08/07/2020

Etanol: Análise Agromensal Cepea/Esalq/USP Junho/2020

Etanol tem preferência do consumidor na hora de abastecer | AGROemDIA

Em junho, a média dos valores das semanas cheias do Indicador CEPEA/ESALQ do etanol hidratado foi de R$ 1,6435/litro, elevação de 14,51% na comparação com as semanas cheias de maio. Para o Indicador CEPEA/ESALQ do etanol anidro, o aumento foi de 17,30% no mesmo período, com média de R$ 1,8536/litro no spot.

 

Quanto ao volume de etanol hidratado captado pelo Cepea em junho, foi apenas 5,13% inferior ao negociado em maio deste ano. Em relação a junho de 2019, a redução foi de 15,24%. Vale ressaltar que, na primeira quinzena de junho, os preços dos etanóis subiram no estado de São Paulo, principalmente pelo retorno gradativo da demanda por conta da flexibilização das normas de restrição e pela vantagem competitiva do biocombustível frente à gasolina C.

 

Entretanto, na segunda metade do mês, as cotações cederam levemente porque a demanda se desaqueceu, com apenas compras pontuais no mercado spot. A presença de etanol hidratado sem ICMS (“diferido”) no mercado e a necessidade de parte das indústrias de fazer “caixa” também pressionaram as cotações no final do mês, tendo em vista que os vendedores estiveram mais flexíveis nos preços.

 

Quanto ao etanol anidro, compradores estiveram focados nos fechamentos de contratos de anidro da resolução nº 67 da ANP (Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis), com limite para homologação até 1º de julho. Além da prorrogação do prazo, o volume caiu de 90% para 74% do total adquirido desse tipo de combustível por meio dessa modalidade, com validade de julho de 2020 a maio de 2021 (resolução da ANP nº 819/2020, publicada no Diário Oficial da União em 8 de junho).

 

No mercado varejista, o abastecimento com etanol hidratado seguiu vantajoso frente à gasolina C. Em São Paulo, o preço médio do litro do etanol foi de R$ 2,456, e o da gasolina, de R$ 3,778 em junho, gerando paridade de 64,8% ante os 63,7% do mês anterior.

 

Nos outros estados do Centro-Sul, a relação média entre os combustíveis também foi inferior a 70%: de 61,7% em Mato Grosso, 69,1% em Goiás e 65,7% em Minas Gerais, respectivamente, segundo dados da ANP (Agencia Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis) – dados até 25 de junho de 2020.

 

NORDESTE

Em junho, os preços dos etanóis no segmento produtor subiram nos estados de Alagoas, Pernambuco e Paraíba. Além dos estoques muito limitados no período de entressafra, os ajustes positivos no preço da gasolina nas refinarias realizados pela Petrobras colaboraram para as altas.

 

Do lado dos compradores, a demanda se manteve retraída em junho, uma vez que o consumo dos combustíveis segue limitado, diante da pandemia de covid-19. Em algumas cidades do interior dos estados o lockdown foi decretado, restringindo ainda mais a circulação de pessoas. Além disso, nesta época do ano, o abastecimento com gasolina C na região nordestina é mais vantajoso frente ao etanol hidratado.

 

Em Pernambuco, o Indicador mensal CEPEA/ESALQ do hidratado fechou em R$ 1,7730/litro em junho, alta de 13,05% frente a maio. Para o anidro, o Indicador mensal CEPEA/ESALQ fechou em R$ 2,0885/litro, 21,64% superior ao do mês anterior. O Indicador mensal CEPEA/ESALQ do hidratado de Alagoas fechou em R$ 1,5286 /litro em junho, elevação de 5,76% frente a maio.

 

No caso do etanol anidro, houve alta de 7,94% na mesma comparação, a R$ 1,9081/litro. O Indicador mensal hidratado CEPEA/ESALQ da Paraíba subiu 10,49% frente a maio, fechando em R$ 1,7433/litro em junho. O Indicador mensal do anidro fechou em R$ 2,0337/litro, avanço de 15,64% comparado ao mês anterior (Assessoria de Comunicação, 6/7/20)