16/06/2021

“Descarbonizar cadeia não é só meta, é o certo a se fazer”, diz CEO da JBS

“Descarbonizar cadeia não é só meta, é o certo a se fazer”, diz CEO da JBS

Legenda: O CEO Global da JBS, Gilberto Tomazoni, em entrevista exclusiva à CNN. Foto: CNN (23.set.2020)

O CEO da JBS, Gilberto Tomazoni, disse que o movimento de descarbonização da cadeia produtiva "não é uma questão de meta, mas é o certo a se fazer". A afirmação foi feita durante participação em painel do Summit ESG 2021, promovido pelo Estadão. Na ocasião, ele acrescentou que a sustentabilidade tem sido a estratégia de negócio da empresa porque a companhia acredita que este é o único caminho para minimizar as mudanças climáticas e manter a produção de alimentos do planeta.

Nesse sentido, além dos esforços relacionados à cadeia como um todo, a JBS disponibilizou um caixa de US$ 2 milhões para fomentar a inovação interna e rever ações de descarbonização internas, de acordo com Tomazoni.

O executivo lembrou também da meta anunciada pela JBS de tornar-se uma companhia Net zero até 2040, isto é, com emissões líquidas de carbono zeradas. E mencionou esforços relacionados à utilização de energia renovável, que deve chegar a 100% das operações nos próximos 20 anos. Hoje, cerca de 46% das operações globais da empresa utilizam fontes renováveis de energia e, no Brasil, esse número chega a 90%, afirmou.

O grande desafio no processo de reduzir as emissões, segundo o presidente da JBS, é mobilizar todos os fornecedores, diretos ou indiretos, para que a produção se torne mais sustentável. "Quase 90% das nossas emissões está no Escopo 3, que compreende a cadeia de fornecimento, e hoje nós monitoramos os produtores que fornecem diretamente para a JBS", disse ele, acrescentando que a cadeia pecuária não é integrada e, por isso, é maior a dificuldade de identificar a origem dos animais adquiridos pela indústria.

Contudo, para ampliar o monitoramento aos fornecedores indiretos, ou seja, os pecuaristas que vendem gado para as fazendas das quais a JBS compra diretamente, a empresa já está utilizando um sistema com tecnologia blockchain. Segundo Tomazoni, a perspectiva é de que a empresa tenha uma cadeia com desmatamento zero no bioma Amazônia até 2025 e que isso seja uma realidade em todos os outros biomas até 2030 (Broadcast, 15/6/21)