20/05/2024

Ebrahim Raisi, presidente do Irã, morre em queda de helicóptero, diz TV estatal

Ebrahim Raisi, presidente do Irã, morre em queda de helicóptero, diz TV estatal

Presidente iraniano, Ebrahim Raisi, durante discurso na Assembleia Geral da ONU, em Nova York, EUA. Foto Reuters Mike Segar

 

Segundo imprensa oficial, aeronave sofreu acidente em razão de más condições climáticas no domingo (19). Raisi foi eleito em 2021 e tinha mandato até 2025. 1º vice-presidente deve assumir e convocar eleições em até 50 dias.

O presidente iraniano, Ebrahim Raisi, morreu aos 63 anos na queda de um helicóptero, informou a TV estatal do Irã nesta segunda-feira (20).

Raisi, que foi eleito em 2021 e tinha mandato até 2025, era a 2ª pessoa mais importante do Irã, atrás apenas do aiatolá Ali Khamanei, líder supremo do Irã e de quem o atual presidente era um protegido e possível sucessor.

Segundo a imprensa oficial iraniana, o helicóptero caiu numa reunião montanhosa do Irã em razão das más condições climáticas durante um voo que trazia Raisi e outras autoridades do vizinho Azerbaijão.

A queda ocorreu entre as aldeias de Pir Davood e Uzi, na província iraniana de Azerbaijão Oriental, cerca de 600 quilômetros a noroeste de Teerã, a capital iraniana.

Além de Raisi, a queda matou o chanceler do Irã, Hossein Amirabdollahian.

A aeronave transportava, ainda, Malek Rahmati, governador da província iraniana do Azerbaijão Oriental; e Hojjatoleslam Al Hashem, líder religioso. As mortes dos dois não foram confirmadas, mas, mais cedo, a imprensa oficial informou não haver sinal de sobreviventes no local da queda.

Esta reportagem está em atualização.

Infográfico mostra local da queda do helicóptero do presidente do Irã — Foto: Editoria de arte/g1

Quem era Ebrahim Raisi

Ebrahim Raisi foi eleito em 1º turno em 2021 para um mandato de 4 anos, numa eleição com abstenção recorde e da qual vários adversários foram impedidos de participar pelo Conselho de Guardiães da Constituição.

Entre os que foram tirados da corrida eleitoral estão o ex-presidente Mahmoud Ahmadinejad, o ex-presidente do Parlamento Ali Larijani, o atual vice-presidente Es-Hagh Jahanguiri e o reformista Mostafa Tajzadeh, foram afastados.

Na década de 1980, Raisi participou das chamadas comissões da morte, que levaram à execução de cerca de 5 mil militantes opositores que se voltaram contra o regime dos aiatolás. Em 2019, os Estados Unidos impuseram sanções a Raisi por conta da participação nas mortes.

Em 2022, já sob Raisi, o governo iraniano reagiu com violência à onda de protestos que pediam justiça por Mahsa Amini, uma jovem que morreu três dias após ser presa por não usar adequadamente o véu em local público (veja no vídeo abaixo). Mais de 500 manifestantes foram mortos nos protestos, segundo a Agência de Notícias de Ativistas de Direitos Humanos (Hrana).

Na ocasião, Raisi afirmou que o Irã deveria "lidar de forma decisiva com aqueles que se opõem à segurança e tranquilidade do país". (g1)