Estados Unidos e União Europeia têm menos carne
BOI, FRANGO E SUÍNO - MONTAGEM
Brasil amplia produção e presença no mercado externo.
Estados Unidos e União Europeia acabaram de atualizar os dados de produção e de exportações de carnes, e os números mostram perda de ritmo para ambos. Já o Brasil mantém expansão.
O Usda (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos), conforme estimativas divulgadas nesta quarta-feira (18), prevê um recuo de 4,6% na produção de carne bovina neste ano. A queda se amplia no próximo, com retração de 6,3%.
Os americanos reduziram o confinamento de animais para 11,1 milhões de cabeças, conforme os dados mais recentes, o que deverá resultar em uma oferta menor da proteína.
Devido à oferta mais restrita de animais para abate, o potencial de exportação dos americanos também diminui. Em 2023, vão colocar 6% a menos no mercado externo e importar 1% a mais.
As exportações dos EUA para a Ásia estão com forte retração. No acumulado deste ano, os chineses e japoneses compraram 20% a menos, e os coreanos, 16%. Os mexicanos, com aumento de 16%, compensaram, em parte, a queda das exportações para os asiáticos.
O Brasil está perdendo terreno no mercado dos Estados Unidos. As exportações deste ano recuaram 10%, com o país caindo para a 5ª posição no ranking dos principais fornecedores ao mercado americano.
A produção de carne suína fica praticamente estável nos Estados Unidos. O país reduz a presença nos mercados da China e da Coreia, mas aumenta no Canadá e do Japão.
Produção e exportação de carne de frango não têm grandes mudanças. Os Estados Unidos são os maiores produtores dessa proteína, e o Brasil lidera as exportações.
O mercado europeu também mostra mudanças neste ano. Oferta menor e inflação dos preços farão com que o consumo per capita diminua 1,5% neste ano, segundo o Eurostat.
A produção de carne bovina cai 3,1% na União Europeia. As margens baixas dos produtores estão promovendo um ajuste no setor. Seguindo a mesma tendência, as importações do bloco diminuem, e as exportações perdem competitividade.
A produção de carne suína, afetada pela peste suína africana, que está presente nos principais produtores do continente europeu, recua 6,6%. A queda se deve, ainda, às menores compras dos chineses, que estão recompondo seu rebanho.
A produção avícola, apesar da gripe aviária, deverá aumentar 3,3%. Preços mais favoráveis da carne de frango, em relação às outras proteínas, garantem demanda. A carne europeia enfrenta, porém, a concorrência dos produtos oriundos do Brasil, da Ucrânia e da Tailândia.
O Brasil, principal competidor dos americanos e dos europeus, mantém a tendência de crescimento. No segundo trimestre deste ano, a produção de carne bovina aumentou 13,6%, e a suína, 2,3%, em relação a igual período do ano passado.
Os dados são do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), que aponta, porém, uma redução de 2,7% no volume de carne de frango no período (Folha, 19/10/23)