05/06/2020

Enquanto Brasil tem recorde, EUA têm déficit na balança do agronegócio

trumptonto

Gastos dos americanos com importações até abril superam em US$ 786 milhões as receitas com exportações.

Nos quatro primeiros meses deste ano, os Estados Unidos registraram déficit na balança do agronegócio em três deles. De janeiro a abril, as importações superaram em US$ 786 milhões as exportações.

Esse déficit ocorre, em boa parte, devido à política externa agressiva do presidente Donald Trump (Foto), principalmente com a China. Ele exige parceria dos chineses, mas, ao mesmo tempo, não deixa de provocar o país asiático constantemente.

De outubro de 2019 a abril último, as receitas dos americanos com as vendas externas de produtos do agronegócio somaram US$ 81,9 bilhões, apenas US$ 3,9 bilhões a mais do que as importações.

 

Esses números deveriam ser maiores, uma vez que americanos e chineses assinaram protocolo comercial no final da primeira quinzena de janeiro.

O Brasil, ao contrário dos Estados Unidos, vem ganhando mercado e obtendo recordes nas exportações.

Apenas nos dois últimos meses, saíram pelos portos brasileiros 32 milhões de toneladas de soja.

Esse avanço das exportações brasileiras se deve às compras da China, que está refazendo seus estoques.

Em março deste ano, porém, os chineses compraram apenas 209 mil toneladas de soja dos americanos, 85% menos do que em igual período de 2019.

Apesar da boa presença do Brasil no mercado externo, o país poderá ter alguns obstáculos pela frente, assim como os americanos.

Nesta semana, o Parlamento holandês rejeitou o acordo comercial entre União Europeia e Mercosul, alegando questões ambientais e trabalhistas no Brasil. O acordo só pode ser ratificado se todos os países componentes do bloco o assinarem.

As pressões vieram também dos Estados Unidos. Alegando os mesmos problemas, o comitê de assuntos tributários da Câmara dos deputados disse que se opõe ao acordo Brasil-Estados Unidos pretendido pelo presidente Trump.

Essa discussão deverá ficar ainda mais acirrada quando forem divulgados dos dados de desmatamento deste ano que. Pelas informações provisórias, os números estão acima dos do ano passado (Folha de S.Paulo, 5/6/20)