O governador do Estado de São Paulo Tarcísio de Freitas, o presidente do Sindicato Rural de Ribeirão Preto Paulo Junqueira e o ex-presidente Jair Bolsonaro. Foto de Douglas Intrabartolo

O ex-presidente Jair Bolsonaro inicia nesta próxima 4ª feira (21), em São José do Rio Preto, uma série de visitas a alguns dos principais municípios do agronegócio paulista, com o objetivo de se reunir com lideranças políticas. A intenção destas visitas e reuniões será a de sensibilizar candidatos e eleitores do pleito municipal de outubro. O anúncio foi feito ontem por Paulo Junqueira, presidente do Sindicato e da Associação Rural de Ribeirão Preto e da Assovale – Associação Rural do Vale do Rio Pardo.

“O agro tem lado e deve exercer o papel que lhe cabe nas eleições de outubro. O “outro lado” - referência ao governo Lula -  já lançou, está apoiando e instrumentalizando 700 candidatos recrutados, selecionados e treinados pelo MST – Movimento dos Sem Terra. O treinamento ocorreu no último dia 9 de julho, na Escola Nacional Florestan Fernandes (ENFF), em Guararema, no interior de São Paulo, e contou com as presenças de Sidônio Palmeira, marqueteiro de Lula nas eleições de 2022 e Otávio Nunes, marqueteiro responsável pela campanha do ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), em 2022”, afirma Paulo Junqueira.

Ele também diz que “para piorar a situação, na semana passada o coronel Pedro Luís de Souza Lopes, chefe de inteligência da Polícia Militar de São Paulo, denunciou que o PCC está sendo monitorado a partir de denúncias de financiamento de campanhas nas eleições municipais deste ano. (Vide matéria publicada pela Folha de S.Paulo de 16/8/24 transcrita abaixo). Pela importância social e econômica do agro paulista os produtores rurais precisam apoiar os candidatos que tenham afinidade e compromisso conosco”

Na 5ª feira o ex-presidente Jair Bolsonaro visitará Barretos e no dia seguinte, 6ª feira, o ex-presidente  estará em Ribeirão Preto, nesta que será a sua 4ª visita à cidade desde o último dia 28 de abril.  O anúncio foi feito por Paulo Junqueira durante entrevista concedida ao jornalista Antonio Carlos Morandini, apresentador do programa “Larga Brasa” da TV Thathi (https://fb.watch/u31CvOg536/).

FAESP/SENAR

Tirso Meirelles, cuja “eleição” na Faesp/Senar foi anulada em 1ª e 2ª instâncias pelo Tribunal Regional do Trabalho da 2ª Região. Foto Reprodução-Blog Canal Rural

Na mesma entrevista, Paulo Junqueira, que coordena o movimento de oposição “Nova Faesp” e que busca por fim ao ciclo de comando que já dura quase meio século na Federação da Agricultura do Estado de São Paulo – Faesp/Senar pela família de Fábio de Salles Meirelles, comentou nova vitória obtida no âmbito do Tribunal Regional do Trabalho da 2ª Região. “O TRT-2 determinou a instrução do processo de exibição de documentos da Faesp/Senar da chapa encabeçada por Tirso Meirelles, filho de Fábio. Agora poderemos saber onde ele exerce as funções de produtor rural, lembrando que a sua “eleição” foi anulada em 1ª e 2ª instâncias e ele se mantém no cargo através de medidas judiciais de efeito suspensivo” (Da Redação, 20/8/24)

Em evento no interior de SP, MST lança mais de 700 candidaturas para eleições 2024

Recente evento promovido pelo MST reuniu os ministros da Agricultura Carlos Fávaro e Paulo Teixeira, do Desenvolvimento Agrário e a deputada federal Gleisi Hoffmann (PT-PR), presidente nacional do PT. Foto Divulgação MST

Por Igor Carvalho

As pré-candidaturas do MST estão espalhadas em 12 partidos. A maioria, 215, está no Partido dos Trabalhadores.

O Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST) lançou, nesta terça-feira (9), mais de 700 pré-candidaturas que disputarão as eleições municipais de 2024. O anúncio foi feito durante evento na Escola Nacional Florestan Fernandes (ENFF), em Guararema, no interior de São Paulo. 

Do total de pré-candidatos, 250, de 22 estados, compareceram pessoalmente em Guararema para participar da plenária convocada pelo movimento e discutir aspectos políticos e burocráticos das campanhas. Entre os postulantes aos cargos públicos estão assentados, acampados e aliados do MST.

Também participaram do encontro os deputados federais Orlando Silva (SP) e Simão Pedro (SP), representando PCdoB e PT, além da presidenta nacional do PSOL, Paula Coradi. 

“Usar o boné do MST, pedir voto em nome do MST e falar em nome do MST é se comprometer com a nossa base, com o nosso povo e com as bandeiras do movimento”, disse João Paulo Rodrigues, da Direção Nacional do MST, na abertura do encontro.

As pré-candidaturas do MST estão espalhadas em 12 partidos. A maioria, 215, está no Partido dos Trabalhadores. Simão Pedro saudou as pré-candidaturas do movimento. “A chegada de vocês para a disputa eleitoral será fundamental para mudar a correlação de forças. Onde não há vereadores nossos, poderemos eleger. Onde há, nós vamos dobrar ou triplicar, para ganhar mais força.”

Para Coradi, “a eleição deste ano será complexa. Embora a extrema direita tenha perdido a eleição presidencial de 2022, ela segue organizada e forte, será uma dura batalha nas urnas.”

Durante o encontro, os pré-candidatos terão ainda encontros com estrategistas de campanhas petistas, como o marqueteiro Sidônio Palmeira, que trabalhou na eleição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), em 2022. 

Otávio Nunes, marqueteiro responsável pela campanha do ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), em 2022, quando perdeu a eleição para governador de São Paulo, também falará com os pré-candidatos sem terra. João Pedro Stédile, da Direção Nacional do MST, e a deputada federal Gleisi Hoffmann, presidenta do PT, também falarão durante o encontro.

Orlando Silva celebrou a iniciativa do encontro. “A agenda do MST vai muito além do campo. Organizar candidaturas no país inteiro fortalece não apenas o movimento, mas toda a esquerda. Vejo muitas mulheres e jovens neste evento, isso é fundamental”, finalizou o deputado federal (Blog Brasil de Fato, 9/7/24)

Inteligência da PM monitora denúncias de interferência do PCC nas eleições em SP

Coronel Pedro Luiz de Souza Lopes — Foto Reprodução-TV Globo

Crime organizado estaria financiando campanhas de candidatos no estado, afirma coronel.

A Inteligência da Polícia Militar de São Paulo monitora denúncias de envolvimento da facção criminosa PCC (Primeiro Comando da Capital) no financiamento de campanhas nas eleições municipais deste ano.

A informação foi dada nesta quinta-feira (15) pelo coronel Pedro Luís de Souza Lopes, chefe de inteligência da PM paulista, durante o 18° Encontro do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, realizado nesta semana no Recife.

"A gente monitora ou tem ações de monitoramento de alvos críticos sensíveis do crime organizado. Essa monitoração nos dá informação, hoje, de que essa situação, esse estado de coisas está efetivamente acontecendo", disse Lopes.

"Nós temos recebido bastante material. [A interferência] é muito maior do que eu imaginava. Não dá para falar que são 100, 200 municípios, mas tem vários municípios com indícios palpáveis de que já há alguma movimentação importante do crime para participar como financiador de campanha eleitoral", afirmou.

O método de financiamento não é novidade. Empresas de fachada com relação estreita com o crime organizado patrocinam campanhas para reaver o dinheiro depois, cobrando do candidato eleito vitórias em processos de licitação, por exemplo.

De acordo com o coronel, quanto menor a cidade, mais vulnerável ela se torna ao crime, devido às suas condições financeiras. Lopes disse não ter informações sobre interferência do PCC em campanhas na capital, mas diz que a corporação monitora denúncias em outras cidades do estado.

O monitoramento de possíveis casos ocorre sempre após solicitação de órgãos com atribuição investigativa, como o Ministério Público e as polícias Federal e Civil.

Finalizado o monitoramento, o caso pode ser convertido em processo e enviado à Justiça.

 Segundo Lopes, recentemente houve um encontro entre policiais da inteligência e funcionários do TRE (Tribunal Regional Eleitoral) para conversarem sobre o tema e planejarem ações não apenas para o dia do pleito, mas durante todo o processo eleitoral.

"Para garantir o direito de todos de exercerem em plenitude o direito de campanha", disse.

"Como já tem essa notícia de eventual interferência criminosa em algumas regiões, a polícia se reuniu com o Tribunal Regional Eleitoral já para antecipar que a gente está atento e monitorando e orientando o policiamento para garantir, por exemplo, a livre circulação de todos os candidatos em todas as localidades do estado", acrescentou Lopes (Folha, 16/8/24)