02/02/2024

Estoques mundiais de grãos aumentam, inibindo alta de preços

Estoques mundiais de grãos aumentam, inibindo alta de preços

SILOS Foto Blog Terra Magna Divulgação

 

No final desta safra, os armazéns terão 10% a mais de milho do que na anterior.

A recomposição dos estoques mundiais de grãos continua em 2023/24, o que inibe ainda mais uma alta nos preços internacionais das commodities.

É o que mostram dados desta quinta-feira (1º) do Amis, um sistema que fornece uma síntese de mercado das dez principais entidades que acompanham o setor, entre elas a FAO (Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura).

O sistema acompanha o desempenho de trigo, milho, arroz e soja, indicando produção, demanda, mercado internacional, estoques e preços desses produtos.

Ao final da safra 2023/24, vão sobrar nos armazéns do mundo 315 milhões de toneladas de milho, um volume 10% superior ao de 2022/23. Esses estoques finais representam 26% do consumo mundial.

O volume de trigo no final da safra fica estável em 320 milhões de toneladas, mas representa 40% do consumo mundial de 2023/24. O arroz, com forte tendência de alta no mercado internacional, mantém os estoques estáveis em 199 milhões de toneladas, um volume que cobre 38% da demanda mundial.

A soja, o produto que mais preocupa os produtores brasileiros no momento, devido à constante redução de preços, terá um aumento de 14% nos estoques finais nesta safra.

Há quebra de safra no Brasil, mas a produção se recupera em outros países. Os estoques finais são suficientes para 13% do consumo mundial, que atinge 389 milhões de toneladas.

Evolução mundial das safras e consequente recomposição dos estoques forçam uma baixa nos preços internacionais. O milho, cuja produção sobe para 1,21 bilhão de toneladas em 2023/24, esteve com uma redução de preços de 30% em janeiro, em relação a igual período do ano anterior.

A soja acumula queda de 23%, e o trigo, de 22%. Já o arroz, embora mantenha a produção elevada de 525 milhões de toneladas, continua com alta nos preços devido a barreiras impostas por grandes exportadores, como a Índia (Folha, 2/2/24)