26/05/2020

CNCBalanço Semanal de 18 a 22/5/2020

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Neste domingo, 24 de maio, celebramos o Dia Nacional do Café. Mesmo diante de tempos difíceis e desafiadores em função da pandemia do novo coronavírus (Covid-19), temos motivos para comemorar a nossa data.

Este ano, vemos a confirmação do que o Conselho Nacional do Café (CNC) vem alertando ao longo dos últimos anos, que é a redução contínua dos estoques de passagem para seus menores níveis históricos, fato que equilibra, no Brasil, a oferta com a demanda.

 

A safra 2020 será suficiente para honrar as exportações, que deverão se manter acima de 40 milhões de sacas, e o consumo interno, que provavelmente se mantenha ao redor de 21 milhões de sacas, utilizando toda a colheita que teremos este ano.

 

No campo, temos orientado produtores e trabalhadores a adotarem as medidas de segurança para evitar o contágio e a propagação da Covid-19 durante a colheita. Uma dessas orientações é fruto de acordo técnico com a Emater-MG, que gerou a cartilha "Orientações sobre prevenção ao coronavírus durante a colheita do café", material orientativo que permitirá o bom desenvolvimento da “panha” sem que haja impactos na saúde dos trabalhadores e oneração adicional excessiva dos custos a cafeicultores.

 

Motivo para celebração é o reflexo dos investimentos realizados em pesquisa e implementação de novas tecnologias no cinturão cafeeiro do Brasil. Nos últimos 20 anos, quadruplicamos nossa produtividade, para mais de 30 sacas por hectare, elevando nossas safras em áreas cada vez menores destinadas à cafeicultura.

 

Essa iniciativa se deu em função de nosso foco em redução de custos, o que faz do café brasileiro o mais competitivo do mundo. Mesmo no auge de crise de preços, ainda temos posição melhor que todos os nossos concorrentes, o que nos permite manter a liderança de mercado, entregando cada vez mais e melhores cafés a nossos clientes e parceiros mundiais, mantendo, assim, a nossa fidelidade com o mercado consumidor.

 

E por falar em celebração, o trabalho intenso do CNC junto à cadeia produtiva e ao Governo Federal resultou em novo orçamento recorde do Fundo de Defesa da Economia Cafeeira (Funcafé) para a safra 2020 de café.

 

Esse esforço rendeu R$ 5,71 bilhões para a atividade, que serão distribuídos por 31 agentes financeiros (confira aqui). Diante da pandemia da Covid-19 e de seus impactos na economia, a ação do CNC ainda mais importante veio com a conquista da liberação antecipada desses recursos, que, conforme o Ministério da Agricultura, devem começar a ser repassados brevemente, quando, normalmente, ocorreria entre julho e agosto.

 

A antecipação do capital aos produtores permitirá que cubram a sua folha de pagamento semanal aos trabalhadores da colheita e ordenem o fluxo da safra, podendo negociar seu produto nos momentos mais oportunos do mercado, não precisando vender seu café de imediato, garantindo renda.

 

A pandemia da Covid-19 desencadeou, além da sanitária, forte crise econômica, resultando em milhares e milhares de desempregos em todo o país. Mesmo diante de tamanho cenário triste, o café, mais uma vez, surgiu fortalecendo sua função socioeconômica.

 

Os trabalhos de colheita, que se intensificam agora no fim de maio, serão realizados majoritariamente pelos desempregados das cidades onde se localizam os cafezais, sendo alternativa de renda a essa população que se vê em estado financeiro extremamente preocupante. Isto é, a cafeicultura mantém sua relevância econômica e social, contribuindo para alimentar milhares de família nessa fase da colheita.

 

Cientes dos tempos difíceis e surreais que vivemos, o café mantém seu caráter social e sua relevância financeira ao Brasil. Este ano, a produção movimentará R$ 26,6 bilhões no campo e gerará mais de US$ 5 bilhões em receitas ao país.

 

O café segue como nosso parceiro leal, um companheiro que, diretamente nas atividades da cadeia produtiva ou em nossos lares, sempre se faz presente para amenizar os desconfortos ou para celebrar as alegrias que vivemos.

 

A cafeicultura não parou e não parará. Segue se desenvolvendo e desenvolvendo locais e pessoas onde está presente. Nesse 24 de maio, permaneçam se cuidando, adotem bons hábitos de saúde e culturais e, sim, brindemos o nosso Dia Nacional com uma bela taça do nosso café! (Silas Brasileiro é presidente executivo do CNC).

 

 

Café recua em semana de pouca volatilidade

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Em meio à falta de novidades fundamentais, agentes seguem monitorando clima no Brasil e movimentos do dólar.

 

Em uma semana de baixa volatilidade, os futuros do café arábica registraram leves perdas. Na Bolsa de Nova York, o vencimento jul/20 recuou 210 pontos, negociado a US$ 1,0475 por libra-peso. Já na ICE Europe, o contrato jul/20 do café robusta fechou a quinta-feira a US$ 1.189 por tonelada, subindo US$ 11.

 

Ainda sem novidades no lado dos fundamentos, as atenções seguem voltadas ao comportamento do dólar e para o clima no cinturão produtor do Brasil, onde os produtores já negociaram boa parte da safra antecipadamente e estão concentrados nos trabalhos de colheita.

 

O Conselho Nacional do Café (CNC), em parceria com a Associação Brasileira das Entidades Estaduais de Assistência Técnica e Extensão Rural (Asbraer) e o Instituto Nacional de Meteorologia, emitiu, nesta semana, o "Alerta Inmet". No informe, o meteorologista Francisco de Assis indica que, no sábado e domingo, deverá ocorrer chuva nas regiões de café da Mogiana Paulista, Sul de Minas Gerais e Espírito Santo. "Há previsão de clima frio no Sul de Minas, com condições para geadas, nos próximos dias 25 e 26", completa.

 

O dólar comercial seguiu trajetória de correção após a forte disparada recente. Segundo analistas, a alta do petróleo e a reabertura gradual das atividades em países e em Estados norte-americanos aumentaram o apetite por ativos de risco. No Brasil, o recuo não foi maior devido às turbulências no ambiente político, que geram cautela. Ontem, a divisa fechou em R$ 5,5824, seu menor nível em 17 dias, com perdas de 4,4%.

 

No mercado interno, o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) informa que a colheita da safra 2020 já foi iniciada em todas as regiões do café arábica, mas os trabalhos ainda seguem em ritmo lento. Nas praças de robusta, a cata está mais avançada. Os indicadores calculados pela instituição para as variedades arábica e conilon se situaram em R$ 575,20/saca e R$ 356,21/saca, com variações de -3,1% e -1,5%, respectivamente (Assessoria de Comunicação, 22/5/20)