Com volume, qualidade e exportação, café tem ano para ficar na história
MAQUINA COLHENDO CAFE FOTO DIVULGAÇÃO JACTO
Devido à boa oferta e à demanda externa, Brasil conseguiu colocar volume recorde de 45,6 milhões de sacas no mercado externo.
Um ano fantástico. Assim Nicolas Rueda, presidente do Cecafé (Conselho dos Exportadores de Café do Brasil), se referiu ao ano-safra de café, que se encerrou em 30 de junho.
Foi uma safra para não ser esquecida na história do café brasileiro. Além de quantidade, o país produziu café com qualidade e obteve bons preços, segundo o executivo.
Os números da Conab indicam a grande oferta. Em 2020, foram produzidos 63 milhões de sacas, um volume inédito.
Devido à boa oferta de café e à demanda externa, o Brasil conseguiu colocar um volume recorde de 45,6 milhões de sacas no mercado externo.
Tudo ajudou o setor, inclusive o câmbio, que permitiu que as exportações rendessem R$ 31,5 bilhões neste ano-safra.
A saca de café, que tinha um valor médio de US$ 117,6, em junho do ano passado, esteve em US$ 140,5 no mês passado, com alta de 19,5%, em dólar.
Os números do período que se encerra mostram uma curiosidade. Além do aumento de exportações para os tradicionais importadores de café, o Brasil elevou, e em muito, as vendas externas para países produtores.
A Colômbia, sempre com boa presença nas exportações mundiais, comprou 1,1 milhão de sacas de café verde do Brasil na safra 2020/21, um volume 156% acima do de igual período anterior.
Entram ainda nessa lista de importadores, produtores como Vietnã, México, República Dominicana, Índia e outros.
Foram 2,7 milhões de sacas exportadas para produtores na safra que se encerrou, 47% a mais do que na anterior.
Os países que mais compram café no Brasil são Estados Unidos, com 8,3 milhões de sacas, e Alemanha, com 7,9 milhões, segundo o Cecafé.
O clima favorável na safra 2020/21 permitiu que o país exportasse 7,9 milhões de sacas de produto diferenciado, um café com melhor qualidade. Foram 17,3% do total das vendas externas, com preço médio de US$ 166 por saca.
O país terá, no entanto, vários desafios a partir de agora. Um deles é a dificuldade na logística de exportação, além de um volume de produção de apenas 49 milhões de sacas neste ano. A demanda interna e externa, no entanto, se mantém (Folha de S.Paulo, 13/7/21)