Envolvimento da Aprosoja em ato de 7 de setembro racha o setor
Antonio Galvan, da Aprosoja-MT, esteve com o presidente Jair Bolsonaro junto com o cantor Sérgio Reis.
O envolvimento do presidente da Aprosoja-MT, a associação dos produtores de soja do Mato Grosso, nas manifestações do dia 7 de setembro em Brasília rachou o setor. Antonio Galvan esteve com o presidente Jair Bolsonaro junto com o cantor Sérgio Reis.
Segundo o artista declarou depois a amigos, a ideia deles é parar o país junto com os caminhoneiros, e até mesmo invadir o Supremo Tribunal Federal para tirar os ministros da corte “na marra” caso eles não sofram impeachment do Senado. Os produtores de soja pagariam todas as despesas dos manifestantes.
“Ele pode ter posições pessoais, mas não pode usar a associação para isso”, afirma Blairo Maggi, um dos maiores produtores de soja do mundo e filiado à Aprosoja. “O presidente [Galvan] fala como se o setor inteiro do agro e da soja apoiassem esse movimento. E isso não é verdade”, segue.
Maggi afirma que telefonou para Galvan e questionou como poderia uma associação defender “esse tipo de ruptura”, com greve de caminhoneiros e invasão do STF. “Seria uma tragédia”, diz ele. Os ruralistas seriam os primeiros afetados com a quebra no fluxo de mercadorias.
Maggi disse que Galvan negou o radicalismo e disse que Sérgio Reis falou demais. Em entrevista, o presidente da Aprosoja-MT chegou a dizer que o cantor tinha “tomado umas pingas”, e por isso exagerou (Mônica Bergamo, Folha de S.Paulo, 17/8/21)