COP 26: Lideranças globais mostram urgência e Brasil reverte percepções
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Os primeiros dias da Convenção do Clima (COP26), que ocorre na Escócia, têm sido um palco importante para as lideranças globais alertarem sobre o senso de urgência em relação ao tema, para o Brasil reverter percepções e para os empresários mostrarem soluções para a descarbonização do planeta. A avaliação foi feita ao Broadcast pelo CEO da empresa do setor de biodiesel BSBIOS, Erasmo Carlos Battistella.
O executivo destacou que, desde a Rio-92, passando pela primeira COP em Berlim, depois em Paris, e até agora, na Escócia, houve um avanço na consciência sobre as questões que envolvem o clima e o aquecimento global. “A diferença é que pude constatar nas manifestações das lideranças globais um evidente senso de urgência”, disse. “As consequências de decisões erradas não virão em 40, 50 ou 60 anos, mas a nossa geração vai viver o resultado desse impacto se errarmos agora”, continuou.
Para Battistella, todos precisam ser pragmáticos em relação ao tema porque não há escolha, e o Brasil, segundo ele, é parte importante dessa conjuntura. “Não podemos avaliar um país por uma fotografia instantânea. E o mundo sabe disso”, pontuou. Por isso, foram importantes nesse espaço de tempo de três décadas, o crescimento e consolidação do setor de biocombustíveis no Brasil, de acordo com o CEO. “Sou um otimista por natureza e saio desta COP26 empolgado, mas não iludido”, garantiu.
Na avaliação do executivo, o Brasil deu um recado importante revertendo algumas percepções, com o anúncio do ministro do Meio Ambiente, Joaquim Leite, de que o país vai ampliar sua meta de redução de emissões de gases de efeito estufa (GEEs). Isso significará, de acordo com Battistella, que haverá um fortalecimento do consumo de biocombustíveis e da Política Nacional de Biocombustíveis (RenovaBio), que estabelece em lei a progressão da mistura até 15% (B15) em 2023 - uma referência em descarbonização nos transportes.
O setor privado brasileiro também merece destaque no evento, conforme o CEO. “Senti uma força muito grande do setor empresarial brasileiro aqui na COP26. Ao circular e conversar com vários empresários e representantes setoriais, ficou evidente que nós estamos mostrando que temos soluções sustentáveis e avançadas em termos de tecnologia para contribuir com o processo de descarbonização global.”
A BSBIOS tem 16 anos e o faturamento da companhia no ano passado foi de R$ 5,3 bilhões. Em março, a empresa anunciou a ampliação de sua capacidade produtiva na unidade em Passo Fundo (RS) para 468 milhões de litros de biodiesel por ano, um aumento de 13%. Em janeiro, a unidade de Marialva, no Paraná, também já tinha recebido autorização de aumento de capacidade para o mesmo volume. Para 2022, a empresa anunciou a ampliação em 15% da capacidade instalada de suas duas usinas. Cada unidade vai subir para 540 milhões de litros por ano. A previsão é que as obras estejam concluídas em janeiro (Broadcast, 3/11/21)