27/03/2023

Empresa de etanol será julgada no Cade após fala de diretor

Empresa de etanol será julgada no Cade após fala de diretor
Gilvan Celso Cavalcanti de Morais Sobrinho Foto Blog Assembleia Legislativa da Paraíba

Miriri Alimentos e Bioenergia é investigada por convite à cartelização do mercado de etanol.

A Superintendência-Geral do Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica) recomendou na quinta-feira (23) a condenação da Miriri Alimentos e Bioenergia e de Gilvan Celso Cavalcanti de Morais Sobrinho (Foto), diretor-presidente da empresa, por prática de convite à cartelização do mercado de etanol.

Segundo o órgão, durante um evento do setor em setembro de 2021, o diretor da Miriri propôs que empresários da cadeia de produção e distribuição do combustível controlassem estrategicamente a oferta de produtos. No entendimento do Cade, essa seria uma forma de alavancar o poder de atuação das empresas e "influenciar concorrentes a atuarem de forma convergente no setor".

A Superintendência-Geral avaliou que a conduta do presidente da Miriri pode gerar prejuízo à concorrência e aos consumidores.

Ainda segundo o órgão, a defesa da Miriri disse ao Cade que a fala de Gilvan foi feita em ambiente público, cujo teor não foi compreendido pelos presentes como um "convite à cartelização" e que não gerou atuação coordenada entre as companhias após o evento. Disse também que a empresa possui baixa participação no mercado e que seria incapaz de alterar a composição do setor.

O caso agora será julgado no tribunal do Cade, e o relator será o conselheiro Luiz Augusto Azevedo de Almeida Hoffmann.

A Miriri pode ser condenada a pagar multas de até 20% do faturamento do ano anterior à instauração do processo administrativo. Já Gilvan Sobrinho pode receber penalização de 1% a 20% da multa aplicada à empresa.

Procurada pelo Painel S.A., a Miriri não respondeu até a publicação deste texto (Folha de S.Paulo, 27/3/23)