhuma outra cultura tem. O Conselho Deliberativo da Política do Café (CDPC) e o Fundo de Defesa da Economia Cafeeira (Funcafé) – que é o banco privado de financiamento ao produtor, em todos os momentos de crise esteve ao lado do cafeicultor e desta vez não foi diferente.

A parceria do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) com o CNC, o CDPC, com a Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB), o Conselho do Agro, a Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA) e a Frente Parlamentar do Café tem traçado soluções para ajudar o produtor a erguer sua lavoura. As entidades já visitaram algumas áreas atingidas pelas geadas, principalmente nos estados de Minas Gerais, Paraná e São Paulo, porém somente após um levantamento de toda área atingida é que vamos poder ter números reais do tamanho das áreas prejudicadas. Para isso, foi contratada a Fundação Procafé, custeada pela OCB, para fazer um levantamento técnico. O relatório, convalidado pela Companhia Nacional de Abastecimento (CONAB), será apresentado em 40 dias.


O CDPC aprovou e o Conselho Monetário Nacional (CMN) autorizou o remanejamento de 20% dos recursos do Funcafé, para serem utilizados, exclusivamente, na recuperação de lavouras atingidas pelas geadas. Estamos falando de uma reserva de mais de R$ 1,3 bilhão. O Banco do Brasil também reforçou às ações de apoio ao agronegócio com R$ 10,5 bilhões de recursos adicionais para financiamentos rurais, sendo R$ 1 bilhão para recuperação de cafezais danificados. Mas, como “cada caso é um caso”, como bem disse nossa ministra da Agricultura, Tereza Cristina, devemos aguardar a conclusão do levantamento pela Fundação Procafé das lavouras atingidas para então estabelecer o limite de área e de valor por produtor. Diante dessas eventualidades climáticas só reforça a necessidade do cafeicultor em contratar o seguro rural. Tema que o CNC tem abordado frequentemente a fim de conscientizar sua importância.


Também temos visto especulações sobre maus tratos aos produtores, trabalho análogo à escravidão e desrespeito aos direitos das mulheres. Considera-se à condição análoga à escravidão o trabalhador submetido a trabalho forçado, jornada exaustiva e/ou situação degradante de trabalho. As cooperativas hoje são os que mais tem apoiado o produtor, assim como o CNC que se preocupa constantemente com as condições de trabalho dos cafeicultores. Exemplo disso foram as ações tomadas em conjunto com outras entidades, como a Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater/MG), a fim de orientar e preservar a saúde dos produtores e trabalhadores rurais contra o coronavírus durante a colheita do café. E o que dizer das mulheres cafeicultoras? Mais de 40 mil estabelecimentos agrícolas brasileiros com produção de café são dirigidos por mulheres. De acordo com dados do último Censo Agropecuário realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), há um público feminino de 88.700 mulheres dirigindo e codirigindo estabelecimentos com café em todo o Brasil.

Todos os produtores e trabalhadores rurais, homens e mulheres, são extremamente importantes para nossa sobrevivência, pois são eles os responsáveis por trazer o cafezinho de todos os dias à nossa mesa. O CNC, as entidades representativas e as cooperativas respeitam os trabalhadores e trabalham em conjunto em prol de uma cafeicultura cada vez mais competitiva, sustentável e integrada.

Mercado do café

Os contratos futuros de café arábica recuaram mais uma vez na Bolsa de Nova York na última quinta-feira (9). A previsão de chuvas nas áreas produtoras de café no Brasil, câmbio e fatores técnicos ajudam a direcionar os contratos. O dólar à vista teve alta de 2,89% na última quarta-feira (8), mas apresentou queda de 1,86% ontem (9) e fechou a R$ 5,227. A maior queda porcentual desde 24 de agosto (-2,23%). A valorização do dólar no acumulado da semana passou a ser de apenas 0,83%.

O vencimento setembro/21, na Bolsa de Nova York, fechou a US$ 1,8500 centavos de dólar por libra-peso, apresentando variação semanal negativa de 555 pontos. Na ICE Europe, o vencimento setembro/21 do café teve queda de US$ 9,00, fechando a sessão de ontem (9) a US$ 2.050 por tonelada.

No mercado físico, os pesquisadores do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) informam que as cotações do café robusta (conilon) tiveram alta na última quinta-feira (9). Já no mercado de arábica, a baixa internacional pressionou as cotações no Brasil. Segundo os pesquisadores, apesar da queda externa, os preços domésticos do café robusta foram sustentados pela redução das vendas. Os indicadores calculados pela instituição para as variedades arábica e robusta se situaram em R$ 1.069,14 por saca e R$ 735,73 por saca, respectivamente, com variações semanal de -1,12% e +1,57%.

A Somar Meteorologia informa que uma frente fria traz pancadas isoladas de chuva, até sábado (11), nos Estados do Paraná, São Paulo e sul de Minas Gerais. A estimativa meteorológica é um acumulado entre 10 mm e 20 mm no norte do Paraná, entre 5 mm e 10 mm na Alta Paulista e menos de 5 mm na Mogiana e no sul de Minas Gerais. Mesmo com o retorno da chuva, a temperatura deve permanecer alta em todas as áreas produtoras de café (Assessoria de Comunicação, 10/9/21)

  O presidente do Conselho Nacional do Café (CNC), Silas Brasileiro, se reuniu na tarde desta quinta-feira, 09, com o Diretor do Departamento de Comercialização e Abastecimento do DCA/SPA/MAPA, Silvio Farnese, para discutir pautas importantes para setor cafeeiro. Foram elas:

  1. Portaria SDA/MAPA – Consulta Pública Portaria nº 364, de 16 de julho de 2021, a proposta de Portaria para estabelecer o Regulamento Técnico do café torrado;
  2. Proposta de edição de decreto para atualização das atribuições do Funcafé, conforme discutido na audiência com o Tribunal de Contas da União, realizada em 08/09/2021;
  3. Relatório da Fundação Procafé – aguardando a conclusão final para convalidação da CONAB;
  4. Projeto Produtor de água, tratar da agilidade pelo MAPA da contratação do consultor;
  5. Solicitar empenho para publicação do Estoque de Passagem de 31/03/2021, pela Conab;
  6. Definição de critérios para atendimento de financiamento aos produtores atingidos pelas condições adversas, secas e geadas;
  7. Sugerir contatos com diversas seguradoras interessadas em participar do Seguro Rural para as lavouras cafeeiras.

Em breve, o CNC divulgará o resultado das ações do Conselho junto ao Ministério da Agricultura.