CNC: Balanço Semanal de 9/5 a 13/5/22
CNC participa da assinatura de Portaria do Mapa que cria padrão do Café Torrado
O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) realizou nesta terça-feira (10) a cerimônia de assinatura da Portaria Nº570/22 que estabelece o regulamento técnico do café torrado no Brasil. O documento foi publicado na quarta-feira (11) no Diário Oficial da União, e define o padrão oficial de classificação do produto, com os requisitos de identidade e qualidade, a amostragem, o modo de apresentação e a marcação ou rotulagem.
Participaram da cerimônia de assinatura o ministro interino do Mapa, Márcio Eli Almeida Leandro, Secretário-Executivo, Glauco Bertoldo, Diretor do Departamento de Inspeção de Produtos de Origem Vegetal (DIPOV), Silvio Farnese, Diretor do Departamento de Comercialização e Abastecimento (DCA/SPA), Janaína Macedo Freitas, Coordenadora-Geral do Café (CGCAF), Hugo Caruso, Coordenador Geral de Qualidade Vegetal, José Guilherme, Secretário da Secretaria de Defesa Agropecuária (DAS), Celírio Inácio da Silva, Diretor Executivo da Associação Brasileira da Indústria do Café (ABIC), Felipe Lelis, Advogado da ABIC, Thiago Orletti, Vice Presidente da Comissão do Café da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), Maciel da Silva, Coordenador de Produção Agrícola da CNA, Rogério Castro, diretor de Relações Governamentais da Confederação Nacional da Indústria (CNI) e Silas Brasileiro, Presidente do Conselho Nacional do Café (CNC).
“O importante é que essa normativa não é uma intervenção do governo, ela é uma conquista da cadeia produtiva do café. O Governo é um colaborador na construção do fortalecimento do setor”, destacou o ministro interino da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), Márcio Eli.
Apesar de o Brasil ser o maior produtor mundial de café e de haver iniciativas de controle por parte do setor privado, não havia ferramenta legal para o controle oficial da qualidade do café torrado. A classificação atende uma demanda apresentada pelo setor.
“O resultado desse trabalho é fruto de alinhamento dos objetivos em conjunto com o setor privado. A regulamentação é um marco importante para o agronegócio brasileiro e para os consumidores apaixonados por esse produto”, ressaltou o secretário de Defesa Agropecuária, José Guilherme Leal.
O Padrão Oficial de Classificação do Café Torrado irá propiciar que o órgão fiscalizador possa verificar e controlar a qualidade, as condições higiênico-sanitárias e a identidade dos produtos de origem vegetal oferecidos aos consumidores, o que pode ainda aumentar o consumo e a exportação desse produto. A normativa entrará em vigor no dia 1º de janeiro de 2023.
Qualidade, segurança e clareza
De acordo com o presidente do Conselho Nacional do Café (CNC), Silas Brasileiro, esse é um grande momento e uma conquista para o café brasileiro. “O que está sendo colocado neste regulamento dá uma condição de fiscalização correta ao agente que está na ponta, segurança para o consumidor e uma clareza para a indústria”.
A rigor o que se busca é a garantia da qualidade do café torrado para todos os tipos de cafés. Atualmente, na comercialização desse produto, os consumidores baseiam-se na qualidade expressa na embalagem ou na fidelidade a uma marca, onde se cria uma expectativa positiva sobre o café que se pretende consumir.
“Essa é a comemoração da primeira fase. Hoje a gente se sente feliz porque essa regulamentação já foi tentada antes e agora estamos vendo que as mudanças propostas são para o bem do setor”, disse o diretor executivo da Associação Brasileira da Indústria de Café (ABIC), Celírio Inácio da Silva. A associação representa 84% do setor.
Pela norma, é considerado café torrado aquele que foi submetido a tratamento térmico adequado até atingir o ponto de torra desejado, podendo se apresentar em grãos ou moído.
Para o vice-presidente da Comissão de Café da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), Thiago Orletti, a classificação é um marco importante para o agronegócio brasileiro, visto que o Brasil é um produtor de café certificados e tem um mercado interno crescente com mais de 22 milhões de sacas produzidas e consumidas no país. “Se somos um grande produtor de café com tanta qualidade, precisamos desse avanço e dessa padronização no setor. Esse é um compromisso que estamos assumindo com o consumidor”, afirmou.
Silas Brasileiro destacou ainda o trabalho intenso da ABIC, da CNA, do CNI e do CNC no processo que irá garantir mais qualidade à bebida e maior eficiência para a indústria.
Além disso, o presidente do CNC fez questão de elogiar o trabalho do Ministério de Agricultura desde o início das discussões até a assinatura da portaria. “O trabalho começou com a Ministra Tereza Cristina, que engajou a equipe toda do MAPA. De lá pra cá, todas as secretarias e departamentos do Ministério trabalharam para que a portaria atendesse o consumidor, garantindo um café de qualidade nas gôndolas, e a indústria, que fosse contemplada com exigências mais claras, plausíveis e aplicáveis no dia a dia”, finalizou.
MTP realiza orientações trabalhistas para colheita de café
A Subsecretaria de Inspeção do Trabalho (SIT), vinculada à Secretaria de Trabalho (STRAB) do Ministério do Trabalho e Previdência (MTP), realizou na terça-feira (10), das 10h às 12 horas, um evento on-line dedicado ao conhecimento e esclarecimento da legislação aplicável à contratação de trabalhadores e ao desenvolvimento das atividades de colheita do café com foco na Safra de Café 2022.
A live contou com a condução de Yan Koslovsky, Auditor-Fiscal do Trabalho e Coordenador Nacional da Escola Nacional da Inspeção do Trabalho (ENIT), e com as palestras de Romulo Machado e Silva, Subsecretário de Inspeção do Trabalho, e dos Auditores-Fiscais, Ana Paula Salvador (GRTb/Franca-SP), Alexandre Scarpelli (GRTb/Poços de Caldas-MG), Leandro Costa Marinho (GRTb/Varginha-MG) e Fernando da Silva (GRTb/Bauru-SP).
Os palestrantes apresentaram orientações sobre a legislação trabalhista, segurança e saúde no trabalho, relacionadas à colheita de café, para produtores, trabalhadores, entidades do setor econômico e demais públicos interessados.
Entre os temas abordados estavam questões aplicáveis à contratação de trabalhadores e ao desenvolvimento das atividades de colheita do café, incluindo recrutamento, transporte e conforto nos alojamentos e frentes de trabalho, para a execução das atividades em campo de forma segura e saudável, observando a legislação vigente.
Palestras importantes
O presidente do Conselho Nacional do Café (CNC), Silas Brasileiro, classificou como importantes as orientações oferecidas pela ENIT. “Acompanhamos ao vivo a live e foi realmente extraordinária. São informações práticas, que respondem dúvidas que surgem no dia a dia do produtor. Fizemos questão de divulgar para as nossas cooperativas e associações, em razão da relevância do tema”.
O CNC, através de suas cooperativas e associações, sempre cumpre seu papel de orientar os cafeicultores. No ano de 2020, reforçou algumas recomendações de proteção ao trabalhador safrista destacando os principais tópicos da cartilha ´Orientações sobre prevenção ao coronavírus durante a colheita do café´, expedida pelo CNC, em parceria com a Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado de Minas Gerais (Emater/MG). Acessar a cartilha (clique aqui)
O material ressalta a importância do uso de EPI’S obrigatórios; além de orientar sobre Bonés, óculos, luvas, máscaras, água potável, copos descartáveis, álcool em gel, água disponível para lavar as mãos, sabão, banheiro limpo, barraca para refeições, ônibus desinfetado, carros, tratores, entre outros; destaca a reunião de instrução – todo início da semana com ata assinada, pelo menos, por dois trabalhadores (CIPA); explica a não tolerância de trabalhadores sem registro em carteira e menores de idade; e ressalta o indispensável contrato de safrista.
“Parabenizamos o MTP, que tem sido um parceiro do produtor e do trabalhador rural. Concordamos que o papel do ente público é orientar e oferecer ferramentas, e não ser apenas punitivo, para que a relação trabalhista seja a mais clara e correta possível. Por isso, o CNC e o Ministério do Trabalho e Previdência têm estreitado os laços para que a cadeia café seja a principal beneficiada”, finaliza Silas Brasileiro.
As palestras e as apresentações realizadas no evento podem ser acessadas através do link:
G1 destaca liberações do Funcafé e a importância dos bancos cooperativos
Quantia foi liberada para empréstimos a cafeicultores em 5 linhas diferentes.
Por Jonatam Marinho, g1 Sul de Minas
Publicado em 12/05/2022 06h52 Atualizado há um dia
Cinco bancos cooperativos que possuem agências espalhadas pelo Sul de Minas têm cerca de R$ 225 milhões disponíveis para os cafeicultores. A quantia vem do Fundo de Defesa da Economia Cafeeira (Funcafé). Ao todo, são 33 agentes financeiros em todo o país aptos a negociar os valores do fundo que chega a R$ 6 bilhões. As informações foram fornecidas pelo Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento (Mapa) conforme balanço realizado até abril de 2022.
Existem cinco linhas de crédito específicas: Custeio, Comercialização, Capital de Giro, Recuperação de Cafezais Danificados e Aquisição de Cafés. Na linha de Custeio, as cooperativas da região juntas somam mais de R$ 160 milhões e, em recuperação de cafezais, foram R$ 52,6 milhões disponibilizados.
Cooperativas na região
A primeira cooperativa de crédito que aparece na lista do Mapa é sediada em Carmo do Rio Claro (MG). O total contratado por essa instituição foi de quase R$ 23,4 milhões. Ela teve acesso aos recursos apenas para três linhas de empréstimo: Custeio, Capital de Giro e Recuperação de Cafezais Danificados com os respectivos valores de quase R$ 15,6 milhões, R$ 100 mil e R$ 6,5 milhões. O total desembolsado foi de R$ 22.579.960,00.
A segunda instituição financeira da região listada é sediada em Alpinópolis (MG). Para as linhas de crédito de recuperação de cafezais e custeio foram disponibilizados R$ 3,6 milhões e R$ 15,9 milhões. O total contratado foi de R$ 19,5 milhões do Funcafé.
Outra cooperativa sediada em Guaranésia (MG) aparece nas linhas de crédito de custeio e recuperação de cafezais com R$ 15,9 milhões e R$ 3,6 milhões. O total contratado e desembolsado foi de quase R$19,6 milhões.
As outras duas cooperativas de crédito que aparecem na lista são sediadas em Varginha (MG) e Guaxupé (MG) e estão presentes em mais de 30 municípios do Sul de Minas. Elas possuem os maiores valores contratados com números superiores a R$ 90 milhões cada. E também apresentam os maiores valores para a linha de recuperação de cafezais: R$17,5 e R$ 15 milhões respectivamente.
Informações
A lista dos agentes financeiros aptos a negociar os valores do Funcafé e a relação das cooperativas de crédito da região com os montantes disponíveis para casa linha de crédito podem ser conferidos em “Liberação de Recursos” no site do Mapa.
Vista aérea de lavouras. — Foto: Jonatam Marinho
O diretor de Comercialização e Abastecimento do Mapa Silvio Farnese explicou que a grande vantagem das linhas de crédito do Funcafé é a taxa de juros que fica em 7% enquanto o mercado pratica taxas em torno de 8,5%.
“É uma taxa de juros mais barata, com regras estabelecidas e prazos bem ajustados às necessidades do setor como comercialização, capital de giro e recuperação de cafezais”, disse.
Ele também exemplifica que prática comum de venda futura das sacas de café é custeada com recursos da linha de comercialização.
“A comercialização, por exemplo, se torna muito importante para que as operações futuras possam ser feitas. Com o aumento do preço do café e as oscilações do mercado é muito importante para o setor ter uma linha de crédito como comercialização e aquisição de café para poder fazer operações futuras. Permite fazer o carregamento de estoque e jogar isso para frente”, afirmou.
O Funcafé
O diretor de comercialização e abastecimento do Mapa também explicou que nos anos 80 foi criado um fundo para apoiar o setor cafeeiro em pesquisa e financiamento.
“As ações são focadas nas 5 linhas de financiamento e mais financiamentos de pesquisa através de consórcios coordenados pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) Café. Ela é a coordenadora que faz parcerias com universidades e institutos que trabalham com pesquisa de café”, contou.
O Funcafé está dentro do orçamento da União com valor em torno de R$ 6 bilhões para 2022. Farnese disse ainda que, a cada ano, é realizada uma chamada pública para que todos os agentes financeiros interessados em operar o fundo possam apresentar propostas.
“À medida que forem feitas propostas pelos bancos dentro das linhas de crédito, temos critérios de avaliação porque a demanda é muito grande. Um contrato é assinado com o Ministério da Agricultura e esse valor vai sendo aumentado durante o ano para o banco em questão”, detalhou Farnese.
Segundo informações do Conselho Monetário Nacional (CMN), o setor cafeeiro é o único do agronegócio brasileiro que possui um fundo próprio, constituído com recursos originários do setor produtivo. O Fundo de Defesa da Economia Cafeeira (Funcafé) foi criado pelo Decreto-Lei n° 2.295/86, regulamentado pelo Decreto n° 94.874/87 e ratificado pela Lei n° 9.239/95 como parte do ajuste da política cafeeira frente ao processo de democratização e reforma administrativa do Estado Brasileiro.
Safra 2022/2023
O Conselho Monetário Nacional (CMN) aprovou a destinação de mais de R$ 6 bilhões para o Fundo de Defesa da Economia Cafeeira (Funcafé) para a safra de 2023. A aprovação aconteceu na última semana de abril em reunião do Conselho Deliberativo da Política do Café (CDPC).
Segundo o Conselho Nacional do Café (CNC), uma boa notícia para os produtores foi o aumento do limite de crédito para cooperativas de produção utilizando a linha de Custeio do Fundo, que passou de R$ 30 para R$ 50 milhões por cooperativa e manteve os limites nas operações por cooperado em R$ 500 mil.
“Estamos falando da atuação social do Funcafé. Os pequenos produtores não têm os mesmos limites de crédito dos grandes cafeicultores em financiamentos convencionais. Por isso, as cooperativas são as grandes parceiras dos mais de 78% dos produtores familiares”, explica Silas Brasileiro, presidente do CNC.
Com a aprovação pelo CMN, o Ministério da Agricultura fará um chamamento público dos agentes financeiros e cooperativas de crédito que desejarem operar o Funcafé em suas carteiras de financiamento. Na liberação para a safra atual, em 2021, participaram 33 instituições. Destas, cinco são cooperativas do Sul de Minas.
Outro destaque do documento aprovado é a possibilidade de fazer remanejamento entre as linhas de crédito sem a necessidade de encaminhamento de voto para alterações no CMN.
“Isso garantirá agilidade no caso de uma necessidade urgente, como no caso das secas e geadas ocorridas nos anos anteriores. O CDPC tem o papel de definir da melhor maneira um possível remanejamento, já que dentro do Conselho Deliberativo estão as principais representações públicas e privadas da cafeicultura brasileira”, explica Silas Brasileiro.
Café em NY: previsões climáticas devem manter mercado volátil
O mercado futuro de café arábica encerra a semana na Bolsa de Nova York (ICE Futures US) surpreendendo. Depois de acumular 1.700 pontos de desvalorização, em quatro sessões seguidas (7,7%), o vencimento julho/22, o mais negociado, subiu 8% (1.610 pontos) na quarta-feira (11/05), para cair 2% ontem (12/05), ou seja, (460 pontos), encerrando a 215,30 centavos de dólar por libra-peso. Na ICE Europe, o vencimento maio/22 do café teve queda de US$ 25,00, fechando a sessão de ontem (12) a US$ 2.050,00 por tonelada.
O dólar à vista apresentou leve queda ontem (12). A moeda fechou cotada a R$ 5,1405, em queda de 0,08%. Na semana, o dólar apresenta valorização de 1,28%. Em 2022, a moeda americana sofreu perda de 7,81%. Segundo corretores, o tom positivo da bolsa brasileira e a valorização de algumas commodities agrícolas deram certo suporte para o crescimento.
A Somar Meteorologia prevê baixas temperaturas no interior do Paraná: mínimas de 5°C em Carlópolis, 2°C em Pinhalão e 0°C em Ibaiti, na quinta-feira da semana que vem (19). “Em São Paulo e em Minas Gerais, apesar do frio, há previsão de nuvens, o que diminui o potencial para geadas”, pondera a Somar. De qualquer forma, no interior de São Paulo a temperatura mínima alcançará 3°C em Garça, em Pedregulho e Franca e 5°C em Caconde. Na semana que vem, no sul de Minas Gerais, “também são estimadas temperaturas entre 3°C e 5°C”.
No mercado físico, os pesquisadores do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) informaram que as cotações domésticas do café arábica e do robusta caíram ontem (12). Segundo os pesquisadores, a pressão no arábica veio do recuo dos futuros da variedade no mercado internacional. No segmento de café robusta, produtores vêm aumentando a oferta de café novo no mercado, pressionando as cotações. Os indicadores calculados pela instituição para as variedades arábica e robusta se situaram em R$ 1.271,64 por saca e R$ 755,11 por saca, com variação semanal positiva (arábica) de 2,19% e negativa (robusta) de 2,04% (Assessoria de Comunicação, 13/5/22)