14/11/2022

CTC: Lucro líquido no 2º trimestre cai 4,6%, para R$ 26,26 milhões

CTC: Lucro líquido no 2º trimestre cai 4,6%, para R$ 26,26 milhões

O Centro de Tecnologia Canavieira (CTC), companhia de melhoramento genético e biotecnologia na cana-de-açúcar, obteve lucro líquido de R$ 25,26 milhões no segundo trimestre do ano-safra 2022/23, recuo de 4,6% em comparação com o mesmo período da temporada anterior. O lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) também caiu 13,3% na mesma comparação, para R$ 39 milhões, enquanto a receita líquida cedeu 10,5% e alcançou R$ 91,5 milhões.

O diretor Financeiro e de Relações com Investidores do CTC, Rinaldo Pecchio, afirmou que o recuo no lucro está relacionado ao término da vigência da proteção das cultivares e consequente direito à cobrança do royalty das variedades CTC 1 a 5, um efeito que é sentido pelo segundo balanço consecutivo da companhia.

 

Segundo ele, o CTC se preparou para o fim da cobrança de royalties dessas variedades e previa um efeito até maior da saída desses produtos do portfólio. “Imaginávamos que a perda nas vendas poderia ser entre 20% e 25%”, disse Pecchio.

 

Segundo ele, o CTC espera, agora, voltar a registrar crescimento da receita em 2023 e neutralizar as perdas com relação às variedades daqui dois anos, voltando aos níveis “pré-queda”.

O caixa líquido do CTC no segundo trimestre do ano-safra 2022/23 totalizou R$ 309 milhões, aumento de 53,6% em relação ao mesmo período da safra anterior. A perda das variedades CTC 1 a 5, de acordo com Pecchio, foi compensada pelo reajuste de preços pela inflação e pela melhora no mix com variedades de maior valor agregado.

 

“Embora haja impacto na receita, esse efeito será compensado progressivamente com a melhora na adoção do mix de produtos e a expansão das variedades premium e variedades geneticamente modificadas (GM)”, disse o executivo.

O Ebitda, segundo ele, caiu principalmente por causa do investimento em pesquisa e desenvolvimento, que subiu 10,1% na comparação anual, para R$ 46 milhões. Os custos de P&D representaram 50,4% da receita líquida no segundo trimestre da temporada, comparado a 41% no mesmo período do ano anterior. A companhia também melhorou o seu mix de produtos, com crescimento de plantio de variedades de cana-de-açúcar “elite”, atingindo aproximadamente 57% de toda área plantada com variedades CTC na safra.

Para a safra 2023/24, que começa em abril, o gerente de Relações com Investidores da companhia, Diego Ferrés, avalia que o CTC tende a "surfar" junto com o movimento de renovação dos canaviais. Segundo ele, o mercado tem um prognóstico bastante positivo para o próximo ano graças à saúde financeira das usinas e ao nível de investimento em manejo de tecnologia. “Nós esperamos que a taxa de reforma dos canaviais feche ao redor de 15% em 2022/23. Em 2021/22 a taxa foi por volta de 13% (1,3 milhão de hectares)”, afirmou ele.

Lançamentos

Ferrés destacou que o CTC deve lançar três variedades convencionais na próxima safra para complementar o portfólio com plantas adaptadas a diferentes regiões. A companhia, segundo ele, continua com um trabalho acelerado para disponibilizar também novas variedades geneticamente modificadas ao mercado, além das quatro já presentes.

 

Em 2023, o CTC deve, ainda, começar o teste industrial do projeto de sementes sintéticas obtidas por técnicas de clonagem para o plantio de cana-de-açúcar, tecnologia que promete inovar o cultivo e a produtividade da cultura.

Para consolidar as novidades do CTC, o gerente adiantou que, até 2025, a companhia deve lançar a próxima série de variedades, a 10.000, para substituir as variedades da série 9.000, que são as mais eficientes do grupo, hoje, à seca e ao plantio mecanizado. “Consideramos saltos de produtividade com a mudança de série”, afirmou (Broadcast, 11/11/22)